Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 692
Capítulo 692: Entre na Cabeça Dela
A porta da masmorra se fechou atrás de Aldric com um baque pesado, e ele voltou seu olhar para o guarda Fae que estava rigidamente em atenção. Aldric podia ver a ansiedade gravada nas feições do guarda, uma visão à qual ele estava acostumado a receber das pessoas sempre que estava por perto.
“Por que você é o único guardando a masmorra?” A voz de Aldric era severa, sua carranca se aprofundando.
Embora a arma e os encantos de Islinda estivessem neutralizados, o protocolo padrão ditava que a masmorra fosse guardada por pelo menos dois indivíduos. Era mais fácil enganar um guarda, mas quase impossível enganar dois.
O guarda, um jovem Fae tremendo sob o escrutínio de Aldric, abaixou a cabeça e respondeu: “Meu senhor, meu parceiro saiu há poucos minutos para se aliviar.” Sua voz tremia ligeiramente.
Este era o mesmo guarda que anteriormente acreditava que matar Islinda seria um favor ao reino. Agora, frente ao príncipe fada sombrio, sua bravata havia desaparecido, substituída pelo medo.
Interiormente, o guarda entrou em pânico, perguntando-se se Islinda havia relatado seu tratamento áspero anterior e se Aldric estava lá para aplicar punição. A afeição reputada do príncipe fada sombrio por sua cativa humana era bem conhecida, e o guarda se preparou para a represália.
Para seu choque, Aldric apenas disse: “Fique de olho nela,” antes de se virar nos calcanhares e se afastar.
O guarda soltou um suspiro de alívio no momento em que os passos de Aldric desapareceram na distância. Seus ombros cederam, e ele se apoiou na parede fria de pedra para um suporte. Essa foi por pouco, ele pensou, enxugando uma gota de suor da testa. Ele definitivamente não colocaria a mão em Islinda, pelo menos até que tivesse autorização para isso.
Aldric virou a esquina e quase colidiu com Elena. Ela parecia se materializar do nada, sua presença tão súbita quanto indesejada.
“Aí está você,” ela piou, sua voz tentando transmitir indiferença. Seus olhos, no entanto, traíam um vislumbre de algo mais intenso—desespero, talvez, ou um interesse agudo que ela estava tentando arduamente mascarar.
Olhando rapidamente para trás de Aldric, ela rapidamente deduziu que ele tinha visitado Islinda. “Você deveria ter me dito que estava visitando Islinda,” Elena continuou levemente, seu tom tenso com o esforço de parecer casual. “Eu teria ido junto.” Ela pausou, estudando sua expressão. “Diga-me então, ela confessou seu crime?”
O olhar de Aldric endureceu, seus olhos se estreitando enquanto avaliava Elena. “Islinda mantém sua inocência,” ele respondeu abruptamente, sua voz carregada de frustração. “Ela afirma que não fez nada de errado.”
Os olhos de Elena se arregalaram ligeiramente, um lampejo de irritação cruzando seu rosto antes que ela rapidamente suavizasse suas feições. “Nada de errado? Depois de tudo o que sabemos sobre suas manipulações?” Ela riu, um som frágil e forçado. “Ela obviamente está mentindo.”
A expressão de Aldric permaneceu ilegível, mas havia um brilho perigoso em seus olhos. “Você parece muito investida neste caso, Elena. Quase como se fosse pessoal.”
O sorriso de Elena vacilou por uma fração de segundo antes que ela se recomposse. “Claro que estou investida,” ela disse, sua voz firme. “As ações de Islinda colocaram todos em risco. Ela é uma ameaça à nossa segurança e estabilidade. Meu dever como sua amiga é garantir que a justiça seja feita.”
Aldric ergueu uma sobrancelha, “Minha amiga?”
“Sim, uma amiga. Não é isso que sou?” Elena disse com um sorriso gentil.
“Claro,” Dando um passo mais próximo, sua presença imponente, mas não intimidadora, Aldric disse a ela, “Você é a pessoa em quem mais confio. Obrigado por ser essa amiga, Elena.”
“Não é nada.” Elena respondeu, “Vamos ao seu escritório. Teríamos mais oportunidades de discutir em particular.”
“Conduza o caminho.”
Elena assentiu, caminhando à frente enquanto a noite encobria o castelo em sombras. Os funcionários estavam se retirando para a noite, e guardas tomavam posições para seus patrulhamentos. Com a revelação do suposto crime de Islinda, a segurança estava mais rígida do que o normal, e todos estavam em alerta máximo.
Quando Elena e Aldric entraram em seus aposentos, o príncipe fada sombrio chamou seu nome. “Elena.”
Ela se virou e congelou, pânico piscando em seu rosto. Ela sabia exatamente quem era responsável por sua súbita paralisia.
“O que você está fazendo, Príncipe Aldric?” ela exigiu, sua voz tensa de medo e confusão.
“Preciso ter certeza,” Aldric disse, dando passos lentos e deliberados em sua direção. Seus olhos eram escuros e intensos, e Elena podia sentir que ele estava tentando invadir sua mente. A sensação era inquietante, uma violação de seus próprios pensamentos.
“Preciso ter certeza de quê?” ela conseguiu dizer, embora não pudesse mover seu corpo. “Isso é obra de Islinda, não é? Ela entrou na sua cabeça de novo. Eu te disse para confiar apenas em mim, Aldric. É só por mim que estou ao seu lado, Príncipe Aldric.”
Aldric gemeu, sua cabeça zumbindo com uma cacofonia de vozes abafadas, cada uma disputando sua atenção, cada uma dizendo a ele em quem confiar e em quem não confiar.
“Cale-se!” ele rugiu, seus olhos selvagens e injetados. Aldric estava respirando profundamente, seu peito subindo e descendo rapidamente com raiva. Seu olhar perfurou Elena, a fúria pintando suas feições. Pela primeira vez, seus olhos pareciam realmente ver, cortando a névoa de manipulação e engano que havia nublado sua mente. Ninguém lhe dizia o que fazer. Ninguém pode controlá-lo!
“Se é obra dela ou sua, eu vou descobrir por mim mesmo,” ele declarou, dando um passo mais próximo de Elena.
Ele então colocou ambas as mãos na cabeça dela, e com uma onda de energia sombria, ele invadiu suas memórias. Aldric examinou seus pensamentos, procurando a verdade, apenas para se afastar momentos depois, seus olhos arregalados de choque. O que diabos?
“Você! Você não é—” Aldric começou, mas antes que pudesse terminar, Elena o socou forte no rosto. O golpe foi inesperado e poderoso, enviando-o cambaleando para trás.
Aldric se levantou imediatamente, raiva em seus olhos, justo quando a aparência de Elena começou a mudar. Diante de seus olhos, ela se transformou em Maxi.
“Olá, amigo encantado,” Maxi sorriu, estalando o pescoço com um gemido de exaustão. “Droga,” ela disse. “Fingir ser Elena foi bastante cansativo. Ela realmente fala demais e merece um prêmio por suas habilidades de atuação, não acha, Aldric?”