Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 687
- Home
- Unidos ao Príncipe Cruel
- Capítulo 687 - Capítulo 687: Não Tenho Inveja de Você
Capítulo 687: Não Tenho Inveja de Você
“Isso é ultrajante!” Islinda gritou, incapaz de se conter por mais tempo, ignorando o aviso do alto Fae. “Como vocês podem ser tão burros? Como Elena sabe tanto? Como uma mera humana como eu poderia assassinar seu alto Fae?! Pensem nisso! Vocês estão sendo enganados agora!”
Um silêncio caiu sobre o salão. O repentino desabafo silenciou os sussurros e trouxe toda a atenção para Islinda. Seus olhos estavam arregalados de desespero, implorando silenciosamente por compreensão. Mas os altos Fae, em toda sua arrogância, olharam para ela com olhos frios e inexpressivos.
Foi ainda pior quando ela se virou para Aldric, implorando silenciosamente para que ele interviesse e resolvesse aquilo. Mesmo que ele estivesse sob a manipulação de Elena, não havia uma parte dele que sentia a injustiça de tudo e estava lutando contra isso? Mas Aldric continuou parado como um idiota, como se sua mente não fosse mais sua.
“Claro que você não poderia ter agido sozinha,” Elena disse naquele momento, descendo as escadas e se aproximando dela.
Ficando cara a cara, Elena disse a ela, “Eu me certifiquei de capturar seu cúmplice também.”
“O quê?” Islinda estava confusa. Por um momento, o medo passou por sua expressão, pensando que Elena havia descoberto Maxi e Isaac se infiltrando no palácio.
Mas nenhum preparo foi suficiente para Islinda enfrentar o choque que a dominou quando as portas gigantes se abriram e Kalamazoo, envolto em correntes, cambaleou para dentro do salão principal, empurrado por dois guardas atrás dele.
Kalamazoo, o intimidante Fae que sempre foi tão rígido com ela, agora parecia derrotado e quebrado. As correntes tilintavam de forma sinistra a cada passo que ele dava, sua postura normalmente orgulhosa curvada sob o peso de suas restrições. Seus olhos, geralmente afiados e cheios de desafio, agora carregavam uma mistura de dor, raiva e resignação.
“Não,” Islinda sussurrou, sua voz mal audível. “O que está acontecendo?”
Elena disse suavemente, sua voz impregnada de falsa simpatia. “Você achou que era tão esperta, escondendo seus pequenos planos de nós. Mas vemos tudo, Islinda. Sabemos de tudo.”
“O quê? Eu não—” Islinda queria dizer, mas Kalamazoo foi empurrado para o centro do salão, suas correntes chacoalhando ruidosamente e a distraindo.
Os altos Fae observavam, suas expressões cheias de desdém e curiosidade. Islinda podia sentir seus olhares sobre ela, julgando, condenando.
“Kalamazoo” a voz de Islinda falhou, “Me desculpe.”
Kalamazoo balançou a cabeça, como se dissesse que aquilo não era culpa dela. Mas isso não aliviava Islinda da culpa. Islinda sabia que era sua culpa, e ele estava apenas preso no meio da brutal luta entre ela e Elena.
Islinda queria correr até ele, de alguma forma quebrar suas correntes e libertá-lo, mas ela sabia que era impossível. Ambos estavam presos agora, peões no jogo distorcido de Elena.
“Reunião tocante,” Elena zombou. “Mas não vamos perder mais tempo. Temos um julgamento a conduzir e uma traição a punir.”
Elena se virou para o tribunal, sua voz ressoando com autoridade e confiança. “Eis aqui Kalamazoo, o atual assistente do Príncipe Aldric e cúmplice de Islinda no assassinato do Lorde Karle.”
Um coletivo suspiro ecoou pelo salão principal à medida que todos os olhos se voltaram para Kalamazoo, de pé em correntes.
Murmúrios de desconfiança preencheram o ar e, enquanto Kalamazoo deveria baixar a cabeça em vergonha, ele olhou para eles desafiadoramente.
“Absurdo!” um dos altos Fae quebrou o silêncio, levantando-se de sua cadeira com indignação. “Como um de nós poderia colaborar com uma mera humana para cometer um ato tão terrível? Isso é mesmo possível?”
Elena respondeu. “As evidências falam por si mesmas. Eu armei uma armadilha propositalmente ao divulgar a notícia de que os anéis de Karle haviam sido encontrados nos quartos da Islinda, e ele foi pego tentando esconder as evidências que provam que ele era seu co-conspirador.”
Elena deve ter enganado Kalamazoo, foi o que Islinda pensou, porque nada disso fazia mais sentido. No entanto, Islinda não podia dizer isso, não enquanto os murmúrios aumentavam, uma mistura de indignação e confusão.
Alguns dos altos Fae trocaram olhares céticos, enquanto outros assentiram em aceitação sombria. A atmosfera estava carregada de tensão, o ar pesado de antecipação.
“Isso é uma mentira!” ela gritou, sua voz tremendo de desespero. “Kalamazoo é inocente! Ele está sendo incriminado, assim como eu!”
“É mesmo?” Elena ignorou sua explosão, perguntando-lhe em vez disso, “Você está tentando dizer que eu estou mentindo?”
“O quê?” Islinda ficou atônita.
“Você esqueceu que eu sou uma Fae e não posso mentir?” Elena enfatizou, um sorriso astuto em seu rosto.
Essa parte era o que mais confundia Islinda. Se Eli não tivesse confirmado que Elena assassinou Karle e se a dita Fae não estivesse se esforçando tanto para incriminá-la, ela teria pensado que estava sendo mal interpretada.
Mas Islinda tinha cem por cento de certeza de que Elena era a culpada. Então por que ela estava mentindo? Não, a pergunta era, como Elena conseguia mentir? Fae não podem mentir, certo?
Ou poderia ser que ela havia tornado isso possível através de seus feitiços malditos?
“Além disso…” Elena continuou, “Por que eu iria querer incriminá-la? Você faz parecer que eu estou com ciúmes de você, o que é completamente ridículo,” Ela riu, “De que eu deveria ter ciúmes? Eu sou Elena da família Raysin, tenho tudo o que poderia precisar e uma vida que você nunca terá. Sem mencionar que estou noiva de Valerie, futuro rei de Astária. Então me diga, Islinda, por que eu teria ciúmes de você, uma patética pequena humana?” Ela zombou dela.
Islinda abriu a boca para falar, a resposta na ponta da língua — Elena queria Aldric — mas ela não podia. Elena já havia fabricado um conto tão convincente que persuadiu todos os membros do tribunal. Nada que ela dissesse agora faria diferença.
“Era o que eu pensava,” Elena sorriu vitoriosamente. Ela se virou e se dirigiu ao tribunal. “Com as evidências em mãos, sugiro que Islinda e Kalamazoo sejam presos enquanto a investigação do caso continua. Quem concorda, indique levantando a mão?”
E todos levantaram.