Capítulo 658: Tornando-se o Vilão
Observe que a partir daqui, esse flashback toma um rumo sangrento, escuro e retorcido. Leia por sua própria conta e risco. Não é adequado para menores de dezoito anos.
***********************
“Você não pode derrotá-lo,” Fayre declarou a Azula, sua voz firme, mas tingida de compaixão. Sentindo o intento de vingança de Azula, Fayre se sentiu compelida a intervir, esperando dissuadir a determinação do demônio. Ela empatizava com a dor de Azula e compartilhava de sua raiva, mas sabia que se apegar ao passado só levaria a mais sofrimento. Benjamin estava genuinamente se esforçando para mudar, e Azula precisava deixar ir antes de causar mais dano a si mesma. Era o mínimo que Fayre poderia fazer — instar Azula a reconsiderar antes que ela encontrasse sua própria morte.
“Fae Inteligente,” Azula sorriu, seus movimentos deliberados enquanto lentamente se levantava de seu assento. A tensão no ar tornou-se mais espessa, tensa como um fio esticado, à beira de se romper. Sua expressão se transformou em um sorriso maldoso enquanto ela se dirigia a Fayre em um tom baixo e sinistro.
“Quem disse que eu queria derrotá-lo? Eu simplesmente quero que ele sinta a agonia de perder algo precioso para ele.” Sua voz gotejava veneno enquanto ela enfatizava seu intento sinistro, cada sílaba carregada de malevolência.
Quando a realidade caiu sobre Fayre de que ela era o alvo de Azula, o demônio avançou em sua direção, quase ao alcance, quando Benjamin entrou em ação. Sua mão disparou defensivamente, invocando uma massa enorme de sombras que atingiu Azula, fazendo-a cambalear para trás, seu corpo colidindo com a parede mais distante.
“Fayre, você está bem?” Os olhos de Benjamin se arregalaram de medo e preocupação enquanto ele corria para checar sua companheira. Fayre permaneceu congelada de choque, seu corpo tremendo enquanto processava o encontro próximo com a morte. Sua vida literalmente passou diante de seus olhos, e ela não conseguia se livrar da sensação de terror que a envolveu naquele momento.
Enquanto Azula se levantava do chão, não pôde deixar de gemer da dor que percorria seu corpo. “Ai, isso doeu mesmo,” ela murmurou entre os dentes, sua voz tingida de irritação.
No entanto, sua irritação rapidamente se transformou em desprezo ao perceber que seu braço estava em um ângulo não natural. Com um desprezo, ela empurrou o osso de volta ao lugar sem sequer um gemido ou careta.
Não é que Azula não sentisse dor; na verdade, esse desconforto era insignificante em comparação com a agonia que ela suportou quando seu rabo foi cruelmente cortado com uma faca cega até ela perder a consciência.
Além disso, Azula havia vindo aqui com um propósito singular — encontrar seu fim. Ao contrário de Benjamin, ela não tinha mais nada a perder. Ela estava determinada a arrastar tanto Benjamin quanto sua companheira até os próprios portões do inferno.
Pela primeira vez, a vulnerabilidade piscou no olhar de Benjamin, o pânico apertando seu coração enquanto ele se recusava a entreter o pensamento de perder sua amada companheira para a súcubo insana, Azula. Ele causou isso. Se havia alguém que merecia morrer, deveria ser ele. Sua doce, inocente Fayre não tinha nada a ver com isso. Infelizmente, Azula não mostrou misericórdia, não pegando prisioneiros em sua busca implacável por vingança.
Mesmo enquanto Benjamin cuidava de Fayre, Azula se lançou sobre eles mais uma vez, sua ferocidade semelhante a um tsunami. Agindo por instinto, Benjamin empurrou Fayre para fora do caminho justo a tempo, mas ele próprio ficou preso no alcance de Azula. Com um aperto como um torno em sua garganta, Azula o arrastou pelo chão, o piso se estilhaçando e se quebrando sob sua luta tumultuada.
Azula estava determinada a derrubar a casa e não se importava com o nível de danos. Um brilho de loucura dançava em seus olhos enquanto ela prendia Benjamin ao chão, deleitando-se com a visão de seu adversário à sua mercê.
Mas Benjamin se recusou a se submeter sem lutar. Ele agarrou o aperto de Azula, iniciando uma luta feroz entre eles. Sua briga era um espetáculo de se observar — rápida, poderosa, e implacável. A troca de força e velocidade deixaria qualquer espectador sem fôlego ao testemunhar duas forças formidáveis da natureza travando combate. Naquele momento, ficou claro que Benjamin e Azula estavam igualmente pareados, cada um se recusando a ceder um centímetro na intensa batalha.
O punho de Benjamin conectou-se com o queixo de Azula, a força do golpe a lançando para trás. No entanto, em uma demonstração de agilidade sobrenatural, Azula saltou de volta para os pés num piscar de olhos, lançando-se sobre Benjamin com velocidade feroz. Com uma poderosa lança, ela colidiu com ele, o impacto os fazendo atravessar paredes e entrar em outra sala, detritos caindo em sua esteira.
Ambos os combatentes gemeram de dor ao absorverem o impacto, mas foi Benjamin quem suportou o pior do golpe. Apesar de seus ferimentos, Azula foi a primeira a se levantar, um sorriso distorcido surgindo em seus lábios. Ao contrário de Benjamin, que fervia com a frustração de perder para um demônio, Azula saboreava cada momento do confronto. Talvez ela fosse verdadeiramente desequilibrada, ou talvez encontrasse uma alegria perversa no caos que causava.
Desta vez, Azula esperou Benjamin se levantar, observando-o com um sorriso torto enquanto o sangue escorria de um ferimento em sua cabeça causado pelos detritos. No entanto, para sua decepção, os ferimentos de Benjamin se curaram quase instantaneamente. Com um olhar feroz, ele limpou o sangue de sua testa, espalhando-o por seu rosto antes de cuspir uma boca cheia de sangue. Seu comportamento mudou, seus olhos em chamas com uma raiva justa. Ele estava cansado de brincar com o demônio; era hora de acabar com isso de uma vez por todas.
Como esperado, Azula avançou sobre ele com sua habitual ferocidade. No entanto, Benjamin estava preparado. Ele segurou o soco dela em sua mão e a puxou para frente pelo pescoço, liberando uma explosão implacável de socos. A cada golpe, parecia que ele estava prestes a obliterar seu rosto quando uma voz suave o interrompeu por trás.
“Benjamin, por favor—!”
Benjamin se virou em direção ao som da voz de sua companheira, sua expressão mudando de feroz para terna ao pôr os olhos nela. No entanto, essa breve falta de foco se provou custosa, pois Azula aproveitou a oportunidade para atacar. Com um movimento rápido e brutal, ela desferiu um golpe violento na virilha de Benjamin, fazendo-o uivar de agonia e se contorcer de dor, segurando sua masculinidade ferida.
Aproveitando a vantagem, Azula avistou uma haste de metal próxima e não perdeu tempo em pegá-la. Com uma força impiedosa, ela chocou a haste contra o peito de Benjamin, provocando outro grito agonizante dele.
“Não!” O grito de angústia de Fayre perfurou o ar enquanto ela testemunhava o sofrimento de sua companheira. Desesperada para intervir, ela avançou, mas Azula antecipou seu movimento. Com um rápido golpe, ela atingiu Fayre, fazendo-a cair no chão, sangue escorrendo de seus lábios rachados.
“Fayre!” Benjamin ainda estava preocupado com sua companheira mesmo em meio à sua agonia.
“Aww, isso é tão fofo,” Azula zombou do casal, sua voz pingando com um prazer sádico.
Com um sorriso cruel, ela empurrou a haste de metal mais fundo no peito de Benjamin, prendendo-o ao chão com precisão impiedosa.
A ponta da haste protuberava de maneira ameaçadora do peito de Benjamin, garantindo que qualquer tentativa de removê-la só pioraria seu sofrimento. Além disso, Azula armou a armadilha de tal forma que Benjamin seria incapaz de escapar sem que ela percebesse, seus movimentos sendo monitorados e controlados por ela. Benjamin não podia fazer nada além de suportar a dor excruciante, seu destino pendendo na balança enquanto o sangue escorria de seus ferimentos, ameaçando esgotá-lo de vida.
Azula intencionalmente apontou a haste alguns centímetros longe do coração de Benjamin, um movimento calculado para prolongar seu sofrimento. Ela saboreava a ideia de ele suportar a dor e lamentar a perda de algo querido para ele, começando com sua companheira.
O coração de Fayre afundou enquanto ela se levantava e contemplava a situação terrível de sua companheira. Ela havia colocado muita fé nas habilidades de Benjamin e subestimado a sede de vingança de Azula. O medo piscou nos olhos de Fayre enquanto a realização a atingia: ela agora estava à mercê de um monstro impiedoso do qual sua companheira não podia mais protegê-la.
“Olá Fayre, agora somos só você e eu,” Azula disse, tendo um sorriso no rosto que era cruel, diabólico, e simplesmente maligno.
Benjamin tossiu, “Corre, Fayre!”
E foi isso que Fayre fez. Mais precisamente, tentou. Azula era mais rápida e com um puxão brutal em seu cabelo, Fayre foi arrastada de volta à força, seu corpo se chocando contra o chão
Antes que Fayre percebesse, Azula a cavalgava e ela endureceu no local, sabendo instintivamente que este seria seu fim.
“Bem, bem, bem, não é esta uma posição bastante interessante, Fayre?” A voz de Azula transbordava com malícia enquanto ela observava sua presa indefesa, sua cabeça inclinada em curiosidade sádica.
“Saia de cima de mim!” Fayre olhou ferozmente para ela.
“Shhh,” Azula silenciou Fayre, um brilho perturbador em seus olhos enquanto traçava o polegar ao longo do lábio inferior de Fayre, enviando um calafrio por sua espinha.
Os olhos de Fayre se arregalaram de alarme ao sentir o toque de Azula, seu pânico aumentando. “O que você está fazendo?” ela perguntou, sua voz trêmula de inquietação. A sensação que Azula provocava nela parecia errada, distorcida, mesmo enquanto enviava um estranho e ilícito arrepio percorrendo seu corpo.
“Estou tentando acalmá-la,” Azula murmurou para Fayre, seu tom aparentemente calmo, mas um brilho malicioso entrou em seus olhos, traindo suas verdadeiras intenções. “Ou talvez eu devesse recriar o mesmo sonho que enviei ao seu companheiro antes. Exceto que desta vez, seríamos nós duas meninas, e ao contrário do sonho, Benjamin estaria nos assistindo enquanto nos divertimos!”
O entusiasmo do demônio pela ideia era arrepiante, e Fayre percebeu naquele momento o quão desvairada Azula realmente era. O que deixou a cabeça de Fayre girando, no entanto, foi como Azula mudava suavemente de uma conversa para outra, seu comportamento mudando de calmo para sinistro num piscar de olhos.
“Embora, espere um momento,” Azula interrompeu, seu olhar perfurando Fayre, “Você já esteve com uma mulher antes?”
Os olhos de Fayre se arregalaram em resposta, suas bochechas corando em carmesim.
Os deuses a ajudem, Islinda não pôde deixar de cobrir o rosto com a mão de onde estava, observando a cena se desenrolar. Não era essa visão para ser sobre o demônio Azula se vingando das fadas sombrias que a prejudicaram? Por que parecia que ela estava se tornando a vilã em vez disso?
Embora Islinda tivesse que admitir, a visão de Azula e Fayre naquela posição era, bem, bastante… quente. Se ao menos Azula não estivesse coberta de sangue e sujeira, poderia ter feito o coração de Islinda bater um pouco mais forte.
Azula continuou com um sorriso torto. “Com meu excedente de amantes, estive com machos e fêmeas suficientes para saber que fêmeas proporcionam o melhor orgasmo,” ela ronronou sedutoramente.
“Azula!” A maldição de Benjamin reverberou de onde ele estava preso no chão. Quer Azula tivesse feito isso intencionalmente ou não, ele podia ver vividamente o que estava acontecendo entre elas, e ele estava furioso.