Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 582
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Capítulo 582: Era o Plano Dele o Tempo Todo
As profundas paredes da sala de gelo se abriram com um ruído forte e gemido enquanto o Rei Oberon adentrava no recinto. Esculpido bem no coração de seu palácio, o cômodo permanecia como uma fortaleza congelada, suas paredes adornadas com um brilho cintilante de cristais de gelo que reluziam à luz fraca.
Ao entrar, Rei Oberon foi imediatamente envolto por um frio cortante que parecia penetrar até a medula de seus ossos. O ar estava espesso com geada, cada respiração se transformava em névoa ao escapar de seus lábios. No entanto, apesar do frio amargo, Oberon permanecia inafetado, sua postura tão gélida quanto a própria sala. Ele simplesmente respirava o ar congelante, sua expressão impassível, como se inalar agulhas de gelo não lhe causasse desconforto.
As duas Fae de aparência severa posicionadas na entrada se arrepiaram involuntariamente enquanto o frio cortante de dentro da sala de gelo as envolvia. Às pressas, elas fecharam a pesada porta de pedra atrás delas, selando a câmara frígida do mundo exterior.
Rei Oberon caminhou com propósito para o centro da sala, exalando poder e autoridade a cada passo. A sala de gelo era um espetáculo arrepiante, estátuas de Fae congeladas adornavam a câmara gelada, suas formas diversas capturadas em um momento de eterna luta e desespero. Cada figura ostentava uma expressão de horror, como se tivessem lutado valentemente, mas ao final sucumbido à derrota.
A despeito da visão sinistra, Oberon permanecia inabalável, sua expressão estoica e firme. Para ele, as Fadas congeladas não eram símbolos de perda ou desespero, mas sim provas de seu domínio sobre seu elemento.
Ele havia forjado essa prisão com suas próprias mãos, moldando o gelo e direcionando seu propósito ao seu gosto. A beleza assombrosa da sala de gelo servia como um lembrete constante de seu poder e da profundidade de sua ira, um aviso a todos aqueles que se atrevessem a opor-se a ele.
O olhar do Rei Oberon endureceu feito aço, seus olhos escureceram com uma intensidade que indicava a tempestade que se formava dentro dele enquanto ele fitava sua esposa, a Rainha Maeve — ou melhor, o que restava dela.
Rainha Maeve estava envolta em uma fina camada de gelo, com sua forma ainda visível de fora.
Ao contrário das outras estátuas espalhadas pela sala, cujas formas haviam endurecido ao ponto de se assemelharem a pedra, o estado congelado de Rainha Maeve oferecia um vislumbre de esperança. Embora seu corpo estivesse imobilizado pela prisão de gelo, ainda havia uma chance, por mais remota que fosse, de sua sobrevivência. Ainda assim, mesmo em seu estado congelado, Rainha Maeve ainda parecia feroz, seu espírito indomável diante da adversidade.
Rei Oberon se aproximou da forma congelada da Rainha Maeve com um senso de propósito, sua mão se estendendo para tocar a superfície gelada. Ao seu toque, o gelo começou a derreter gradativamente. A cada momento que passava, o estado congelado da Rainha Maeve começava a descongelar, revelando sua forma trêmula por baixo.
Rainha Maeve ressurgiu com um arquejo, sua respiração irregular como alguém que emerge de águas geladas. Seus lábios estavam tingidos de azul, e seu corpo tremia incontrolavelmente, um contraste marcante com sua postura outrora régia agora ofuscada pelo desespero e pela raiva.
Travando olhares com seu marido, o olhar da Rainha Maeve queimava com uma intensidade feroz, sua voz impregnada de desprezo enquanto falava. “Finalmente, você honra sua estimada esposa com sua presença,” Mesmo em seu estado enfraquecido, não havia como negar o espírito ardente que ainda ardia nela.
“Você deveria ter cuidado com as palavras que usa comigo, Maeve,” o Rei Oberon advertiu, sua voz gotejando com ameaça. “Estou lutando para não te agarrar agora e te perfurar com aqueles afiados e ásperos blocos de gelo.” Sua mandíbula se fechou firme enquanto ele lutava para conter sua raiva.
Maeve virou-se para ver os blocos de gelo afiados aos quais ele se referia, seus olhos se arregalando à vista das numerosas pontas aguçadas que se projetavam das paredes geladas. De repente, ela começou a rir histericamente, sua risada ecoando pelas paredes da câmara congelada, fazendo as sobrancelhas do Rei Oberon se juntarem em confusão. Ele não disse nada, observando em silêncio enquanto sua esposa finalmente parecia perder o controle.
Quando a risada de Maeve diminuiu, sua expressão tornou-se grave e ela arqueou uma sobrancelha desafiadora, instigando-o a agir. “O que você está esperando? Faça isso!” ela gritou desafiadoramente.
“Maeve…” Oberon roncou, alertando-a com uma voz pesada de tensão.
Mas Maeve não mostrava sinais de recuar. Com uma súbita explosão de fúria, ela bateu as mãos contra o peito dele, gritando, “Faça logo! Me mate!”
“Chega, Maeve!” Oberon gritou, agarrando a mão dela e a segurando firmemente para contê-la.
Eles permaneceram travados em um tenso impasse, Oberon segurando sua mão para impedir que ela o golpeasse enquanto Maeve tinha o peito arfando com o esforço. Eventualmente, ela se afastou dele, e Oberon a soltou, seu olhar ainda repleto de perplexidade.
Maeve olhou para o marido, sua expressão agora amolecida mas tingida de dor. “Como você pôde fazer isso comigo?” ela perguntou, sua voz tremendo de emoção.
“Você abusou do nosso filho!” Oberon retrucou, sua raiva ressurgindo enquanto ele se lembrava da horrorosa cena com a qual se deparara. “E pelo que soube, não foi a primeira vez,” ele a acusou, sua voz carregada de acusação e decepção.
“Eu não abusei dele!” Rainha Maeve declarou firmemente, sua voz impregnada de indignação. “Eu estava apenas ensinando-lhe uma lição. Você sabe ao menos o que ele fez?”
“Desafiar Aldric para um duelo não justifica uma sentença de morte!” o Rei Oberon retrucou, sua frustração evidente.
Maeve zombou, seu tom inflexível. “Prefiro vê-lo morto a trazer vergonha para esta corte.”
“O quê?” O horror de Oberon era palpável.
“Aldric o mataria. Você quer que eu fique parada e testemunhe tal tragédia se desdobrar?” A voz de Maeve estava fria, seus olhos brilhando intensamente.
Oberon suspirou profundamente. “Aldric não o mataria.”
A expressão de Maeve escureceu conforme a realização surgia. Ela fixou o marido com um olhar frio. “Você quer Valerie para se submeter.”
O ronco de Oberon reverberou pela sala. “Submeter resolveria o problema dele. Problema resolvido.”
“Mas também minaria sua autoridade! Nosso povo nunca respeitaria um líder fraco. Valerie poderia perder sua posição como príncipe herdeiro, Oberon!” Maeve gritou exasperada, implorando para ele entender.
“Então talvez seu irmão mais forte assumiria o lugar dele!” Oberon respondeu, igualando a raiva dela.
A postura de Maeve tornou-se de pedra, suas feições congeladas em um sorriso arrepiante. “Então este foi seu plano o tempo todo?” ela questionou, sua voz destilando veneno.