Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 575
Capítulo 575: Wayne Desaparecido
O reino dos Fae exalava beleza durante o dia, mas ao cair da noite, era tingida de perigo. Não foi surpresa quando Aldric ordenou que montassem acampamento após cavalgarem uma grande distância. Eles se encontravam como que no meio do nada, sem um único Fae à vista além de seu próprio grupo. O ar estava cheio de canções melodiosas de pássaros e o ocasional farfalhar de pequenas criaturas na vegetação rasteira, criando uma atmosfera sinistra, ainda que encantadora.
Sem lua à vista, o céu estava incandescente com estrelas deslumbrantes que roubavam o fôlego de Islinda. Desde que chegara ao reino dos Fae, ela não tinha realmente tirado tempo para apreciar sua beleza. Embora muitas coisas parecessem semelhantes ao seu próprio mundo, tudo no reino dos Fae era intensificado e aperfeiçoado, aumentando ainda mais seu encanto.
Mas em meio a tanta beleza de tirar o fôlego espreitavam monstros, escondidos sob a fachada encantadora. Parecia que a beleza servia como a máscara que todos usavam no reino Fae para aprisionar alvos desprevenidos. Aqui, a sobrevivência não era um jogo — era uma luta primal, uma questão de matar ou ser morto.
Islinda sentiu a dor do cavalgar enquanto esticava seus músculos doloridos esperando que as barracas fossem montadas. Apesar de sua disposição para ajudar, os Fae a dispensaram educadamente, insistindo que ela não seria de nenhuma ajuda. Embora suas palavras fossem ditas gentilmente, ainda assim feriram Islinda.
Embora lhe faltasse experiência em montar barracas, ela era uma aprendiz rápida e acreditava que poderia lidar pelo menos com alguns aspectos da tarefa. Quão difícil poderia ser de verdade?
Assim, ela se acomodou numa pedra próxima, resignada a esperar que terminassem de montar as barracas. Sua pele estava pegajosa, e o aroma amadeirado de seu próprio suor pairava no ar, deixando Islinda desconfortável. Ela ansiava por uma fonte de água próxima para se banhar, mas a essa hora? Era um desejo utópico. Ela não fazia ideia de que tipo de monstro poderia espreitar na água.
Islinda suspirou, decidindo não desafiar a sorte. Simplesmente teria de trocar de suas roupas suadas e aguentar até que chegassem à Corte de Inverno, em apenas mais um dia, onde ela finalmente poderia desfrutar de um banho decente.
“Minha dama, sua barraca está montada,” um Fae anunciou, interrompendo seus pensamentos.
“Oh,” Islinda respondeu com um sorriso grato, levantando-se da pedra e batendo a terra de seu traseiro. Ela seguiu o Fae que a levou até uma pequena barraca verde e fez uma pausa.
“Tudo está pronto e Aurelia disse para informá-la que o jantar estará pronto quando você sair,” o Fae servo a informou.
“Obrigada,” Islinda respondeu, prestes a entrar na barraca quando hesitou, olhando ao redor para as diversas barracas que haviam sido montadas. A curiosidade mastigava nela, tentando-a a perguntar em qual barraca Aldric estava. No entanto, ela mordeu o lábio e balançou a cabeça, descartando o pensamento.
Perguntas assim eram exatamente o que poderiam levá-la para um caminho perigoso, potencialmente acabando na cama de Aldric. Não, era melhor que ela não soubesse. Deste modo, ela poderia evitar pensar em Aldric — ou assim pensava. Ainda assim, nesse momento, Islinda se encontrou entretendo perguntas desnecessárias e tolas em sua cabeça.
Onde estava Aldric? Ela não o tinha visto desde que pararam para montar o acampamento. E Elena, ela também não a tinha visto. A ideia atingiu Islinda com uma súbita e arrepiante realização. Poderia ser que os dois estivessem…? O sangue fugiu do rosto de Islinda enquanto ela considerava a possibilidade. Independente de qualquer coisa, Elena ainda era a noiva de Valerie…
Droga.
Islinda praguejou os pensamentos intrusivos que assolavam sua mente. Que interesse era dela se Aldric e Elena estivessem em algum lugar dos bosques se envolvendo em… atividades? Ela tinha deixado claro que não havia mais nada entre eles, especialmente não depois disto. Islinda tinha seus padrões e se Aldric já estava seguindo em frente com Elena, então ele claramente não valia seu tempo. Ela não tinha interesse em um Faelíbido.
Com um suspiro resignado, Islinda afastou os pensamentos perturbadores e entrou na barraca, apenas para congelar em choque com a cena diante dela. Sua mandíbula quase caiu no chão quando ela absorveu a visão. Sem hesitar um momento, ela saiu correndo da barraca, o coração acelerado, e parou para confirmar que esta era realmente a barraca na qual ela tinha acabado de entrar.
“Minha dama, há algo errado?” A serva Fae ainda estava por perto, sua expressão repleta de preocupação.
Islinda levantou uma mão para silenciá-la, suas sobrancelhas franzindo em concentração. Esta era inegavelmente uma barraca pequena, mas quando Islinda voltou cautelosamente para dentro, encontrou-se de pé no que parecia ser seu quarto de volta no castelo.
“Mas que diabos nos Fae…,” ela murmurou em voz baixa, seus olhos se arregalando em espanto enquanto olhava ao redor para o ambiente familiar.
Finalmente, Islinda entendeu por que os Fae haviam insistido para que ela se mantivesse afastada; não havia como ela poderia ter sido de qualquer ajuda com isso. A barraca era muito mais ampla por dentro do que aparentava por fora, o quarto dentro espaçoso e luxuosamente nomeado.
Ela não conseguia imaginar que tipo de magia perversa havia sido usada para criar esse encantamento, mas Islinda não podia deixar de se sentir agradecida. A grama sob seus pés era tão macia quanto um tapete, oferecendo um toque reconfortante da natureza sem irritação. Uma cama fofa a aguardava em um canto, acompanhada por um armário abastecido com suas próprias roupas que Aldric tinha ordenado que os servos trouxessem.
No entanto, o que mais entusiasmou Islinda foi a seção da barraca rotulada como “banheiro”. Ela não conseguia entender como tinham feito aquilo, mas quando ela levantou a cortina cobrindo o espaço, foi recebida pela visão de uma banheira luxuosa cheia de água quente e delicadas rosas flutuando por cima.
Lágrimas brotaram nos olhos de Islinda, e ela levantou uma mão trêmula à boca em admiração. Apesar de ainda estar atordoada pelo choque de tudo, ela se sentia profundamente tocada pelas lágrimas pelo gesto atencioso.
Como no mundo eles conseguiram criar tal maravilha? Os Fae nunca deixavam de a surpreender. As cargas que ela tinha visto empacotadas nos cavalos empalideciam em comparação com essa configuração luxuosa. Se cada detalhe aqui tivesse sido levado em conta, os pobres animais não teriam sido capazes de suportar o peso.
E falando em animais…. Uma súbita realização a atingiu como um raio.
Onde estava o Príncipe Wayne?
Oh não.