Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 571
Capítulo 571: O Favor
“Não é uma ordem. Estou simplesmente cobrando um favor, querido príncipe Fae das trevas de Astária.” Islinda provocou-o.
Pela primeira vez, um olhar de confusão marcou seu rosto. “Do que você está falando?”
Com a cabeça erguida, Islinda disse a você, “Você é tão absurdamente convencido na sua habilidade de enganar os outros, que nem percebe quando faz promessas.”
“Eu não fiz nenhuma promessa para…” Aldric parecia querer falar, mas sua boca se abriu e nenhuma palavra conseguiu sair. Pois um Fae não pode mentir, apenas torcer a verdade.
Um sorriso curvava os cantos da boca de Islinda, sabendo que estava vitoriosa enquanto o rosto de Aldric era uma máscara de confusão.
“Certo, deixe-me refrescar sua memória um pouco.” Islinda estava agora arrogante sabendo que tinha o poder em sua mão, “Você esqueceu do incidente em pânico onde prometeu que me devia um favor se eu respondesse à sua pergunta.”
[A/N: Consulte o capítulo 203: Provocações Sem Fim]
Claro, Fae têm ótimas memórias e não era de se admirar que ficasse tenso no lugar porque tudo lhe voltou à mente.
“Se eu pudesse lembrar, nunca cobrei aquele favor até agora.” Islinda disse sabiamente, um sorriso ameaçador enfeitando suas feições. Por uma vez, Islinda pôde entender porque Aldric escolheu ser um vilão. Ter poder era emocionante e satisfatório.
Aldric tinha um semblante carrancudo o tempo todo antes de exalar um suspiro contido.
“Certo.” Ele finalmente concordou. “Vou libertar a Maxi.”
“Maxi e Isaac.” Islinda insistiu.
“É apenas um favor.” Aldric retrucou.
Ele poderia perdoar Maxi, afinal, essa foi sua primeira rebelião e ela havia feito isso por sua companheira, Islinda. Mas Isaac? Não. Ele prometeu aos Fae que não haveria fuga se o traísse pela segunda vez. Aldric tinha que manter sua promessa — e reputação. Isaac não era leal a ele de forma alguma e havia toda a tendência de que o trairia de novo.
“Você não especificou números no contexto de um desejo, Aldric. Mas se você quer clareza, então é isto o que eu desejo,” Islinda reformulou, com um tom firme. “Liberte os prisioneiros que você manteve na cela onde você mesmo já esteve preso. Devolva-os às suas funções ilesos. E nem pense em procurar uma brecha no meu desejo porque não há nenhuma.” Ela levantou o queixo desafiadoramente, um sorriso irônico brincando em seus lábios. “Que tal isso para um desejo, meu perfeito professor?”
Intencionalmente, Islinda se absteve de especificar Maxi e Isaac individualmente, aderindo à insistência de Aldric sobre os parâmetros do desejo. Em vez disso, ela se referiu a eles coletivamente, garantindo que sua intenção fosse clara e precisa. Dessa forma, Aldric não poderia manipular seu desejo e inadvertidamente prejudicar Isaac.
Aldric deixou escapar um rosnado frustrado, seu olhar escurecendo de raiva. Ao se inclinar sobre ela, Islinda engoliu nervosamente, temendo que Aldric finalmente tivesse atingido seu ponto de ruptura e fosse prejudicá-la. Mas para sua surpresa, ele parou pouco antes, ficando a apenas centímetros de distância dela, como se respeitasse sua regra de não tocá-la. Apesar de seu medo, Islinda não pôde deixar de sentir uma ponta de admiração pela inesperada demonstração de autocontrole de Aldric.
Contudo, apesar de sua distância respeitosa, Islinda não pôde ignorar o frio que emanava de Aldric, fazendo-a estremecer de uma maneira inesperada e quase prazerosa. O calor fervilhava no fundo de seus olhos enquanto ele segurava seu olhar, sua voz rouca enquanto falava.
“Confie em mim, meu amor, você vai pagar por isso,” as palavras de Aldric carregavam uma promessa sombria.
Islinda engoliu em seco, sentindo um súbito aumento de medo diante da intensidade do olhar dele. Dando um passo para trás, ela não pôde deixar de sentir medo de que ele cumprisse sua intenção ali mesmo.
Convocando sua coragem, ela retrucou desafiadoramente, “Veremos então.”
“De fato, veremos,” ele ponderou, exibindo-lhe um sorriso predatório que orgulhosamente mostrava seus dentes afiados. Em momentos como este, Islinda não conseguia se livrar da sensação de ser um peixinho sendo perseguido por um tubarão no oceano. O comportamento de Aldric às vezes fazia arrepios em sua espinha, lembrando-a das profundezas de seu poder e do perigo potencial que se escondia por trás de sua aparência encantadora.
“Venha então, princesa.” Aldric disse, mudando seu comportamento num piscar de olhos, “Vamos liberar agora minhas duas fadas que não são exatamente minhas favoritas.”
Islinda observou Aldric com a boca aberta. Com a maneira como ele a chamou de “princesa”, ela pensou por um momento que Eli havia retomado o controle, mas não parecia ser o caso quando ele completou aquelas palavras. Islinda teve que se lembrar de que Eli e Aldric eram a mesma pessoa. Eli era apenas uma parte de Aldric, o príncipe Fae das trevas se recusa a mostrar. E falando em Eli, por que ele ainda não apareceu?
“Você vai vir ou não?” Aldric perguntou-lhe.
Foi então que Islinda percebeu Aldric estendendo a mão em sua direção. Ela hesitou por um momento, olhando para ela com intenso escrutínio, como se temesse que fosse uma armadilha. Ela não conseguia afastar a imagem de sua mão se transformando em algo horrível e mordendo a dela no momento em que a pegasse. Deus, sua imaginação estava para sempre contaminada.
“Eu não mordo.” Aldric disse.
Islinda deu um riso nasalado. Só um tolo acreditaria nisso.
E, ainda assim, ela colocou a mão na dele e deixou Aldric guiá-la para longe. Os outros não os seguiram, e à medida que Islinda e Aldric avançavam para as partes silenciosas e sombrias do castelo, Islinda não conseguia se livrar do sentimento de inquietação. E se Aldric tentasse algo?
Algo como o que? Sua mente retrucou. Algo quente e sensual — não!
Islinda rapidamente descartou o pensamento, repreendendo-se por deixar sua mente divagar para lugares sombrios. Em vez disso, ela se concentrou em manter o equilíbrio, extremamente consciente da presença de Aldric e do calor de sua mão forte na dela.
“Por que eu nunca vi esta parte do castelo antes?” Islinda perguntou enquanto eles adentravam mais fundo, o ar ficando mais úmido e frio.
Aldric virou-se para ela, um sorriso brincando em seus lábios, embora não alcançasse seus olhos. A luz limitada projetava uma sombra sobre parte do seu rosto, conferindo-lhe uma aura sinistra. “Quer um motivo para se aventurar até minhas masmorras? Eu poderia ajudar,” ele ofereceu, sarcástico.
Islinda imediatamente se voltou para seus próprios assuntos. Embora algo lhe ocorreu e ela olhou para ele com os olhos arregalados.
“Você está tentando dizer que é aqui que eu deveria estar como sua prisioneira?!” Islinda estava horrorizada.
“E ela finalmente percebe.” Aldric murmurou, mais para si mesmo.
Islinda olhou para frente com os olhos bem abertos. O que há no reino Fae?
A masmorra era um lugar sombrio e ameaçador, escondido nas profundezas do castelo onde ela nunca tinha visitado. Os corredores eram estreitos e fracamente iluminados por tochas cintilantes, ar carregado com um cheiro mofado, tingido com o toque metálico do ferro e o leve odor de decomposição.
Ao contrário dos passos graciosos de Aldric, os passos de Islinda ecoavam pelas paredes de pedra, o som reverberando pelos corredores desertos e fazendo seu coração martelar. Ela não pôde evitar a sensação de pavor que a invadia enquanto observava o redor da masmorra. Era um lugar de escuridão e desespero, onde o poder e a autoridade de Aldric reinavam supremos.
Finalmente, eles chegaram às celas, pequenas e claustrofóbicas, com barras de ferro separando cada uma do corredor. As celas eram mal grandes o suficiente para acomodar um único ocupante, seus chãos úmidos e frios, com palha espalhada como uma cama pobre. Chame de pequenas misericórdias, mas Islinda estava grata por não haver ninguém preso — à parte de Maxi e Issac.
“Estamos aqui.” Aldric anunciou.
A cela de Aldric se destacava das outras, visivelmente diferente. A porta era mais grossa e forte, inegavelmente feita de ferro. Exalava um ar de intimidação, como se —
“Foi desenhada para um monstro como eu,” Aldric comentou, como se pudesse sentir os pensamentos de Islinda.
As palavras dele não a surpreenderam; afinal, não era segredo que muitos desejavam Aldric morto ou banido do reino dos Fae para sempre.
“Quem a construiu?” ela perguntou por curiosidade, estendendo a mão para sentir a superfície lisa da porta.
“Eu mesmo,” Aldric respondeu casualmente.
“O quê?!” Islinda exclamou, virando a cabeça abruptamente em direção a ele. Ela ficou completamente pasma com a revelação.
“Notável, certo?” Aldric sorriu, sua expressão quase alegre enquanto tirava uma luva do bolso e a colocava, aparentemente não afetado pela reação de Islinda.
Islinda olhava para Aldric, sentindo uma mistura de descrença e incredulidade a envolver. Que tipo de pessoa projeta sua própria prisão? Somente alguém tão excêntrico e imprevisível como o príncipe Fae à sua frente.
Ele abriu a porta, tirando Islinda dos seus pensamentos.
“Após você, meu amor,” Aldric gesticulou galantemente, seu tom pingando de sarcasmo.
No entanto, naquele momento, a mente de Islinda imaginou um cenário sombrio onde ela entrava na cela apenas para Aldric trancá-la e rir sinistramente do seu pânico. Sacudindo o pensamento da cabeça, ela optou pela cautela.
“Não, vá na frente,” ela insistiu.
Aldric levantou a sobrancelha, surpreso com o pedido dela. Se ele suspeitava da desconfiança dela, nada disse, e entrou na cela com cuidado. Islinda seguiu atrás dele, a porta trancando atrás dela com um baque pesado.
Assim que os olhos de Islinda se acostumaram à luz baixa dentro da cela, eles caíram sobre Maxi e Isaac, ambos incapacitados e acorrentados ao teto. Seu queixo quase caiu de incredulidade.
“Olá, Islinda,” Maxi cumprimentou alegremente, acenando apesar de seu predicamento. “Que bom que você finalmente nos fez uma visita. Embora eu odeie te dizer, agora não é uma boa hora.”