Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 554
Capítulo 554: Tudo Que Não Foi Dito
Gabbi não deixou Islinda voltar para a cozinha por causa da suposta “Lesão”. Islinda se sentiu um pouco culpada sabendo que o trabalho era demais para uma pessoa só, mas a menos que ela fosse explicar para Gabbi que tinha cura sobrenatural, ela não tinha escolha senão continuar com o ato.
Também funcionava bem para Islinda porque ela não queria trabalhar em espaço fechado com Derek e ver seu rosto irritante. Assim, ela esperou em seu quarto até que seu jovem guarda-costas não oficial, Milo, veio informá-la de que o café da manhã estava pronto.
Islinda entrou na área de jantar para o café da manhã, finalmente encontrando Valerie frente a frente desde o incidente anterior. Ambos congelaram, a tensão crepitando no ar enquanto se avaliavam silenciosamente.
A chegada oportuna de Gabbi interrompeu o impasse silencioso. “O que você está fazendo parada aí, Islinda? Vai e senta, a comida está pronta,” ela instruiu, entrando com o último prato e arranjando-o na mesa.
Islinda foi a primeira a quebrar o contato visual, escolhendo um assento longe de Valerie e optando por sentar-se ao lado do seu amigo, Príncipe Wayne. Ela não pôde deixar de se maravilhar com a maneira como o gato Wrry sempre parecia sentir a hora das refeições e chegar pontualmente. Diferente de Aldric, que não gostava do gato e fazia suas refeições separadamente no castelo, Islinda não podia negar que o gato Wrry era bastante mimado. Não era surpresa que tudo o que ele parecesse fazer era comer, dormir e brincar. Que vida boa ele levava. Islinda tinha inveja de Príncipe Wayne.
“Olá, minha pessoa favorita do mundo no momento,” Islinda cumprimentou Príncipe Wayne calorosamente, passando suas mãos pelo seu pelo enquanto ele ronronava de contentamento, deleitando-se na massagem com os olhos semi-fechados.
Se ele não estivesse nessa forma de gato, Príncipe Wayne teria aproveitado ainda mais esse tratamento. Havia um certo ponto no seu corpo que ansiava por seu toque especial. Mas por enquanto, ele se contentaria com isso. Sem que Islinda soubesse, seu gato Wrry abrigava pensamentos bastante impróprios.
“Como você está esta manhã?” A voz de alguém atravessou os pensamentos de Islinda, e não foi até ela sentir olhares atentos sobre si que ela percebeu que estava sendo falada.
Levantando a cabeça, Islinda encontrou o olhar de Valerie. Ele era quem a dirigia a palavra.
“Desculpe?” ela respondeu, erguendo uma sobrancelha em sua direção.
Valerie perguntou nervosamente, “Como você está se sentindo?”
“Em relação a quê?” O tom de Islinda era afiado enquanto ela pressionava por clareza.
Ele engoliu em seco, seus nervos evidentes. “Você conseguiu dormir bem na noite passada?”
“Eu deveria?” Islinda rebateu afiadamente, seus olhos endurecendo enquanto se fixavam no olhar dele.
Valerie abriu a boca para falar, mas as palavras ficaram presas em sua garganta, incapazes de escapar sob o peso de sua culpa. Seu olhar de desculpas e expressão abatida falavam por si, mas Islinda não estava disposta a deixá-lo sair tão facilmente.
Ela se recusou a ser influenciada pelo seu arrependimento, não depois do que ele tinha feito na noite anterior, independentemente de ter perdido o controle ou não. Valerie tinha cruzado uma linha que não deveria, e Islinda não conseguia afastar o pensamento perturbador do que poderia ter acontecido se ela não possuísse sua força sobrenatural. Ela teria caído vítima de seu assalto?
Islinda não pôde deixar de contrastar as ações de Valerie com as de Aldric.
Apesar do comportamento questionável do príncipe fada sombrio, mesmo antes de eles se tornarem “amigáveis” um com o outro, o príncipe fada sombrio pelo menos sabia respeitar seus limites e parar quando ela dizia a palavra “Não”.
Gabbi percebeu a tensão entre eles e decidiu abordá-la diretamente. “Há algo que eu estou perdendo aqui? Está meio estranho.”
“Nada não,” Islinda respondeu imediatamente, seu sorriso doce escondendo qualquer indício de discórdia. “Valerie e eu só gostamos de nos provocar de vez em quando. E eu tive uma noite agradável, aposto que você também, não é verdade, Valerie?”
Valerie piscou surpreso, pego de guarda baixa pela mudança repentina de comportamento de Islinda. Ele mal conseguiu assentir antes de Islinda assumir o controle da conversa.
“Veja,” ela dirigiu suas palavras precisamente a Gabbi, “Estamos como novos. Nenhuma tensão. Agora, menos conversa e mais comer. Estou com tanta fome que poderia engolir uma vaca inteira agora.” Islinda encerrou efetivamente a conversa, antecipando que Gabbi poderia não ser facilmente convencida e poderia ter mais perguntas.
Quando Islinda estendeu a mão para pegar o pãozinho do outro lado da mesa, Valerie de repente pegou sua mão, assustando-a tanto que ela não pôde evitar de voltar aos eventos da noite passada, sentindo a maneira como ele a havia agarrado. Com um puxão, ela retirou a mão do alcance dele, sua voz subindo alarmada. “O que diabos há de errado com você?!”
“Islinda?” A surpresa de Gabbi estava evidente em seu tom.
“Me desculpe, não queria assustá-la,” Valerie se desculpou rapidamente, erguendo as mãos para mostrar que não pretendia maldade. “Eu fiquei surpreso ao ver que…” Ele apontou para a mão dela. “Você se machucou?”
Foi então que Islinda percebeu que havia reagido exageradamente, percebendo que era realmente a mão supostamente machucada que ele tinha agarrado.
“Na verdade, ela se machucou,” Gabbi interveio com um toque de humor. “Houve um pequeno acidente enquanto fazíamos o café da manhã, mas fique tranquilo, não há sangue na sua refeição,” ela brincou, tentando aliviar o clima.
“Seu guarda-costas me esfaqueou,” Islinda declarou apontando, sua expressão desprovida de humor.
“Esfaquear pode ser um pouco exagerado,” Gabbi a chutou por debaixo da mesa, transmitindo uma mensagem sutilmente.
“Ele fez o quê?” Valerie soou surpreso, seu olhar vasculhando a sala em busca de Derek.
Islinda observou atentamente sua reação, procurando sinais de culpa ou envolvimento. Enquanto ele parecia desinformado, ela permanecia cética. Valerie alimentava suspeitas sobre sua identidade; ela tinha certeza disso.
“Ele me feriu com sua faca, e eu estou bastante curiosa para saber por que ele fez isso,” Islinda questionou, fixando Valerie com um olhar firme.
Valerie encontrou seu olhar com uma sobrancelha franzida, sentindo a acusação em seu tom.
Gabbi rapidamente compreendeu a seriedade da situação e decidiu se responsabilizar em desanuviar a tensão. Com uma risada nervosa, ela interveio, “Foi só um acidente, Alteza, Valerie. E deveríamos realmente estar discutindo isso agora? Não foi você que disse que estava com tanta fome que poderia comer uma vaca inteira, Islinda?” Suas palavras foram uma tática de distração.
Islinda imediatamente aliviou-se, sua expressão iluminando como o Natal. “Claro, foi apenas um acidente. A fome deve ter ido direto para a minha cabeça, me fazendo pensar besteiras,” ela concordou, unindo-se à tentativa de Gabbi de aliviar o clima com uma risada estrondosa. Mas por trás de sua risada, seus olhos transmitiam tudo que ficou por dizer.