Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 550
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Capítulo 550: Suspeita Leva a Investigação
À medida que a manhã surgia, Islinda lutava para sair da cama, seu corpo pesado por um esgotamento que parecia penetrar fundo em seus ossos. Apesar de ter dormido algumas horas após o incidente, ela parecia mais desgastada, como se o peso da noite tivesse se assentado pesadamente sobre seus ombros.
Olheiras lançavam sombras sob seus olhos, e seu olhar avermelhado traía o tumulto interno com o qual ainda lutava. Com cada movimento, ela sentia o peso da fadiga pressionando-a, tornando difícil reunir a energia para enfrentar o dia que se iniciava. Apesar da luz do sol que filtrava pela janela, havia uma pesadez no ar que espelhava o estado de espírito cansado de Islinda.
A princípio, ao acordar, ela havia esperado que fosse tudo apenas um fruto de sua imaginação, um sonho aterrorizante do qual logo acordaria. No entanto, à medida que a névoa do sono se dissipava, a realidade do que havia acontecido afundava, e o coração de Islinda se apertava com uma mistura de medo e descrença.
O pensamento de que Valerie, a quem ela uma vez amara e confiara, pudesse tentar um ato tão hediondo a enchia de uma profunda sensação de traição. Ela havia sentido uma mudança na postura de Valerie, uma escuridão que parecia consumi-lo, mas nunca imaginou que ele chegaria a tal ponto.
O pensamento fez um arrepio percorrer sua espinha, e Islinda envolveu os braços em torno de si mesma protetoramente. Ela uma vez suspeitara que quaisquer sentimentos que Valerie tinha por ela haviam desaparecido, agora substituídos pela obsessão de derrotar Aldric. Parecia que os sinais não estavam tão distantes se ele agora pretendia deitar-se com ela à força.
Ao mesmo tempo, Islinda não conseguia tirar da cabeça a imagem do olhar chocado e desculpador nos olhos de Valerie, como se ele não tivesse a intenção de fazê-lo. Bem, ele disse isso. Mas não era essa a mesma desculpa que todo culpado usava? Islinda ficou atordoada, sua mente girando com pensamentos.
Uma coisa pesava muito na mente de Islinda: ela não poderia permanecer neste lugar por mais tempo. O mero pensamento de enfrentar Valerie, de reviver a lembrança assustadora daquele incidente, a enchia de desconforto. A confiança que uma vez os unia havia sido irreparavelmente estilhaçada, substituída por uma sensação avassaladora de inquietação. Ela não se sentia mais segura com ele.
Apesar do comportamento arrependido e das desculpas de Valerie, Islinda não conseguia afastar o medo persistente que a agarrava. A memória de seu comportamento na noite anterior, a forma como ele parecia quase possuído por alguma força obscura, a deixava tremendo de apreensão. E se ele sucumbisse àquela mesma influência novamente? E se ele viesse ao seu quarto mais uma vez, impulsionado pelo mesmo ímpeto imprudente?
Se ele ousasse cruzar essa linha novamente, ela talvez o matasse desta vez, danem-se as consequências. Infelizmente para ela, Islinda seria punida por matar um real em legítima defesa. Quem acreditaria nela, afinal? Os Fae ficariam furiosos demais para ouvir os infortúnios de uma humana.
Sem mencionar que a mãe de Valerie, Rainha Maeve, nutria uma profunda animosidade contra Islinda. O mero pensamento de uma humana ser responsável pela morte de seu filho apenas inflamaria as chamas de seu ódio. Mesmo que Islinda fosse de alguma forma declarada inocente, a ira vingativa da Rainha Maeve não conheceria limites.
Nenhum canto do domínio humano ou do reino dos fadas ofereceria refúgio da incessante busca por justiça da Rainha, ou melhor, vingança. Islinda sabia que sua vida estaria em constante perigo, cada movimento seu ofuscado pela ameaça iminente de um fim doloroso pelas mãos da Rainha Maeve.
Islinda gemeu exasperada, cobrindo o rosto com a palma da mão. Com sua partida apenas a dois dias de distância, a situação não poderia ter sido pior. Gabi certamente a bombardearia com perguntas se ela decidisse de repente deixar o refúgio seguro do príncipe. Que desculpa ela poderia oferecer? Islinda não conseguia se abrir com Gabi sobre os eventos recentes. Apesar de sua estreita amizade, ela ainda não confiava totalmente em Gabi com assuntos tão delicados. Se apenas Maxi estivesse aqui.
Um toque na porta assustou Islinda, fazendo sua espinha endurecer involuntariamente. Ela havia assumido que era Valerie e não sabia como enfrentá-lo, mas para seu alívio, a porta se abriu revelando Gabi, espiando com um sorriso. “Levante e brilhe, bela adormecida,” ela provocou.
Um grande alívio invadiu Islinda, e ela retribuiu com um sorriso a sua nova amiga humana. “Bom dia para você também, Gabi,” ela respondeu educadamente.
Com esse convite caloroso, Gabi entrou no quarto. No entanto, quando seu olhar se fixou totalmente em Islinda, ela visivelmente franziu a testa. “Por que você parece tão miserável?” Gabi perguntou.
Islinda suspirou, passando a palma da mão pelo rosto, e inventou a desculpa mais conveniente. “Não consegui dormir ontem à noite. Estava pensando em muitas coisas,” ela respondeu, esperando que Gabi não insistisse em mais detalhes.
“Isso é sobre o príncipe fada sombrio de novo?” Gabi perguntou, seu rosto escurecendo com fúria em nome de Islinda.
Islinda estava ligeiramente perplexa, mas lentamente concordou, balançando a cabeça. Era melhor do que contar a Gabi que seu salvador, Valerie, quase a agrediu na noite passada. Ela não queria destruir a percepção humana de Príncipe Valerie e evitar perguntas constrangedoras.
Gabi veio sentar ao lado dela na cama e colocou a mão em seu ombro num gesto reconfortante. Ela disse com certeza, “Então, tive uma longa conversa com o Príncipe Valerie….”
Islinda franziu a testa, esperando aos deuses que a longa conversa não tivesse mencionado o incidente da noite passada. Se Valerie estivesse usando Gabi para tentar obter seu perdão, então ela ficaria realmente irritada com ele.
“E ele me contou bastante sobre o Príncipe Aldric, seu irmão…”
“Ah.” Islinda concordou em entender, imaginando que tipo de informação Valerie havia fornecido a Gabi sobre Aldric. Não poderia ser nada bom.
“Por que você não me contou em profundidade o que aquele príncipe cruel fez com você?” Gabi perguntou, parecendo um pouco furiosa com ela.
Bem, para começar, Islinda não tinha nem energia nem inclinação para relatar seu início miserável com Aldric para Gabbi. Em segundo lugar, as coisas não estavam tão ruins quanto pareciam, e alguns detalhes eram melhores deixados não ditos — especialmente os íntimos. E terceiro, o que diabos Valerie havia contado a ela?! Islinda expressou tudo isso “mentalmente”.
Islinda engoliu nervosamente sob o olhar desaprovador de Gabi, sentindo-se como uma criança repreendida. Ela lambeu os lábios. “Olha, Gabi, eu já te contei tudo que você precisa saber para evitar problemas com o Príncipe Aldric. No entanto, essa é minha luta com Aldric, e eu não gostaria que você —”
“Você não tem que lutar sozinha. O Príncipe Valerie vai te ajudar. Ele me prometeu que te libertará, mesmo que seja a última coisa que ele faça,” Gabi disse com convicção.
“Você não deveria confiar tão facilmente em Valerie,” Islinda piscou, lamentando suas palavras assim que saíram de seus lábios.
“O quê?” A expressão de Gabi mudou, uma mistura de confusão e curiosidade evidente em seu rosto.
Percebendo seu erro, Islinda se apressou em direcionar a conversa. “Você sabe o quê? Estou com muita fome agora e poderia comer um pouco,” ela disse, levantando-se abruptamente.
“Espere!” A voz de Gabi a parou em seu caminho, e Islinda se preparou para o que estava por vir.
Enquanto Islinda ficava parada, Gabi estendeu a mão e passou os dedos pelo cabelo de Islinda, seu olhar fixando na mecha branca ousada. O coração de Islinda acelerou com apreensão, seu cabelo deve ter soltado à noite durante aquela pequena luta com Valerie.
Islinda esperou ansiosamente que Gabi fizesse a conexão ou apontasse que ela não tinha visto isso antes, o que então levaria à suspeita e depois à investigação. Então seu segredo seria descoberto em pouco tempo.
Para alívio de Islinda, a observação de Gabi tomou um rumo diferente. “Você tingiu seu cabelo com raiz de rubia?” ela perguntou.
Agradeça aos deuses.