Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 545
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545: Pai dos Corvos — 1 545: Pai dos Corvos — 1 Na fria confinamento de pedra de sua cela prisional, Aldric permanecia imóvel, sua figura serena como se estivesse adormecido. No entanto, por baixo de suas pálpebras fechadas, uma fagulha de antecipação cintilava. De repente, seus olhos se abriram, alertas e perspicazes — havia chegado a hora.
Enquanto aguardava no silêncio opressivo, um súbito bater de asas quebrou a quietude, chamando sua atenção para a janela gradeada. Através do metal, uma conspiração de corvos desceu, suas penas lustrosas brilhando como obsidiana na escassa luz solar que filtrava pela abertura estreita. Cada pássaro se movia com uma graça sobrenatural, seus movimentos sincronizados como se guiados por uma força invisível.
O ar estava vivo com o som de suas asas enquanto giravam e dançavam, preenchendo o espaço com uma presença etérea. Aldric observava maravilhado enquanto os corvos pareciam se fundir e se transformar, suas formas mudando e torcendo até se fundirem em uma única figura — um homem com cabelos tão escuros quanto a meia-noite, cascando como uma cachoeira de penas de corvo.
Os lábios de Aldric se curvaram em um sorriso irônico enquanto ele observava o ser misterioso à sua frente. “Vejo que recebeu minha mensagem, Azrael,” ele comentou, sua voz transbordando de diversão e satisfação. O nome rolava de sua língua com um senso de familiaridade, insinuando uma história entre eles envolta em segredos e intrigas.
O olhar penetrante do homem encontrou o dele, uma ruga aparecendo entre suas sobrancelhas enquanto ele retrucava, “Por que eu não receberia, quando os corvos que você me deu grasnavam dia e noite em meus ouvidos.”
“Então talvez, você devesse ter escutado eles e poupado a si mesmo do incômodo,” Aldric retrucou, sua voz gotejando sarcasmo e diversão velada. Havia um traço de satisfação em seu semblante, como se ele esperasse essa troca e estivesse deliciando-se com a oportunidade de se engajar em uma disputa verbal com seu companheiro.
Azrael fez um grunhido em sua garganta, sua expressão indecifrável enquanto ele avaliava a cena à sua frente. A criatura diante de Aldric era um transformador de corvo, uma raridade assim como Maxi. Ele havia encontrado essa criatura durante suas inúmeras aventuras longe do palácio, e até mesmo uma vez havia salvado sua vida.
Pela primeira vez, Aldric não se ressentia por ter sido mandado para longe do palácio, longe dos confortos e mimos concedidos aos outros príncipes. Foi durante seu tempo no selvagem, longe da opulência da vida real, que ele forjou conexões com criaturas como o transformador de corvo, construindo seu exército de anomalias e aliados no processo.
Criaturas como Azrael eram seres antigos, sua existência se estendendo pelos anais do tempo. Diferentemente dos transformadores de cavalo, cujos números haviam diminuído quase à extinção, esses seres antigos ainda perambulavam pelos reinos, embora preferissem permanecer ocultos dos olhos curiosos e das maquinações políticas dos Fae.
Os Fae eram notórios por sua natureza manipuladora, frequentemente usando outros como peões em seus intricados jogos de poder. Enquanto algumas criaturas antigas possuíam poderes que poderiam inclinar as balanças do equilíbrio nos reinos, eles eram cautelosos em revelar-se, com medo de caírem nas armadilhas dos Fae. Eles entendiam o perigo de suas habilidades caírem nas mãos erradas, e assim optavam por permanecer evasivos, protegendo seus segredos daqueles que procuravam explorá-los para seu próprio ganho.
Aldric pouco se importava com as histórias cautelares envolvendo criaturas como Azreal. Para ele, Azrael havia lhe concedido um favor imensurável — os corvos que serviam como seus aliados leais, e o presente inestimável de convocá-lo em tempos de necessidade. Apesar dos riscos envolvidos, Aldric prezava essa ligação, entendendo o significado de ter um aliado tão poderoso ao seu lado.
Contudo, Aldric também reconhecia a necessidade de sigilo. Ele entendia os perigos de revelar a existência de Azrael para o mundo, especialmente na paisagem traiçoeira da política de Astária. Era por isso que mesmo Maxi, que já foi seu confidente mais próximo, sabia sobre os corvos, mas não a quem eles pertenciam.
Azrael se erguia alto, sua figura imponente esticando-se por bons sete pés de altura, seus músculos ondulando sob sua pele com um ar de força e poder. Após completar sua transformação, ele teria ficado nu, exposto a Aldric se não fosse por seu domínio sobre suas habilidades. Com um movimento ágil de sua mão, ele conjurou roupas da própria essência dos corvos que o serviam, tecendo uma indumentária de penas elegantes que aderiam ao seu corpo, ocultando sua nudez com uma elegância que condizia com seu porte régio.
Embora as penas parecessem roupas comuns, estavam longe de ser inanimadas. Cada pluma pulsava com uma energia vibrante, uma prova da essência viva que fluía através delas. Era um fato conhecido que até mesmo uma única pena arrancada do conjunto de Azrael era considerada uma grave ofensa, um ato de desrespeito em relação às criaturas majestosas das quais provinham.
Aldric, por sua vez, era ferozmente protetor de seus companheiros aviários, nutrindo-os como se fossem seus próprios, apesar de sua ocasional rebeldia e atitudes desafiadoras. Afinal, com sua inteligência astuta e lealdade inabalável, os corvos eram um recurso indispensável em sua busca por poder e dominação no tumultuado reino de Astária.
A voz profunda de Azrael ressoava pelas confinamento da cela prisional, “Não é o tipo de problema que eu imaginava que você estaria enfrentando, Aldric, herdeiro do Tribunal da Noite,” ele comentou, seu tom tingido de um traço de incredulidade enquanto ele avaliava seus arredores.
Apesar da gravidade da situação, Azrael não pôde deixar de sentir um senso de maravilha enquanto absorvia cada detalhe da cela apertada. Seu corpulento corpo movia-se graciosamente pelo espaço, suas pontas dos dedos deslizando sobre as paredes frias de pedra e o chão áspero, como se explorasse as maravilhas de um mundo recém-descoberto. Havia uma fascinação infantil em suas ações, como se ele estivesse vendo o mundo com olhos renovados, cativado por seus mistérios e complexidades.
O cenho de Aldric se aprofundava ao ouvir seu título, “Não me chame assim novamente,” ele advertiu, sua voz firme e inabalável.
Enquanto seus olhares se encontravam, uma tensão palpável pairava no ar, ameaçando incendiar-se em algo mais volátil.