Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 529
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- Capítulo 529 - 529 Uma Oferta Tentadora 529 Uma Oferta Tentadora Isso
529: Uma Oferta Tentadora 529: Uma Oferta Tentadora “Isso aconteceria!” Valerie rosnou agressivamente, sua voz permeada por uma determinação feroz que pegou Islinda desprevenida. Ela instintivamente deu um passo para trás, assustada pela súbita intensidade do seu surto.
“O quê?” Islinda engoliu em seco, sua voz tremendo com uma mistura de surpresa e apreensão.
O poder de Valerie parecia crescer, fazendo a temperatura na sala subir abruptamente, envolvendo Islinda em um calor opressivo que fez sua pele formigar de desconforto. Gotas de suor se formaram em sua testa, e ela instintivamente levantou a mão para se abanar, apenas para congelar quando o movimento repentino de Valerie a pegou despreparada.
Antes que pudesse reagir, as mãos de Valerie seguraram seu rosto com uma delicadeza inesperada, enviando um calafrio pela sua espinha. Ela se enrijeceu, prendendo a respiração em sua garganta enquanto se encontrava presa no olhar intenso dele. O mundo parecia pausar naquele momento, deixando Islinda agudamente consciente do calor irradiando do toque de Valerie e a tensão que crepitava no ar entre eles.
Oh não.
Ele se aproximou desconfortavelmente, sua presença pairando sobre Islinda, que podia praticamente sentir o calor irradiando do corpo dele. Sentindo seu desconforto, Valerie pausou, suas mãos ainda gentilmente segurando seu rosto, enquanto parecia respeitar seus limites apesar de sua proximidade. Sua voz, tensa de emoção, quebrou o silêncio tenso que pairava entre eles.
“Eu não te disse”, ele falou, suas palavras pesadas pela gravidade de seu passado compartilhado e futuro incerto, “que eu te libertaria de Aldric?”
Islinda engoliu em seco, sua garganta seca de apreensão. Esse não era o modo como ela havia imaginado que essa conversa aconteceria. Enquanto ela olhava nos olhos de Valerie, seus olhares se encontraram e mantiveram, ela não pôde evitar que uma onda de emoções conflitantes a inundasse.
Nos olhos de Valerie, Islinda viu sinceridade e genuinidade, qualidades que aqueceram seu coração, mas ao mesmo tempo despertaram sentimentos de culpa dentro dela.
A ideia de Valerie libertá-la de Aldric enchia Islinda com emoções conflitantes. Embora a perspectiva de libertação do domínio de Aldric fosse inegavelmente tentadora, ela não podia ignorar o peso da dívida que isso traria. Ela sabia que aceitar um favor tão monumental de Valerie a ligaria a ele de uma maneira que ela não tinha certeza de estar preparada. Apesar de saber que o príncipe do verão não era nada como seu irmão distorcido, Islinda não conseguia sacudir o medo de dever a ele uma dívida que talvez nunca conseguisse pagar. Mais do que tudo, Islinda sabia que o que Valerie realmente desejava dela era algo que ela já não podia mais dar: seu afeto.
A humana ingênua que uma vez acreditou na possibilidade de um simples final feliz com Valerie tinha desaparecido. Valerie não era apenas Valerie; ele era um príncipe herdeiro, destinado a governar Astária, e ele precisaria de uma parceira de igual estatura para governar ao seu lado. Islinda sabia que ela não era essa Fae. Ela não tinha o status e o poder necessários para ser considerada sua igual aos olhos de seu povo. A realização doeu, lembrando Islinda das barreiras intransponíveis que os separavam.
Além disso, havia a ameaça iminente da mãe psicopata de Valerie, que nutria um ódio profundo por ela e desejava sua morte. A ameaça da animosidade da rainha lançava uma sombra sobre qualquer semelhança de felicidade que Islinda pudesse esperar encontrar com Valerie.
Embora ela fosse tecnicamente imortal e não pudesse morrer no sentido convencional, o pensamento a atormentava: e se esse estado não durasse para sempre? Como um gato que dizem ter nove vidas, e se ela também tivesse um contador, um número finito de chances antes que sua imortalidade desaparecesse? E se houvesse uma arma lá fora que pudesse matá-la de verdade?
Além disso, se ela está de alguma forma relacionada àquele demônio de suas visões, isso não significa que ela tem sangue de demônio? Que implicações isso teria para sua identidade e seu lugar no mundo? As Fadas de Astária, impregnadas de tradição e preconceito, nunca acolheriam alguém com uma linhagem tão contaminada como sua rainha.
Pior de tudo, Valerie queria Aldric morto. Tornar-se a rainha de Valerie significava que ela seria obrigada a apoiá-lo em sua busca para eliminar Aldric, o príncipe fada sombrio. A malevolência de Aldric era bem conhecida, e pela segurança do povo de Astária, sua morte parecia justificada. No entanto, por que o mero pensamento da morte de Aldric a enchia com um sentido inexplicável de pavor?
A realização atingiu Islinda como um raio: como uma tola, ela havia se apaixonado perdidamente pelo príncipe cruel. A profundidade de seus sentimentos por Aldric, apesar de seus defeitos e transgressões, abalou Islinda até o âmago. A mera ideia de vê-lo encontrar seu fim causava uma dor em seu coração, como se uma peça de sua própria alma fosse perdida com sua passagem. O ar se sentia restrito em seus pulmões, sufocando-a com o peso de suas emoções conflitantes. Somente os deuses poderiam ajudá-la neste caso.
Em uma palavra, havia mais de mil razões pelas quais ela e Valerie não poderiam voltar a ficar juntos mesmo que ela quisesse. Era simplesmente impossível. Ao contrário de sua insistência, eles não foram feitos para ficar juntos.
A mente de Islinda retornou ao presente enquanto ela registrava a voz de Valerie, percebendo que ele devia ter estado falando todo esse tempo. Ela observou seus lábios se movendo, mas seus pensamentos foram consumidos pela turbulência interna, apenas captando o final de sua frase.
“… precisa de uma amiga humana e Gabi poderia preencher esse vazio enquanto cuida de você”, as palavras de Valerie ecoaram nos ouvidos de Islinda, chamando sua atenção para a solução prática que ele propôs.
O atrativo da oferta de Valerie era inegável, apesar do perigo que acompanhava. Islinda conheceu algumas Fae incríveis neste reino como Maxi, Isaac, Zaya e Aurelia que lhe mostraram bondade e amizade. No entanto, mesmo em meio à hospitalidade e calor delas, Islinda ainda sentia uma saudade de uma conexão mais profunda com suas raízes humanas.
Ao contrário das Fae, Gabi entendia o que significava ser humano. Ela compartilhava suas experiências, seus medos, suas esperanças e seus sonhos. Em Gabi, Islinda encontrou uma alma gêmea, alguém que poderia se solidarizar com suas lutas e oferecer uma verdadeira companhia nascida da humanidade compartilhada. Islinda achou a oferta difícil de resistir.