Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 528
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528: Um Escravo Servindo Um Escravo 528: Um Escravo Servindo Um Escravo Os olhos de Islinda se arregalaram de choque quando ela exclamou, “V-Você!” Sua boca permaneceu aberta enquanto ela olhava para o mestiço que havia roubado dela ontem. Quando Valerie mencionou que queria que ela encontrasse alguém, o garoto nem sequer lhe passara pela cabeça. De onde ele veio, afinal?
Mas não era só isso. Ao lado do garoto estava Gabi, a amiga humana que ela havia feito no dia anterior. Enquanto Islinda absorvia a cena diante dela, uma mistura de confusão e incredulidade a invadia. Ela havia acordado naquela manhã imaginando que Gabi estaria preocupada com ela, considerando os eventos do dia anterior. Islinda até havia pensado em visitá-la mais tarde. No entanto, lá estava Gabi, ao lado do mestiço na casa de Valerie, deixando-a boquiaberta.
Sem encontrar palavras, o olhar de Islinda subiu para Valerie, pedindo silenciosamente uma explicação. Não havia dúvidas em sua mente de que ele devia ter algo a ver com esse encontro inesperado. Afinal, este era um local escondido, onde estranhos não poderiam simplesmente tropeçar. Gabi e o mestiço não poderiam ter encontrado o caminho até aqui por conta própria; isso tinha que ter sido orquestrado por Valerie.
Antes que Valerie pudesse oferecer uma explicação, o jovem mestiço deu um passo audacioso à frente, atravessando a sala para se aproximar de Islinda. Com uma surpreendente demonstração de humildade, ele se ajoelhou graciosamente diante dela, pegando Islinda de surpresa.
Ela observou, atônita, enquanto ele se apresentava, suas palavras quebrando o tenso silêncio que pairava no ar.
“Milo ao seu serviço, jovem senhorita!” ele declarou, sua voz cheia de sinceridade e um toque de nervosismo. O choque inicial de Islinda deu lugar a uma mistura de curiosidade e cautela enquanto ela trocava um olhar confuso com Valerie, incerta sobre o que pensar desse gesto inesperado do enigmático mestiço chamado Milo. Infelizmente, Valerie não era de grande ajuda, já que ele se divertia com seu estado atordoado.
Percebendo que Valerie não forneceria respostas imediatas, a frustração de Islinda aumentava. Com uma súbita onda de determinação, ela estendeu a mão e agarrou o braço de Milo, com a intenção de puxá-lo para fora de sua posição de joelhos.
“Que absurdo é esse que você está falando agora, por favor levante-se,” ela exigiu, seu tom uma mistura de exasperação e urgência.
Apesar dos esforços de Islinda, Milo permaneceu firme, recusando-se a sair de sua posição de joelhos. A frustração de Islinda se aprofundou enquanto ela lutava para movê-lo, apenas para encontrar a surpreendente força do mestiço. Aí lhe caiu a ficha do verdadeiro alcance de suas capacidades, uma percepção que a deixou momentaneamente estupefata. Com um gemido de esforço, Islinda, a contragosto, admitiu a derrota, soltando o braço de Milo e dando um passo para trás, seu ímpeto vacilando diante da determinação inabalável dele.
“Isso é uma piada ou o quê? Por que você está fazendo isso?”
Enquanto Islinda ficava ali, cada vez mais impaciente, Milo finalmente levantou os olhos para encontrar os dela, embora não sustentasse por muito tempo o olhar.
Com um comportamento educado, ele respondeu, “A jovem senhorita salvou a vida de Milo quando ele não a merecia, depois de roubar de você. É costume que eu retribua o favor servindo a senhorita com minha vida.”
Suas palavras transmitiam uma sinceridade que suavizava o modo de Islinda, amenizando momentaneamente seu aborrecimento. No entanto, isso não significava que estava tudo bem.
“Certo,” Islinda respondeu, seu tom firme, mas compreensivo. “Eu admiro sua resiliência, lealdade e coragem. No entanto, você não precisa me pagar nada. Eu apenas o defendi porque os guardas Fae estavam sendo tiranos, e era necessário que alguém os colocasse em seu lugar. Eu fiz isso por todos. Então é isso, você não precisa me pagar, Milo.” As palavras de Islinda eram carregadas de convicção, seguras de que sua explicação balançaria a determinação de Milo e aliviaria qualquer sensação de obrigação persistente.
Mas, para seu maior choque, Milo permaneceu firme em sua resolução. “Não! Minha vida pertence a você e somente a você, senhora Islinda!” ele insistiu, suas palavras carregando uma solenidade que deixou Islinda sem fala.
“S-senhora Islinda?” Islinda murmurou incrédula, sentindo uma dor de cabeça começar a formar. O título inesperado apenas adicionou ao seu espanto, deixando-a sem palavras.
Seu olhar então mudou para Gabi, que estava próxima, e Islinda não pôde evitar um gemido interno. “Por favor, não me diga que você também está aqui para me servir,” ela implorou, esperando contra a esperança que a presença de Gabi não estivesse ligada a outra declaração de servidão.
Gabi deu de ombros sem preocupações, seu tom carregado de uma pitada de preocupação. “Alguém obviamente precisa cuidar de Milo, e pelas minhas descobertas, você parece ser um ímã para o perigo, Islinda,” Ela observou, enfatizando o nome de Islinda de forma pontuada.
Islinda não pôde deixar de notar a ênfase que Gabi colocou em seu nome, sugerindo que ela sabia mais sobre ela do que havia inicialmente revelado durante seu primeiro encontro. Isso deixou Islinda sentindo-se exposta e vulnerável, percebendo que seus segredos podem não estar tão ocultos quanto ela esperava. Não que houvesse mais necessidade disso, considerando que elas estavam aqui agora. Mas então, esse segredo deveria ter sido dela revelar, não de Valerie.
Um silêncio tenso envolveu o quarto por um momento fugaz antes de Islinda agarrar rapidamente o braço de Valerie. “Nos dê licença por um minuto,” ela falou, seu sorriso forçado e desprovido de calor, mal alcançando seus olhos. Com determinação marcada em suas feições, Islinda conduziu Valerie para longe do grupo, seus movimentos rápidos e determinados enquanto buscava um momento de privacidade longe de ouvidos indiscretos.
Embora estivessem fora do alcance de ouvido dos outros, Islinda ainda falou em sussurros, atenta aos sentidos aguçados de Milo como um mestiço. “Qual é o significado disso?! Como você pode tomar tais decisões sem o meu consentimento?” A voz de Islinda estalou de fúria, sua raiva palpável enquanto confrontava Valerie. Sua frustração por ser mantida no escuro e ter decisões tomadas em seu nome sem sua participação transbordou, alimentando sua veemência ardente.
Valerie permaneceu composto enquanto explicava, sua voz calma e estável. “O mestiço se aproximou de mim quando fui liberar você da cela em que estava detida. Você estava inconsciente quando ele jurou lealdade. Ele pretende servi-la.”
“Servir-me uma ova!” Islinda cuspiu, sua frustração fervendo. Ela não pretendia ser dura com Valerie, mas a decepção nele era evidente em seu tom. Ele havia permitido que essa situação se desenrolasse sem consultá-la, deixando-a se sentir traída e impotente.
“Eu preciso lembrá-lo de que ainda sou escrava de Aldric, ou você esqueceu disso?” ela questionou, sua voz carregada de frustração e amargura. “Como um escravo pode servir a outro escravo?”
“Tecnicamente, você pertence a Aldric, o que significa que eles pertenceriam a Aldric também, até o momento em que você não mais o servir.” Ele disse, destacando as minúcias da Lei Fae.
“Não,” Islinda declarou firmemente, sua voz tingida de resolução à medida que um calafrio a envolvia.
“Islinda—” Valerie começou, mas ela o interrompeu.
“Eu não vou deixar que isso aconteça,” ela declarou, sua voz resoluta e intransigente. Ela não ficaria de braços cruzados e permitiria que alguém mais fosse submetido aos caprichos deste reino opressivo.
“É a escolha deles, Islinda, e você não pode tomá-la deles, especialmente de Milo. Ele é inteligente e já sabia no que estava se metendo quando decidiu servi-la,” Valerie tentou raciocinar com ela.
“Não, eles não sabem no que estão se metendo,” Islinda retrucou, sua raiva brilhando em seus olhos. “Aldric me deixou viver porque sou útil para ele. Ele não pode me machucar porque precisa de mim viva se vai me usar contra você,” ela confessou, sua voz tingida de frustração e medo.
Valerie piscou em reação à revelação de Islinda, sua expressão traía nenhuma surpresa enquanto absorvia a gravidade de suas palavras. Embora já estivesse ciente dos planos sinistros de seu irmão Aldric, ouvir a verdade de Islinda em voz alta apenas reforçou a gravidade da situação deles.
Islinda continuou, “Mas aqueles dois…,” ela começou, apontando na direção de Milo e Gabi. “Ele não tem uso para eles. Se alguma coisa, você acabou de me prender a Aldric porque ele faria qualquer coisa sabendo que tem a vida deles nas mãos, e eu não teria o sangue deles derramado por nada.”
Sua voz tremia com uma mistura de raiva e desespero enquanto ela dizia, “Sem mencionar, Aldric nunca os acolheria em sua casa. Seu irmão já é paranoico o suficiente. O que eles fazem então, vivem do lado de fora ou esperam pacientemente até o dia que eu for libertada, o que talvez nem aconteça? Como você pode manter pessoas em servidão assim?”