Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 526
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526: Outro Tempo, Outro Lugar 526: Outro Tempo, Outro Lugar Valerie, concentrado em preparar uma refeição, pronunciou com um tom calmo, porém confiante, “Você está aí embaixo,” dirigindo-se a Islinda sem desviar o olhar para ela.
Islinda aproximou-se silenciosamente, ciente de que sua presença não havia passado despercebida pelo Fae. Ela não ficou surpresa com a apurada percepção de Valerie; afinal, os Fae eram conhecidos por seus sentidos superiores. Parada ao lado do príncipe do verão, ela ofereceu sua ajuda, “Você precisa de ajuda com alguma coisa?”
A resposta de Valerie vacilou enquanto seu olhar se desviava em direção a Islinda, seus olhos se arregalando de surpresa. “Não, eu não… acho que preciso de uma,” ele conseguiu terminar suas palavras, com um tom levemente atrapalhado. A visão inesperada de Islinda parecia ter momentaneamente o desequilibrado.
As bochechas de Islinda coraram ao sentir a intensidade do olhar de Valerie, levando-a a se mexer desconfortavelmente onde estava. Com um nervoso coçar na parte de trás da cabeça, ela olhou timidamente para Valerie, perguntando, “Eu pareço tão estranha?”
“Si—Não!” A resposta de Valerie saiu como um grito, seu próprio embaraço evidente enquanto seus olhos permaneciam fixos nela. A intensidade inesperada do momento parecia tê-lo pegado desprevenido, aumentando o constrangimento da troca.
Islinda havia reunido seu cabelo em um rabo de cavalo, um ato aparentemente simples que, no entanto, chamou a atenção de Valerie. Acostumado a vê-la com os cabelos soltos, especialmente desde que se encontraram durante a fria estação do inverno, quando ela buscava calor, a visão dela em um estilo tão casual o deixou momentaneamente atordoado.
A simplicidade do rabo de cavalo realçava a marcante estrutura óssea de Islinda, deixando Valerie momentaneamente sem fala. Seu olhar demorou-se em seu pescoço esbelto, um lembrete de seus momentos íntimos juntos, acendendo memórias que ele lutava para afastar. Ele não podia deixar de se lembrar da sensação de beijar a delicada coluna de seu pescoço, e os pensamentos traiçoeiros que se agitavam dentro dele.
Pelos deuses! Valerie repreendia a si mesmo por já ter uma reação física lá embaixo que servia para aumentar seu desconforto, sabendo que Islinda não estava receptiva a tais avanços. No momento.
“Não?” O olhar inocente, porém cativante de Islinda encontrou o de Valerie, sua cabeça inclinada levemente em curiosidade.
A garganta de Valerie apertou enquanto ele observava a aparência de Islinda mais uma vez, seu olhar demorando-se nela com uma mistura de admiração e anseio. “Você está perfeita,” ele sussurrou, sua voz mal passando de um sussurro, incapaz de esconder a sinceridade por trás de suas palavras.
A intensidade no olhar de Valerie fez Islinda corar e desviar os olhos. Por que ele a estava olhando daquela maneira? Eles não estavam mais juntos. Ela não havia prendido o cabelo para seduzi-lo; era apenas para ocultar a mecha de cabelo branco que havia aparecido.
Islinda poderia, de alguma forma, sentir isso,
Valerie estava começando a suspeitar que havia algo estranho nela.
Se ele notasse a mudança em seu cabelo, ele poderia começar a interferir em seus assuntos, algo com que ela não estava pronta para lidar.
Um silêncio tenso pairou entre eles enquanto eles se olhavam, Islinda sentiu o calor no olhar de Valerie intensificar, causando um turbilhão de nervosismo em seu estômago. Não era porque ela nutria sentimentos por ele, mas sim pela antecipação de ter que rejeitá-lo, o que ela sabia que seria constrangedor e embaraçoso.
Felizmente, Valerie quebrou o silêncio limpando a garganta e dispersando parte da tensão no ar. “Você deveria ir sentar-se na área de jantar. Eu já terminei aqui,” ele sugeriu, fornecendo uma oportunidade bem-vinda para desviar o foco da estranheza do momento. Islinda concordou com um aceno, aliviada por ter um motivo para escapar do constrangimento de seu breve encontro.
Perdida em seus pensamentos, Islinda fez seu caminho para a sala de jantar, com a mente ocupada pelas recentes interações com Valerie. De repente, foi tirada de seu devaneio ao encontrar o olhar penetrante de olhos azuis de um certo gato Wrry. Assustada, Islinda quase gritou, seu coração acelerando com o encontro inesperado.
Príncipe Wayne já estava confortavelmente sentado, suas pupilas azuis verticalmente alongadas fixas em Islinda com um escrutínio intenso que enviou um calafrio por sua espinha. Apesar de seus esforços para permanecer composta, Islinda não conseguiu dissipar a sensação de inquietude que o olhar do gato instilava nela. Ela tinha que admitir, havia momentos, como agora, quando a presença do gato Wrry a deixava assustada.
Assustada com o súbito susto, Islinda se desviou de sua rotina usual e sentou-se em frente ao Príncipe Wayne ao invés de ao lado dele, como ela tipicamente fazia. Com um olhar cauteloso, ela se encontrou analisando seu adorável gato Wrry pela primeira vez, um senso de suspeita infiltrando-se em seus pensamentos.
O sonho recente abalou Islinda até o âmago, fazendo-a questionar tudo que pensava saber sobre si mesma e sua realidade. Nesse estado de consciência aguçada, até mesmo o Príncipe Wayne, no qual ela sempre confiou, estava sob suspeita.
Conforme os pensamentos de Islinda aceleravam, ela não conseguia esquecer a decepção de Aldric no reino humano, onde ele se disfarçou como Eli. Isso encorajou o pensamento em sua mente: E se seu aparentemente comum gato Wrry guardasse segredos além de sua compreensão?
A enigmática conduta do Príncipe Wayne adicionou outra camada de incerteza. Sua natureza misteriosa, inteligência e travessuras ocasionais ecoaram traços que ela associava aos Fae, levantando dúvidas sobre suas verdadeiras intenções. Seria ele meramente um gato Wrry, ou seria algo mais?
Como se para exacerbar a situação, Príncipe Wayne escolheu aquele momento para subir na mesa, sua intrusão inesperada perturbando a atmosfera já tensa. Normalmente, Islinda teria imediatamente enxotado ele da mesa e o repreendido por seu comportamento, mas ela se encontrou imobilizada por uma curiosa mistura de intriga, antecipação e medo.
Com cada passo graciosamente, Príncipe Wayne se aproximou de Islinda, seus movimentos fluidos e deliberados. Logo, ele estava diretamente na frente dela, seus olhos amendoados hipnotizantes fixos nos dela. Islinda prendeu a respiração enquanto encarava as profundezas de seu olhar enigmático, incapaz de desviar os olhos.
Com as costas rígidas de tensão, Islinda sentiu como se estivesse perscrutando a própria alma do gato Wrry, procurando qualquer indício ou sinal de que ele era mais do que parecia ser. Com cada momento que passava, o ar entre eles crepitava com uma tensão não expressa,
deixando Islinda tensa enquanto aguardava qualquer revelação que o Príncipe Wayne pudesse oferecer.
À medida que Islinda continuava a escrutinar os olhos hipnotizantes do Príncipe Wayne, uma calor peculiar a envolveu, envolvendo-a em uma sensação de familiaridade e conforto. Apesar de sua apreensão inicial em relação ao gato Wrry, todos os traços de medo haviam se dissipado, deixando-a cativada pelo charme e graça do Príncipe Wayne.
Aproximando-se, Islinda se viu perdida nas profundezas de seus olhos azuis, cada olhar a puxando mais profundamente para seu abraço tranquilizador. Era como se ela já conhecesse esses olhos antes, sua familiaridade puxando nas bordas de sua memória. Ela vasculhou o cérebro, procurando desesperadamente pela fonte desta conexão inexplicável.
E então, em um súbito momento de clareza, o reconhecimento amanheceu sobre ela como um raio. A realização a atingiu com tanta força que ela sentiu seu fôlego preso na garganta. Aqueles olhos – os mesmos olhos que agora a encaravam de volta com tanta profundidade e intensidade – ela os havia visto antes, em outro tempo, em outro lugar.