Unidos ao Príncipe Cruel - Capítulo 521
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521: Com Medo do Que Ela Estava Se Tornando 521: Com Medo do Que Ela Estava Se Tornando Valerie estava completamente absorto examinando seu rosto no espelho, a testa franzida em profunda concentração, tanto que não notou a aproximação de Islinda até ela falar.
“É tão ruim assim, né?”
Sobressaltado, Valerie quase pulou fora de sua pele com o som da voz dela atrás dele. Virou-se para encará-la, momentaneamente surpreso pela proximidade dela. Pôde ver a preocupação gravada em suas feições, espelhada em seus olhos arregalados enquanto esperava sua resposta.
“Não,” respondeu Valerie defensivamente, seu tom firme ao se recusar a deixar Islinda carregar a culpa pelo incidente. “Você estava se debatendo em seus sonhos. Não é só você. Eu devo ter me arranhado no processo,” alegou, tentando aliviar suas preocupações e absolvê-la de qualquer responsabilidade.
Mas Islinda viu através de sua tentativa de protegê-la da culpa e não suportava a ideia de ele assumir a responsabilidade pelo que ela tinha feito.
“Valerie, eu—” Islinda começou, sua voz preenchida com urgência enquanto buscava enfrentar a situação diretamente.
“Acho que sujei de sangue,” Valerie interrompeu-a rapidamente, seu tom evasivo enquanto olhava para baixo, para sua túnica manchada. “Preciso ir me limpar. Você deveria fazer o mesmo, depois desça para o café da manhã. Tenho certeza que você está faminta,” sugeriu, antes de sair abruptamente do quarto, cortando efetivamente qualquer chance de Islinda responder.
Deixada sozinha, Islinda suspirou pesadamente, seu coração pesado por uma mistura de culpa e frustração. Ela sabia, no fundo, que Valerie estava apenas encobrindo por amor, e não tinha evidências que sugerissem o contrário. Mas Islinda sabia que tinha sido ela quem o arranhou. Agora Valerie começaria a suspeitar dela. Que os deuses a ajudem, por que sua vida era tão complicada?
Com o coração pesado, Islinda abaixou o olhar para suas mãos trêmulas, as mesmas mãos que haviam infligido dor em Valerie. Uma pontada de culpa torceu seu peito enquanto ela traçava seus dedos, notando uma mancha carmesim manchando sua mão. Caiu a ficha de que esse sangue deveria ser de Valerie quando ela arranhou seu rosto.
Normalmente, Islinda teria descartado o sangue sem um segundo pensamento, lavando-o sem hesitação. Mas dessa vez era diferente. Uma sensação peculiar se agitou dentro dela enquanto ela olhava, fixada na tonalidade carmesim, sua garganta apertando com uma sede inesperada. Com uma mão trêmula, ela aproximou o dedo de seus lábios, sentindo uma vontade inexplicável de provar o gosto metálico do sangue. Era um impulso bizarro, um que tanto fascinava quanto a perturbava, mas ela não podia resistir à estranha atração que a compelía a ceder a esse desejo proibido.
Com um sobressalto, Islinda se recompôs, sua mente girando com descrença no pensamento perturbador que momentaneamente a consumiu.
“Não!” exclamou em voz alta, sua voz tremendo com uma mistura de horror e confusão.
Mas, apesar de sua firme resolução, seu olhar involuntariamente voltou para sua mão, e ela sentiu um nó formar-se em sua garganta ao engolir com dificuldade. Veias sobressaiam contra sua pele, uma manifestação visível de sua luta interna contra esse desejo inexplicável. Sentia como se fosse morrer se não provasse, a noção enviando arrepios por sua espinha enquanto ela lutava contra a vontade esmagadora.
Em um momento de fraqueza, Islinda sucumbiu à vontade avassaladora, levantando o dedo aos lábios trêmulos e provando o gosto metálico do sangue. Um arrepio de prazer perverso correu por ela à medida que o sabor dançava pela sua língua, fazendo um gemido baixo e gutural de satisfação escapar dos seus lábios entreabertos.
Suas pálpebras se fecharam, envolvendo-a em um casulo de indulgência deliciosa enquanto ela se entregava à sensação intoxicante. Incapaz de resistir ao desejo insaciável que a consumia, Islinda começou a lamber metodicamente cada um de seus dedos, seus movimentos tornando-se cada vez mais fervorosos enquanto buscava saciar seu novo desejo. A fome por mais, por uma imersão mais profunda nesse prazer proibido, pulsava dentro dela, impulsionando-a a persegui-lo com fervor quase desesperado.
Em um súbito momento de clareza, o olhar de Islinda encontrou seu reflexo no espelho, e um grito de horror escapou de seus lábios enquanto ela recuava chocada com a visão diante dela. A realização do que acabara de fazer passou por ela como uma onda fria, enviando tremores de medo por seu corpo.
O sangue que outrora manchara sua mão havia desaparecido, limpo pela sua própria língua. Agora, tudo o que restava era a consciência nauseante do quão fundo ela havia descido.
Islinda engasgou em nojo, uma compreensão perturbadora infiltrando-se em sua mente, enviando arrepios por sua espinha. Apesar do enjoo que a dominava, Islinda não podia negar a desconcertante verdade que se escondia dentro de seu subconsciente: ela não sentia repulsa pelo gosto do sangue.
Um temor frio assentou-se sobre ela como um cobertor sufocante enquanto a memória do demônio de seu sonho relampejava diante de seus olhos. O tempo parecia ter parado enquanto Islinda congelava no lugar, um frio percorrendo suas veias, congelando seu sangue com o reconhecimento horrível do que ela estava se tornando.
De jeito nenhum.
Isso era impossível. Isso não fazia sentido. Ela não era algum demônio. Essa era a memória de outra pessoa plantada em sua cabeça. Se fosse um demônio, ela saberia. No entanto, enquanto Islinda lutava contra a turbulência interior, seu olhar foi atraído mais uma vez para o espelho, e o que viu lá fez sua respiração parar.
Inicialmente descartando como um mero truque de luz, Islinda se aproximou cautelosamente do espelho para um olhar mais atento. Enquanto examinava seu reflexo, a verdade se tornou inegável. Lá, entre mechas mais escuras de seu cabelo, havia uma mecha branca distinta, marcante contra o restante de seus fios.
Parecia como se alguém tivesse propositalmente tingido aquela parte de loiro, começando pela raiz. Confusão e descrença a invadiram enquanto ela lutava para entender como tal coisa poderia ter acontecido. Ela sabia que não tinha tingido o cabelo, e não conseguia entender por que Valerie faria tal coisa sem o conhecimento dela.
Com pânico crescente, os dedos de Islinda se moveram freneticamente por seu cabelo, tentando esconder o contraste gritante da mecha branca contra seus fios castanhos. Apesar de seus esforços desesperados, a anomalia permanecia obstinadamente visível, zombando de suas tentativas de escondê-la.
Na pressa de recuar da visão perturbadora, Islinda perdeu o equilíbrio e, com um gás, tombou no chão em um monte desajeitado, seu coração batendo com medo e confusão enquanto ela lidava com as mudanças inexplicáveis que se desenrolavam dentro dela.
O corpo de Islinda tremia de medo, sua mente correndo com confusão e descrença. Ela podia sentir, bem no fundo, que havia algo seriamente errado com ela. Algo estava mudando dentro dela, como se tentasse tomar conta de todo o seu ser.
No entanto, Islinda se agarrou desesperadamente à noção de que tudo era apenas uma coincidência, que ela era simplesmente uma mestiça humana e não estava conectada a algum demônio abusado em um passado obscuro. No entanto, as evidências perturbadoras diante de seus olhos se recusavam a ser ignoradas, deixando-a tremendo com um profundo sentimento de pavor. Islinda estava com medo do que estava se tornando.