Uma Noite Selvagem - Capítulo 60

60: Buscando Conselhos 60: Buscando Conselhos Lucy não se importou em se levantar. Seu coração ainda estava acelerado e seus joelhos ainda estavam fracos. O que diabos acabara de acontecer? Algo possuía Tom? Por que ele a estava confundindo? Às vezes ele era um bom rapaz, e em outros momentos ele agia como um bad boy. O que ele era?

Lucy esfregou os olhos e tentou relaxar seu corpo, que ainda estava muito tenso, respirando pelo boca. Ela sabia que precisava conversar com alguém sobre o que acabara de acontecer entre ela e seu motorista, caso contrário, temia que seu cérebro fosse explodir. Ela pegou seu telefone, querendo ligar para a Sonia, mas mudou de ideia rapidamente. Conhecendo Sonia, ela sabia exatamente o que esperar dela.

Sonia ficaria muito animada com essa nova reviravolta dos acontecimentos e começaria a construir castelos no ar. Sonia então começaria a procurar maneiras de fazer seu navio imaginário navegar.

Com quem mais ela poderia falar além de Sonia? Provavelmente Lucas. Seu irmão gêmeo era seu melhor amigo homem, e talvez um homem entendesse melhor como a mente de Tom estava funcionando no momento.

Ela pegou seus óculos do sofá onde Tom tinha deixado cair, e os colocou na mesa, antes de guardar a garrafa de vinho e a caixa de pizza, que ainda continha cerca de seis pedaços de pizza, na geladeira. Graças a Tom, seu apetite havia desaparecido completamente. Depois de guardar tudo na geladeira, ela entrou em seu quarto e sentou-se na cama antes de discar o número de Lucas.

Lucas estava sentado na sala de estar assistindo a uma novela com a noiva quando seu telefone começou a tocar, “Eu realmente espero que não seja o hospital”, disse Lucas quando Raquel se levantou para pegar seu telefone que estava carregando perto da televisão.

“Não. É a sua gêmea” Raquel o informou ao entregar o telefone a ele.

“Ei! Como você está?” Lucas perguntou logo depois de receber a ligação dela.

“Estou bem. Você está muito ocupado no momento? Eu posso ligar de volta mais tarde”, disse Lucy, apologética. Sendo médico, ela sabia que ele estava quase sempre ocupado, então tentava não ligar para ele com frequência, a menos que fosse muito importante.

“Não, não estou. Não estou de plantão esta noite. Raquel está aqui comigo, você quer dizer oi?” Ele perguntou, referindo-se à sua noiva.

Como se ele esperasse que ela recusasse quando acabara de mencionar que ela estava ali ouvindo sua conversa, Lucy pensou revirando os olhos antes de dizer: “Claro.”

Durante seus dias de colégio, Raquel tentou se colocar entre ela e Lucas, e mesmo que Lucy tivesse perdoado Raquel pelo bem de seu irmão, ela não conseguia esquecer o que Raquel havia feito, então o relacionamento deles ainda estava tenso.

Lucas entregou o telefone à sua noiva, “Oi Lucy! É tão bom falar com você”, Raquel cumprimentou em um tom muito amigável.

Lucy tentou parecer amigável pelo bem de Lucas, que sabia que estava se esforçando para alisar o relacionamento entre sua irmã gêmea e o amor de sua vida, “Igualmente. Como tem sido o trabalho?” Lucy perguntou a Raquel, que era farmacêutica.

“Nada mal. Eu espero que você tenha se instalado bem?! Talvez um dia desses iremos visitá-la para ver como você está.”

“Talvez”, respondeu Lucy, esperando que Raquel devolvesse o telefone para Lucas, agora que elas terminaram o bate-papo. Ela realmente não era o tipo que gostava de conversas fiadas, mas Raquel parecia gostar disso, mesmo que não fossem muito próximas.

“Então, como é Ludus?” Raquel perguntou, querendo continuar a conversa.

Lucy fez uma careta: “Tenho certeza que você descobrirá quando me visitar. Você se importa em entregar o telefone ao meu irmão? Preciso falar com ele sobre algo importante”, explicou Lucy, com tanta educação quanto podia.

“Ah! Claro então”, disse Raquel, e rapidamente devolveu o telefone a Lucas, não antes de dizer a ele que Lucy disse que queria contar algo importante.

“Está tudo bem?” Lucas perguntou preocupado enquanto se desculpava com Raquel.

“Bem, eu preciso da sua opinião sobre algo. É sobre uma amiga…”

“Sonia?” Lucas perguntou, já que Sonia era a única amiga de Lucy.

“Não. Você não a conhece. Ela é amiga de minha colega aqui”, Lucy mentiu, fazendo Lucas franzir a testa.

“OK… O que tem a sua amiga? Ela está doente?”

“Não. Não é relacionado à saúde. O caso é que ela conheceu um cara em um clube e eles deveriam ter uma noite apenas. Agora, o cara acontece de ser seu vizinho e motorista no trabalho, mas segundo ele, não se deitou com ela porque ela estava bêbada e era a primeira vez dela…”

Lucas franziu a testa: “Vizinho e motorista? Como isso é possível? Você tem certeza de que ele não está perseguindo-a?”

“Não achamos que seja isso. Embora ela tenha pensado isso no começo. Mas, ele estava morando no prédio antes de ela se mudar, então, não tem como ele estar perseguindo-a. E também não há como ele ter conseguido um emprego na empresa dela só para ser seu motorista em dois dias que ela começou a trabalhar lá, certo?” Lucy perguntou pensativa.

“Wow! Acho que eu conheço essa amiga da sua colega. O nome dela não é Lucinda Perry, por acaso?” Lucas perguntou divertido.

“Não sou eu. É uma amiga de uma amiga!” Lucy se defendeu, fazendo Lucas rir.

“Ah? Não é mais uma amiga da colega? Ok. Eu acredito em você. Prossiga.”

Lucy escolheu ignorar o sarcasmo que ela claramente ouvia em seu tom, “Bem, agora ele diz que tem de ser o primeiro amante dela, já que era ele quem deveria ter feito isso na primeira vez”, Lucy não pôde deixar de se sentir tola ao falar.

“Ok. E o que essa amiga da amiga que se parece exatamente com você acha?” Lucas perguntou, fazendo Lucy cerrar os dentes.

“Eu disse que não sou eu”, ela retrucou com raiva.

“Eu também não disse que é você, não foi? Só estou dizendo que ela parece muito com você. Então vá em frente, o que ela acha?” Lucas perguntou novamente, curioso.

“Bem, ele é o motorista dela, lembra? As coisas serão estranhas entre eles. Além disso, ele está interessado em um relacionamento com outra pessoa. E ele tem a atenção de várias mulheres. Eles também são vizinhos, então vai ser estranho”, disse Lucy.

“É isso que ela acha? Essas são as razões pelas quais ela não quer ficar com ele? Ou talvez ela tenha medo de se envolver emocionalmente com ele, então está se escondendo atrás dessas desculpas?” Lucas perguntou, fazendo Lucy franzir a testa.

“Não! Ela nem gosta dele tanto assim,” Lucy corrigiu rapidamente.

“Então, qual poderia ser o problema? Imagino por que ela escolheu ter um caso de uma noite com ele em primeiro lugar. Ela não contou a você por que, não foi?”

Sabendo que, se dissesse a ele a verdade sobre a noite de aniversário, ele descobriria que era ela, Lucy decidiu não contar: “Não, ela não contou.”

“Acho que o cara gosta dela”, disse Lucas depois de algum tempo.

“Ele não gosta. Já te falei que ele gosta de outra pessoa”, Lucy o lembrou.

“Parece que você conhece o cara pessoalmente.”

“Não, eu não conheço. Só estou te contando o que ela disse. Então, o que você acha?” Lucy perguntou, impaciente.

Lucas pensou por um momento e teve a sensação de que toda a situação não era uma simples coincidência, mas não sabia como explicar de outra forma. Talvez fosse destino? Ele gostou que o homem, quem quer que fosse, não tivesse tocado em sua irmã enquanto ela estava bêbada. Mostrava que era uma pessoa disciplinada, e se alguém fosse ficar com sua irmã, ele preferiria que fosse alguém assim.

“Bem, concordo com ele. Se alguém tem que fazer isso, pode ser ele também. Afinal, ele merece,”