Uma Noite Selvagem - Capítulo 45

45: Linda Psicopata 45: Linda Psicopata Mia estava ardendo de raiva quando seu táxi parou em frente ao apartamento de Bryan. Ela teve que cancelar seu encontro por causa dos livros que ele pediu para ela buscar. Ela passou de uma livraria à outra procurando por eles, e quando finalmente os encontrou, já estava muito tarde.

Ela não precisou bater na porta, pois já sabia o código de acesso em caso de emergência, então destravou a porta e entrou no apartamento. Ela colocou um sorriso forçado no rosto ao se aproximar dele, que estava sentado na sala de jantar, digitando no laptop. “Aqui estão os livros que você pediu,” ela disse, largando-os ao lado dele no sofá.

“Você pode ir embora”, disse Bryan, sem sequer olhar para ela, enquanto continuava o que estava fazendo.

Mia continuou onde estava, esperando que ele pelo menos levantasse a cabeça e reconhecesse sua presença, mas como ele não fez isso depois de um tempo, ela balançou a cabeça e foi em direção à porta, prometendo a si mesma que iria pedir demissão do trabalho após receber seu próximo pagamento.

“Mia?” Bryan chamou antes que ela chegasse à porta, e ela se virou para olhá-lo com uma expressão carrancuda.

Bryan arqueou uma sobrancelha ao notar a maquiagem no rosto dela, “Não acho que você esteja indo a um encontro, não é?” Bryan perguntou, reparando em sua roupa.

“Estava, mas tive que cancelar por causa dos seus importantes livros que não podiam esperar,” ela respondeu de má vontade.

“Um namorado ou um encontro às cegas?” Bryan perguntou, já que não tinha ideia se ela estava ou não em um relacionamento. Ele não era do tipo que se envolvia nos negócios de seus funcionários.

As sobrancelhas de Mia se juntaram em confusão, “Encontro às cegas”, ela disse, esperando ouvir por que ele estava perguntando e o que ele queria dizer.

“Bem, você deveria agradecer pelo fato de eu ter feito você cancelar. Seu encontro às cegas teria ido na direção oposta depois de dar uma olhada em você com essa roupa horrível,” Bryan disse, olhando-a com desaprovação.

“O que há de errado com o que estou vestindo?” Mia perguntou confusa.

“Suas cores não combinam e a saia é simplesmente feia, com muitos babados. Vendo sua saia, estou feliz que você só use calças sociais para trabalhar”, afirmou Bryan, dirigindo seus olhos aos livros que ela havia largado.

Mia olhou para suas roupas incerta. Ela não sabia o que dizer para ele, então apenas apertou os lábios. Ela gostava de acreditar que era uma fashionista e talvez ele estivesse dizendo aquilo simplesmente porque não entendia de moda feminina.

“Da próxima vez que marcar um encontro, me avise com antecedência e talvez possamos conseguir algo melhor para você vestir e compensar o fato de ter feito você cancelar sua programação. E assim eu não interfiro em seus planos,” disse Bryan, e Mia sentiu sua raiva se dissipar.

Essa era uma das coisas que ela estava aprendendo sobre Bryan. Ele podia ser insensível e sensível ao mesmo tempo. Somente devido a momentos como esses em que ele agia como uma pessoa decente ela conseguia trabalhar para ele nos últimos dezoito meses.

“Obrigada,” Mia murmurou, virando-se para sair, sabendo que era o melhor pedido de desculpas que poderia esperar.

“Não se esqueça de enviar o pacote para o escritório do meu irmão amanhã. O nome no pacote deve ser Harry Jonas,” Bryan disse.

“Eu não esqueci,” Mia garantiu a ele.

“Certo. Obrigado,” Bryan disse, pegando um dos romances de Sonia.

Havia uma foto dela na contracapa. Ela estava vestida com um vestido branco sem alças, e seu longo cabelo loiro estava preso em um rabo de cavalo enquanto ela sorria diretamente para a câmera, seus olhos verdes brilhando com malícia, “psicopata bonita”, ele murmurou, encarando sua foto.

Uma pequena ruga apareceu em sua testa quando seus olhos caíram na breve nota escrita sobre a autora, mas que não continha praticamente nada sobre ela como pessoa, mas sim sobre ela como escritora e seus outros livros, “Gosta de ficar escondida, hein?” Bryan perguntou a ninguém em particular, enquanto abria o livro para ver se conseguia obter alguma informação sobre a editora e o editor.

Ao menos encontrou informações sobre a editora e anotou em seu bloco de notas. Ele iria entrar em contato com eles amanhã, já que já estava tarde. Por enquanto, ele se perderia no livro e veria quais surpresas sua noiva psicopata tinha nas páginas.

O romance que estava lendo era de fantasia, intitulado “A Bruxa E O Seu Caçador”. Era sobre um rei que aboliu o uso de feitiçaria e magia no reino por causa das bruxas malignas e criou um comitê de caçadores que consistia nos homens mais poderosos do reino. Ele ordenou a execução da líder de um coven quando ela foi pega usando feitiçaria para salvar a vida de sua filha. A líder do coven tinha olhos de cores diferentes, azul e verde, e pouco antes de ser executada, ela disse ao Rei que adoraria ver como ele executaria sua própria filha. Algumas semanas após sua morte, o Rei descobriu que sua rainha estéril estava grávida, e meses depois ela deu à luz uma bela menina com olhos de cores diferentes, azul e verde. Sabendo o que isso significava e que sua rainha estéril nunca aceitaria que a única filha fosse executada, eles decidiram mantê-la escondida do público, e a equipe do palácio foi instruída a manter em segredo as cores dos olhos da Princesa. Um dia, a pequena princesa saiu escondida do palácio em busca de companheiros para brincar, e todas as outras crianças fugiam dela quando viam seus olhos. Chorando, ela voltou ao palácio, e sua mãe, percebendo que sua identidade havia sido exposta, fugiu com ela do palácio antes que pudesse ser capturada pelos caçadores de bruxas. Ela a levou para uma caverna onde, segundo informações, outras bruxas estavam escondidas e a entregou a elas. As bruxas, sabendo que a menina era a reencarnação de sua líder do coven, usaram sua energia para abrir um portal pelo qual escaparam do reino onde estavam sendo caçadas, em direção ao futuro.

Logo, Bryan se viu absorto na história. Ele decidiu que gostaria de ver a obra adaptada para o cinema, pois a trama era muito interessante.

“Nossa! Ela é boa!” Bryan murmurou enquanto continuava lendo. Ele se perguntou se ela também escrevia roteiros e fez uma nota mental para recomendar os livros dela a alguns produtores de cinema que ele conhecia.