Uma Noite Selvagem - Capítulo 29

29: Descrição do Cargo 29: Descrição do Cargo Lucy se surpreendeu ao ver Tom já ao lado do carro na manhã seguinte. Ele tinha a mão esquerda no bolso enquanto se apoiava no carro com o lado direito do corpo, e seu cotovelo direito estava apoiado em cima do carro. Vendo a maneira como ele estava ao lado do carro, alguém poderia supor que ele era o dono do carro, pensou Lucy secamente.

Ela percebeu que ele estava sorrindo e seguiu seu olhar para ver o que lhe dava tanto prazer, e suspirou quando percebeu duas meninas jovens que pareciam estar no final da adolescência, sorrindo flertando e usando um aspersor para molhar seus tops, tornando-os transparentes o suficiente para revelar seus seios bem definidos. Quão típico!

Tom piscou para as meninas e se virou quando ouviu alguém suspirar: “Bom dia senhora!” Ele a cumprimentou com uma reverência educada e se endireitou conforme ela se aproximava do carro.

Foi então que Lucy percebeu o que ele estava vestindo. Ele estava usando uma camisa branca de manga curta com estampa floral e botões enfiados em calças cinza com um cinto preto e sapato para combinar. Mas não foi apenas sua escolha de roupas que chamou sua atenção, mas sim o fato de ele ter deixado cerca de três ou mais botões superiores de sua camisa desabotoados, revelando um pouco de seu peito que era tão peludo quanto seus braços expostos.

Ela notou o peito cabeludo dele naquela noite? Ela tocou nele? Ela adorava homens peludos… E embora ela nunca tivesse realmente se envolvido com ninguém, ela adorava ler sobre eles e vê-los em filmes.

Tom percebeu que os olhos dela estavam fixos em seu peito e reprimiu a vontade de sorrir. “Ahem!” Ele tossiu enquanto se aproximava dela e estendeu a mão para pegar sua bolsa de mão.

Lucy deu-lhe um sorriso constrangedor, fingindo que tinha se perdido em pensamentos enquanto tentava lembrar se ele tinha dito alguma coisa. Quando ele se aproximou dela, ela percebeu o cheiro de sua colônia. Era realmente masculino e distrativo. Não muito forte, mas forte o suficiente para fazê-la querer enterrar o nariz em seu peito e cheirar seu corpo como um cachorro.

“Bom dia senhora! Posso pegar sua bolsa?” Tom repetiu quando percebeu que ela ainda parecia perdida.

‘Se controle, Lucy!’ Ela ralhou consigo mesma enquanto mentalmente sacudia a cabeça para se livrar daqueles pensamentos irracionais: “Desculpe, você disse algo? Eu estava distraída pensando em um artigo em que estou trabalhando”, disse ela com um sorriso forçado.

Tom olhou para ela com um sorriso divertido, mas apenas acenou com a cabeça, “Tudo bem, senhora. Eu perguntei se posso pegar sua bolsa,”
“Lucy está bom, e você não precisa se preocupar com minha bolsa. Eu consigo, obrigada”, disse ela enquanto se dirigia ao carro e entrava no banco de trás, prendendo o cinto de segurança.

Ela havia planejado andar na frente com ele hoje, mas, vendo que ele estava vestido e seu peito a distraía, ela não queria sentar na frente com ele e ter que ficar olhando para ele, já que sabia que o faria.

“Espero que você tenha tido uma boa noite de descanso?” Tom perguntou enquanto entrava no carro, olhando para ela pelo espelho retrovisor.

“Sim, tive. Como foi seu encontro? Espero que ela não tenha ficado muito brava com você por ter chegado atrasado?” Lucy perguntou enquanto abaixava a janela antes de tirar o telefone de sua bolsa e, em seguida, se ocupou checando seus e-mails e mensagens.

“Foi muito legal”, Tom garantiu enquanto dirigia, e esperou por mais perguntas sobre seu encontro, mas quando não ouviu nada, olhou pelo espelho retrovisor e percebeu que Lucy já estava ocupada com o telefone.

“Legal”, Lucy murmurou depois de algum tempo, mas Tom não tinha certeza se ela estava dizendo isso em resposta ao que ele havia dito ou ao que ela havia visto no telefone, então ele decidiu se concentrar em seu trabalho já que era óbvio que estavam em modo de trabalho agora e não havia necessidade de agir como amigos.

O resto da viagem para o escritório foi em silêncio até que ele dirigiu para o estacionamento da empresa, e então ele tossiu para chamar sua atenção antes que ela pudesse descer do carro, “Eu estava pensando… O que você gostaria de almoçar? Eu posso entregar no seu escritório durante o horário de almoço. Assim você não precisa pular o almoço porque está muito ocupada”, sugeriu Tom.

“Isso não faz parte da sua descrição de trabalho”, ela apontou.

“Eu nunca disse que era. Eu só não quero ter que trabalhar tempo extra, depois do horário de trabalho, como ontem à noite. E não se preocupe, a empresa oferece almoço grátis para os funcionários, então não estou gastando dinheiro que não tenho. Só vou trazer para você já que sou seu motorista e não tenho nada para fazer nesse horário”, disse Tom em um tom tranquilo que fez ela sentir que ele estava com raiva por ajudá-la na noite anterior.

“Se isso é sobre a noite passada, posso garantir que você não precisa se preocupar. Não vou perturbá-lo nunca mais”, ela prometeu.

“Srta. Perry…”

“Eu disse que Lucy está bom!”

“Sim, você disse, desculpe. Então, o que você disse que estou pegando para você no almoço? Ou prefere que eu pegue qualquer coisa que eu achar legal?” Tom perguntou como se tudo o que ela havia dito desde que ele fez a pergunta fosse irrelevante e fora do contexto.

“Eu acabei de dizer, não se preocupe com isso”, disse Lucy com um toque de irritação na voz, enquanto saía do carro e seguia em direção ao prédio.

“Vou pegar um pouco de tudo então”, Tom gritou atrás dela e riu quando ela se virou para encará-lo antes de desaparecer.

“Tão fofa e teimosa”, Tom murmurou para si mesmo com um sorriso.