68: O Livro Vermelho & Diving Deep 68: O Livro Vermelho & Diving Deep Uma garota de cabelos roxos estava sentada confortavelmente em uma cadeira na biblioteca, balançando as pernas para frente e para trás enquanto lia um livro. Seus olhos verdes esmeralda estavam focados nas páginas e justo quando ela estava chegando na melhor parte, Vega, a empregada pessoal de sua mãe, a interrompeu.

Vega tinha cabelos e olhos castanhos e era muito dedicada ao seu papel como empregada pessoal da imperatriz. “Princesa Leira, a Imperatriz quer vê-la no jardim,” disse a empregada.

A atenção de Leira foi capturada pelo som da voz de uma mulher, fazendo suas orelhas felinas tremerem. Deixando o livro de lado, ela cumprimentou a recém-chegada com um sorriso caloroso antes de partir da biblioteca.

Ela foi ao jardim, um local preferido de sua mãe para relaxar. Não demorou muito para chegar lá. Depois de bater na porta, Leira esperou pacientemente por um minuto até que uma empregada a abrisse e pedisse para ela entrar.

“Entre, Princesa. A Imperatriz está em seu lugar habitual. Por favor, siga-me,” disse Vega.

À medida que Leira seguia a empregada para o Jardim, seus olhos se arregalavam de admiração diante da beleza diante dela. O jardim imperial era uma verdadeira obra-prima, com cada árvore, arbusto e flor perfeitamente colocados e cuidados.

Sua mãe tinha controle total sobre o jardim, o que se mostrava em cada detalhe. Leira não podia deixar de sentir admiração e encantamento ao admirar a beleza ao seu redor. As cores eram vibrantes e os aromas eram intoxicantes.

Ela sempre amava vir aqui porque era muito pacífico. Entrando no recinto, ela olhou para sua mãe, Chloe, a Imperatriz do Império Avalon, que estava sentada a uma mesa tomando chá.

Ela não pôde deixar de notar a notável semelhança entre ela e sua mãe, que parecia ser uma versão mais velha dela. Como Leira, ela tinha cabelos roxos vibrantes que chamavam a atenção de todos ao seu redor.

No entanto, ao invés de olhos verdes esmeralda, os olhos de Chloe eram de um tom cativante de roxo que pareciam atrair as pessoas. Enquanto Leira observava a figura curvilínea de sua mãe e o peito volumoso, ela não pôde deixar de se perguntar se puxaria a ela ou à sua avó nesse aspecto.

Sacudindo a cabeça por causa de tais pensamentos bobos, ela se aproximou de sua mãe. “Olá, Botão de Ouro. Você está muito bonita nesse vestido,” disse sua mãe. Leira usava um vestido de princesa predominantemente verde, com a parte de cima em branco.

Ela sorriu para a mãe antes de responder. “Obrigada, Mamãe,” disse Leira. “Vega disse que você queria me ver?”

Chloe fez um gesto para Leira se sentar e ela caminhou até a cadeira e sentou-se enquanto sua mãe falava. “Minha filha, você sabe que as mulheres da família imperial têm um dever para com o Império, e devemos desempenhar nosso dever sem queixas,” disse Chloe.

Leira assentiu, não certa da direção da conversa de sua mãe. A imperatriz continuou, sabendo que sua filha não gostaria do que ela tinha a dizer.

“Recentemente, eu presenciei uma tempestade que foi predita em um tomo da família. Ele prevê a chegada do Rei Dragão Branco. Você conhece a lenda?” perguntou Chloe.

Leira assentiu. Todas as crianças tinham sido contadas as histórias do Rei Dragão. “Sim, Mamãe, eu conheço,” Ela respondeu.

“Bem, meu botãozinho de ouro, eu descobri quem ele é e de onde ele é,” disse Chloe.

Seus olhos se arregalaram em choque ao ouvir as palavras de sua mãe. “Quem é ele?” Leira perguntou.

Chloe sorriu antes de falar. “Ele era o filho do Duque Leonard Ashguard da província ocidental. Ele foi expulso da casa do Duque por ser inepto em mágica e habilidades de espada, então ele se tornou um aventureiro. E pelo que meus espiões me disseram, ele é muito bom nisso,” disse Chloe.

Leira estava confusa sobre por que sua mãe estava lhe contando tudo isso, então ela perguntou. “Desculpa por ser rude, Mamãe, mas por que você está me contando tudo isso?”

Os olhos de Chloe brilharam enquanto ela tomava um gole de seu chá antes de informar a sua filha de cabeça dura sobre seu futuro.

“Leira, meu Botão de Ouro, eu tenho algumas notícias para você,” disse a Imperatriz, sua voz tingida de excitação.

“O que é, Mãe?” Leira perguntou, olhando para cima da xícara de chá enquanto tomava um gole.

“Você vai se casar com o recém surgido dragão branco quando chegar na idade certa,” disse a Imperatriz, um sorriso se alastrando pelo seu rosto.

Os olhos de Leira se arregalaram em choque e incredulidade. “O quê? Eu vou me casar com um dragão? Isso é ridículo!”

“Não é ridículo, Leira. É tradição. E além disso, o dragão branco se tornará um poderoso aliado para nosso reino.” Chloe disse, tentando razoar com sua filha.

“Mas eu não quero me casar com um dragão! Eu quero me casar com alguém que eu ame, alguém que eu escolha!” Leira protestou, sua voz subindo em frustração.

“Eu entendo como você se sente, querida, mas este é nosso dever como membros da família real. Devemos colocar as necessidades de nosso reino acima de nós mesmas.” Chloe explicou.

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[Cidade de Minoa, na Costa do Mar de Ossos]
”Teuila, corre antes que a gente perca eles!”
Uma garota com cabelos curtos azul-claro, olhos azuis oceânicos e uma bela pele morena corria atrás do menino mais velho enquanto gritava. ”Estou indo. Espere por mim, Triton!”
Teuila correu atrás dele enquanto ele pulava no oceano e o seguiu. Ela pulou na água e disparou atrás dele, deslizando pela água como um certo super-herói da Terra. Mas enquanto descia mais fundo, percebeu que os sons usuais do oceano estavam ausentes.

Não havia cardumes de peixes passando por ela, nenhuma fera marinha saltando fora da água, nem baleias cantando ao longe. Estava silencioso demais. Seu coração começou a acelerar ao perceber que algo estava errado.

Ela olhou para o irmão, que parecia perceber sua inquietação. Ele fez um gesto para que ela o seguisse e nadaram em direção a um afloramento rochoso no fundo do mar. Ao se aproximarem, a menina viu um cristal cintilante embutido na rocha.

Era o raro cristal marinho que eles estavam procurando. Mas assim que ela estendeu a mão para tocá-lo, sentiu uma pressão súbita nos ouvidos e uma dor aguda no peito. Ela olhou ao redor freneticamente, tentando descobrir o que estava acontecendo.

E então ela viu. Uma imensa sombra de um Behemot Marinho se aproximou à distância, nadando diretamente em direção a eles. Teuila se posicionou enquanto a fera imensa se lançava em sua direção, seus dentes afiados à mostra e seus olhos ferozmente brilhantes.

Ela sabia que este era o momento pelo qual vinha treinando, o momento em que testaria sua mágica. Com um comportamento calmo e coletado, ela começou a entoar o feitiço que vinha praticando há meses.

Sua voz era firme e forte, e as palavras fluíam sem esforço de seus lábios.

”Das profundezas do oceano azul,
Eu invoco poder, forte e verdadeiro.

Com este feitiço, eu clamo pela explosão,
Para vencer os inimigos e fazê-los durar.

Explosão do Mar Profundo, ouça meu chamado,
Libere seu poder!”
À medida que o feitiço Explosão do Mar Profundo chegava no ápice, uma luz azul brilhante irrompia das mãos da garota. A luz brilhava mais e mais até ficar quase cegante, e então disparou em direção ao behemot marinho com força incrível.

A explosão atingiu a criatura com um rugido ensurdecedor, enviando ondas de choque pela água. A fera foi lançada para trás, seu corpo imenso se contorcendo de dor enquanto lutava para se reequilibrar.

Pareceu ter um efeito poderoso na criatura, fazendo-a se debater descontroladamente e emitir uma série de rugidos guturais. O Behemot Marinho claramente sofreu um duro golpe e agora estava enfraquecido.

Teuila observava enquanto a criatura recuava mais para as profundezas do oceano, seus movimentos lentos e vacilantes. Ela sabia que tinha sido bem-sucedida e que seu feitiço Explosão do Mar Profundo havia se provado uma arma poderosa até mesmo contra os inimigos mais temíveis.

Seu irmão mais velho observava a cena com olhos arregalados. Ele não sabia que sua irmãzinha conhecia tal feitiço. Triton nadou até ela e deu um tapinha em suas costas. ”Bom trabalho, mana. Agora, vamos pegar esse cristal e voltar para a costa. A Tia estará nos esperando.”
Ela assentiu enquanto ambos pegavam o cristal e disparavam em direção à superfície. Eles se lançaram para fora da água e aterrissaram com fortes batidas. Um grupo de soldados correu em direção a eles enquanto o comandante falava. “Não é seguro para vocês, Príncipe e Princesa, se aventurar no Mar de Ossos assim. É muito perigoso.”

As duas crianças olharam uma para a outra e riram antes de Triton responder. “Está tudo bem, Tavita. Nós estávamos bem.”

O comandante não parecia convencido, mas desistiu. Teuila caminhou em direção à carruagem que esperava à beira da estrada. Ela pegou uma toalha de seu anel de armazenamento e se secou antes de pular na carruagem onde sua Tia os aguardava. “Vamos, nós temos que seguir para a cidade portuária de Refúgio Solar.”

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