Uma jornada que mudou o mundo. - Capítulo 1573
Capítulo 1573: Dez Meninas e Um Menino
Archer estava sentado na janela da torre em que as três mulheres estavam, proporcionando uma visão perfeita do Mar Verde. Ele notou enxames de monstros vagando pela paisagem infinita que se estendia até onde ele podia ver. Maeve aproximou-se dele, acariciando o estômago enquanto bebia suco de fruta.
”Agora que o inverno está chegando, devemos continuar a invasão ou esperar até o verão?” A mulher guerreira de cabelos laranja perguntou.
”Espere, os soldados precisam de descanso e de uma pausa do combate constante,” ele respondeu, surpreendendo sua esposa.
”Isso é nobre da sua parte; a maioria dos governantes seguiria em frente, apesar do clima.”
Archer riu das palavras dela. ”A maioria sim, mas não eu, prefiro ter meus soldados cem por cento, em vez de trabalhá-los até a exaustão,” ele revelou, tomando um gole da ale de dragão que Sera lhe deu algum tempo atrás.
”Isso faz sentido,” ela replicou antes de subitamente agradecê-lo. ”Obrigada por sempre vir nos ver, Arch.”
”Não é para isso que serve um marido?” Archer sorriu. ”Mesmo que você seja uma guerreira, ainda é uma mulher que precisa de quem ama.”
As bochechas de Maeve ficaram vermelhas, mas ela riu e falou. ”Sim, você está certo, querido, mesmo que sejamos muitas.”
Depois disso, os dois continuaram conversando sobre a guerra em Orientia e todas as batalhas das quais participaram. Ele sabia que ela liderou as legiões em muitas vitórias, mas houve derrotas ao longo do caminho. Maeve contou-lhe sobre uma emboscada que a Aliança armou para eles, e apenas graças a Inara, eles escaparam.
Ele ficou irritado, mas se acalmou e questionou. ”Por que você me chamou? Todo o harém faz isso?”
A jovem deu de ombros. ”Não queria incomodá-lo, mas no final, escapamos e derrotamos o exército inimigo, não deixando sobreviventes.”
Archer fitou os olhos dela antes de falar para esclarecer as coisas. ”Maeve, você nunca poderia me incomodar. Se você está em apuros, preciso saber. Quero estar lá para você, ajudar de qualquer maneira que eu puder.”
Dando um passo mais perto, ele a envolveu suavemente em seus braços e a beijou com paixão, como que selando seu voto. Maeve sentiu um arrepio de prazer percorrer seu corpo, o calor do toque dele acendendo uma centelha que dançava em sua pele. Ela se entregou ao momento, seu coração acelerando enquanto retribuía o beijo com fome semelhante.
Seus dedos roçaram a barba áspera da bochecha dele, ancorando-se a ele enquanto o beijo se aprofundava. O mundo ao redor deles parecia desaparecer, restando apenas a intensidade de sua conexão, uma promessa silenciosa que falava mais alto que palavras. Uma vez que o casal se separou, Maeve estava radiante.
”Obrigada,” ela sussurrou, encostando a testa na dele. ”Por tudo, meu amor. Estou feliz que você me roubou todos aqueles anos atrás.”
Archer sorriu. ”Também estou, fico feliz que nos encontramos no Colégio da Magia. Eu não ia participar, mas tive sorte de ter ido porque conheci você,” ele revelou.
Quando a mulher de cabelos laranja ouviu suas palavras, seus olhos cinzentos brilharam com amor e admiração antes de se inclinar para outro beijo. Depois, eles se reuniram ao grupo, a conversa voltando-se para o Mar Verde. Enquanto os outros foram dormir, ele ainda estava cheio de energia, teleportando-se para o topo da torre para relaxar em solidão.
Ele apareceu no topo e sentou-se na borda enquanto observava a paisagem do outro lado do rio, apenas para ver um grupo de cavaleiros se aproximando, seus olhos se estreitaram ao perceber que estavam caçando alguns monstros com aparência de cabra. Os guerreiros caçavam com arcos e eram verdes da cabeça aos pés.
”Orcs!” ele pensou animadamente.
Sem perder um segundo, ele convocou suas asas e voou em direção ao grupo para observá-los de perto. Quando fez isso, os Orcs o avistaram e começaram a gritar. ”O Diabo Branco! Corrida!”
‘Hã?’
Perplexo, ele parou de se aproximar dos guerreiros e voltou sua atenção para o cabrito que tinham caçado. Rapidamente reivindicando-o para si, ele se teleportou de volta para a torre. No telhado, ele se preparou para cozinhar o cabrito, enquanto olhava para a formidável fortaleza que suas legiões haviam construído.
Archer começou a trabalhar no telhado da torre, a lua lançando um brilho prateado sobre a fortaleza que se espalhava abaixo. Ele acendeu uma pequena fogueira, suas chamas lambendo o ar noturno, e preparou o cabrito com habilidade, temperando-o com ervas de sua mochila. O aroma logo se misturou à brisa fresca.
Quando a carne chiou, ele abriu uma garrafa de ale de dragão, seu sabor rico aquecendo-o. Tomando um gole profundo, ele se recostou contra o parapeito de pedra, o luar refletindo na garrafa. A fortaleza permanecia resoluta sob o céu estrelado, enquanto ele saboreava o momento tranquilo, o fogo crepitante e a potente ale, perdido em pensamentos.
Enquanto ele estava sentado, um toque agudo perfurou o silêncio, assustando-o até lembrar do telefone que havia comprado na Terra. Atrapalhado, ele tirou-o do bolso, e o nome de Alexa piscou na tela. Ele atendeu, coração acelerado, apenas para ouvir seu grito desesperado. ”Arch! Ajude-me!”
Antes que pudesse responder, vozes masculinas rosnaram ao fundo, e a ligação foi abruptamente cortada. A fúria tomou conta dele, incendiando seus poderes. Em um instante, ele se teleportou até Alexa, seu amor de infância, que não via desde que ela soubera sobre os milhões que ele havia matado ao longo dos anos.
Momentos depois, Archer apareceu em uma prisão úmida, subterrânea, sua raiva fervendo ao ver Alexa, seu cabelo marinho desgrenhado, lutando contra um grupo de homens que a empurravam para uma cela. Sua visão se estreitou, a fúria o consumindo. Num piscar, ele apareceu atrás do líder armado, sua mão um borrão enquanto arrancava a cabeça do homem dos ombros em um movimento brutal.
Sangue espirrou nas paredes de pedra enquanto Archer liberava sua ira, dilacerando os outros com precisão selvagem. Membros caíram, gritos ecoaram, e logo o corredor era uma grotesca tela de carnificina. Alexa, liberta de seus captores, olhava para ele, olhos arregalados de admiração e confusão. ”O que aconteceu com você, Arch? Você parece… mais velho.”
”Muito tempo passou, Lexi,” ele disse, sua voz pesada de arrependimento. ”Já se passaram quatro anos desde que te vi pela última vez. Você parou de responder minhas mensagens através das tatuagens. Eu pensei que não queria nada comigo.”
”Quantos anos você tem?”
”Vinte e quatro agora, foi meu aniversário há algumas semanas,” ele respondeu. ”Agora vamos sair daqui, estou com pouca mana por teletransportar-me aqui do palácio.”
Archer pegou sua mão, teleportando-os para a casa de Micha num instante. Para seu choque, o lugar estava um casco vazio, e móveis cobertos de poeira e silêncio assustador os cumprimentaram, alimentando sua irritação. Forçando-se a manter a calma, ele se virou para a mulher. ”Quem eram aquelas pessoas? O governo dos EUA? Onde estão Elizabeth e os gêmeos?”
Os olhos de Alexa escureceram. ”Foi por ordem do novo presidente. Eles estão nos caçando porque somos suas mulheres. Elizabeth está escondida com os outros graças a amigos leais no governo ajudando-os,” ela revelou.
”Certo,” ele respondeu, calmamente.
Antes que Archer pudesse fazer qualquer coisa, a voz de Alexa vacilou. ”Você me odeia agora?”
”Não, Lexi, eu ainda te amo,” ele disse sinceramente, seus olhos procurando os dela por um sinal de reciprocidade. ”Eu nunca quis que as coisas mudassem, mas matar se tornou minha realidade, até Freya nascer. Aquela garotinha mudou algo profundo dentro de mim.”
”Você é pai?” Alexa ofegou, seu choque palpável.
Archer acenou orgulhosamente. ”Sim, de onze crianças. Dez meninas e um menino que nasceu há alguns meses.”
Os olhos da mulher de cabelo marinho se alargaram ainda mais enquanto ela exigia. ”Posso vê-los, por favor?”
Sem uma palavra, ele acenou com a mão e criou imagens realistas de seus filhos, fazendo o rosto dela se iluminar. ”A mais velha é da Sia, certo?”
Archer abriu a boca para responder quando uma figura emergiu das sombras atrás de Alexa. O instinto surgiu dentro dele. Ele a puxou para trás, protegendo-a com seu corpo enquanto um tiro rompeu o silêncio. Num piscar, ele convocou suas asas, envolveu ambos para protegê-la.
A bala atingiu suas penas blindadas, ricocheteando inofensivamente no chão coberto de poeira. Um borrão de movimento passou rápido demais para olhos humanos. Da escuridão, um Espectro Sombrio se materializou, sua forma uma massa de sombras e malícia, olhos brilhando como brasas gêmeas na penumbra.
Seu pulso acelerou, não de medo, mas de reconhecimento. Um sorriso malicioso se formou em seu rosto, sua voz gotejando veneno. ”Aeris, minha esposa,” ele comandou. ”Mate todos. Não poupe ninguém.”
”Sim, meu amor,” ela respondeu antes que a cena se tornasse um pesadelo.
Aeris dilacerou os agentes do governo, suas garras destroçando carne e osso. Em poucos momentos, os atacantes foram reduzidos a pedaços sangrentos espalhados pelo chão ensanguentado, o ar denso com o cheiro de carnificina cobriza. Archer suspirou antes de olhar para Alexa.
”Você pode me odiar depois disso, mas é quem eu sou agora, Lexi,” ele revelou, rosto coberto pela escuridão. ”Qualquer um que se atrever a machucar as pessoas que amo merece nenhuma misericórdia.”
Archer olhou para Aeris. ”Proteja-a até que eu volte. Certifique-se de que ela vá para as outras mulheres,” ele pediu, voz contendo uma fúria que mudaria para sempre a Terra.