Uma jornada que mudou o mundo. - Capítulo 1515
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Capítulo 1515: Não Sou Mais Aquela Criança!
Archer entrou na câmara secreta apenas para que seus poderes de Príncipe das Sombras eruptissem, tentando cobrir seu corpo. Quando isso aconteceu, ele se lembrou do aviso de Freya, o que o levou a reprimi-los.
”Você está bem, Arch?” Ayrenn questionou.
Nesse momento, algo chamou a atenção deles para um canto onde um livro estava, mas quando se aproximaram, sua atenção se voltou para uma pequena figura que apareceu na frente dele, mas isso lhe causou um arrepio na espinha.
Seu coração congelou enquanto um frio percorria suas veias ao encontrar os olhos, um reflexo distorcido de si mesmo, uma versão mais jovem, envolta em sombras contorcidas. Os lábios da figura se curvaram em um sorriso debochado. ”Não deu ouvidos ao aviso da sua filha, não é, Arch?”
Seu sarcasmo cortou mais fundo, cada sílaba uma lâmina a torcer em seu peito, provocando uma tempestade de medo e culpa. A mão de Ayrenn apertou seu braço, seus olhos roxos arregalados. ”Arch, você conhece essa coisa?” ela perguntou preocupada.
O rosto de Archer endureceu, seu tom era neutro. ”Volte para o palácio.”
Antes que ela pudesse protestar, ele empurrou a Elfa Superior através de um portal reluzente, seu grito de surpresa desaparecendo quando ele se fechou atrás dela. Seu olhar voltou para a sombra, seus olhos vermelhos brilhando com deleite.
”Eu nunca vou usá-lo novamente,” Archer rosnou em desafio. ”O aviso dela me parou. É por isso que não estou tocando naquele livro.”
Momentos depois, os lábios da sombra se curvaram em um sorriso venenoso, sua voz era um sussurro baixo e insidioso que arranhou sua mente. ”Você acha que escapou deles?”
Ela zombou, circulando ao seu redor como um predador. ”Aquelas marcas que seus pais deixaram, na sua pele, na sua alma, nunca desapareceram. Você ainda é aquele menino assustado, encolhido, inútil. Ninguém poderia amar algo tão quebrado como você.”
Seus punhos se cerraram enquanto memórias inundavam de volta, palavras duras, mãos cruéis, noites passadas sufocando em lágrimas silenciosas. As palavras da sombra afundavam mais fundo, cada uma uma farpa em sua mente enquanto ele tentava ignorá-las.
”As mulheres da sua vida, Ella, as outras, elas não te amam. Elas têm medo de você. Elas ficam porque temem o que você se tornará se elas forem embora. Você é um monstro, Arch, e elas sabem disso,” ela revelou.
Seus joelhos cederam, o peso das palavras o esmagando. Ele queria gritar, negar, mas a dúvida corroía seu âmago. Ele não tinha visto os lampejos de medo nos olhos delas? A sombra se inclinou mais perto. ”E o livro? Você achou que estava seguro porque não o tocou? Tolo. Seu mana foi suficiente. Você me acordou, Arch. Você me deu vida.”
”Você é impossível de amar,” disse ela, seu tom uma mistura nauseante de pena e desprezo. ”Seus pais viram isso, por que mais te bateriam até sangrar? Você não era nada para eles, um erro que mal podiam esperar para destruir. E agora? Você é uma maldição ambulante. Todos que você tocar, seus chamados amantes, eles vão fugir. Você os afastará, assim como sempre fez. Você é veneno, e no fundo, você sabe disso.”
Archer respirava com dificuldade enquanto as palavras da sombra abriam antigas feridas. As memórias surgiram, o cinto do seu pai estalando contra suas costas, a fria indiferença de sua mãe, e a solidão sufocante que o seguia como um fantasma.
A sombra se inclinou e falou em um sussurro feroz. ”Você vai morrer sozinho, Arch. Ninguém fica para um monstro. Você vai afastar todos, assim como afastou qualquer chance de ser inteiro.”
Algo se quebrou dentro dele. Ele irrompeu em fúria crua e soltou um grito gutural. ”Cala a boca!”
Ele avançou, mana crepitando violentamente em torno de seus punhos, o ar tremendo. ”Você não me conhece! Eu não sou mais aquele garoto! Eu lutei por eles, por ela, e deixarei você destruir isso!”
As palavras venenosas da sombra pairavam no ar, seus olhos brilhando enquanto pressionava mais perto, saboreando o desmoronamento de Archer. Quando ele foi balançar novamente, uma figura radiante se materializou entre eles.
Agrippina, sua Esposa Elemental, sua presença uma explosão de luz. Seus cabelos brancos chicoteavam em um vento invisível enquanto ela levantava as mãos, sigilos arcanos flambando ao redor dela enquanto sua aura explodia por todo lado.
Ela lançou um feitiço, uma torrente de energia cintilante que atingiu a sombra, forçando-a a recuar. Archer cambaleou, sua cabeça latejando como se dividida por uma lâmina. A voz do Príncipe das Sombras rastejou por sua mente, fria e zombeteira. ”Ainda não terminei de brincar com você.”
A dor de Archer se aguçou, sua visão oscilando, mas ele agarrou-se à silhueta de Agrippina, sua luz ancorando-o. A sombra recuou, sua forma esgarçada nas bordas enquanto se dirigia para a janela estilhaçada.
”Adeus por enquanto,” ela zombou, um eco desvanecente enquanto se dissolvia na noite, deixando apenas um frio em seu rastro.
Ele segurou a cabeça, a mão gentil de Agrippina em seu ombro sendo a única coisa que o impedia de desabar completamente. ”Vamos, meu amor. Vamos voltar ao palácio e descansar enquanto a tempestade piora.”
Sem dizer uma palavra, ele convocou um portal e passou para o calor familiar de Draconia. Antes que pudesse recuperar o fôlego, uma onda de afeto o envolveu. Ella, Nefertiti, Mary e Teuila avançaram, suas vozes se sobrepondo em um coro de alívio e alegria.
Os braços de Ella se apertaram ao redor de sua cintura, seu cabelo dourado fazendo cócegas em seu queixo. Os dedos elegantes de Nefertiti apertaram seus ombros, seus olhos escuros procurando sinais de angústia em seu rosto.
O abraço de Mary era feroz, sua força o ancorava, enquanto a risada calorosa de Teuila roçava em seu ouvido enquanto ela o abraçava perto. Ayrenn permanecia à parte, seu olhar suave mas guardado, uma faísca de preocupação franzindo sua testa enquanto observava a reunião.
Archer congelou por um momento, sobrecarregado pelo amor, seu coração preso entre a gratidão e o veneno persistente das palavras da sombra. Lentamente, ele retribuiu cada abraço, suas mãos suaves enquanto os segurava, um por um, como se ancorasse a si mesmo em seu calor.
O abraço de Ella era ansioso, o de Nefertiti era feroz, o de Mary era inflexível, e o de Teuila transbordava de força tranquila. Archer conseguiu esboçar um pequeno sorriso, mas o peso de seu encontro grudava nele como um nevoeiro úmido.
Dando um passo para trás, ele falou baixo e rouco, quase num sussurro. ”Eu preciso… de um tempo sozinho. Volto em algumas horas.”
Suas palavras pairaram pesadas, e as mulheres trocaram olhares, suas expressões uma mistura de preocupação e compreensão. Ele se virou para a janela, seus vitrais lançando luz sobre o piso de pedra, pronto para escapar para o ar noturno.
Quando deu outro passo, as pesadas portas de carvalho se abriram com um estrondo, e Hecate entrou tropeçando, seu cabelo prateado desgrenhado, suas características de Elfo da Lua exaustas. Em seus braços, os gêmeos choravam, seus rostinhos vermelhos, seus gritos perfurando o corredor.
Os olhos vermelhos de Hecate encontraram os dele, um pedido silencioso cintilando. Sem hesitação, Archer cruzou a sala, sua turbulência momentaneamente esquecida. ”Eu cuido deles,” disse suavemente, sua voz firme apesar da dor em seu peito.
Ele gentilmente pegou os gêmeos agitados em seus braços, os pequenos punhos de Kela agarrando sua capa enquanto os choros de Neoma suavizavam contra seu ombro. ”Descanse, Hecate. Eu cuido deles.”
Hecate assentiu, seus ombros desabando de alívio enquanto murmurava um suave ”Obrigado.”
Archer embalou os gêmeos, seu calor um pequeno bálsamo contra a tempestade que rugia dentro dele enquanto pisava na varanda. Seus olhos o seguiram enquanto carregava Kela e Neoma em direção à janela.
O vento Draconiano cortante pressionou Archer quando ele saiu para a varanda, mas seu Escudo Cósmico brilhou intensamente, desviando o frio. Ele se acomodou no banco de pedra frio, os gêmeos gentilmente embalados em seus braços, seus pequenos corpos quentes contra seu peito.
Os dedinhos de Kela se curvaram em sua capa, enquanto os sons suaves de Neoma se acalmaram quando ela se aninhou mais perto. Ele olhou para eles, Kela era um ametista profundo, Neoma era um rubi brilhante, encontrando os seus que roubaram seu fôlego.
Nesses olhos, ele não viu traço de medo, nenhuma sombra das dúvidas que o atormentavam. Havia apenas amor, puro e inabalável, um farol na tempestade de sua mente fragmentada. As palavras venenosas do Príncipe das Sombras desapareceram.
A garganta de Archer se apertou, seu coração doendo, ameaçando desmoroná-lo. Ele passou suavemente o polegar pela bochecha de Neoma, depois pela de Kela, sua pele suave ancorando-o nesse breve santuário de amor silencioso em meio ao caos.
Ele se moveu suavemente, ajustando seu abraço para deixar os gêmeos descansarem mais confortavelmente contra ele. Com um lampejo de pensamento, ele convocou pequenas orbes de luz suave e cintilante que dançavam acima de suas cabeças como minúsculas estrelas.
Os olhos de Kela se abriram de surpresa, suas pequenas mãos se estendendo, dedos se mexendo enquanto ela tentava pegar os pontos brilhantes. Neoma soltou uma risadinha, um som agudo e borbulhante que rompeu o silêncio da noite, seus olhos rubi cintilando.
Um sorriso apareceu quando eles ouviram suas risadas. ”Olhem para vocês dois,” ele murmurou.
Ele conjurou outra orbe, essa pulsando com um calor suave, e a deixou flutuar fora do alcance de Kela. Ela deu um gritinho de alegria, sua risada se misturando junto com a de Neoma enquanto elas esfregavam as luzes de brincadeira, sua alegria infecciosa.
O peito de Archer relaxou, o peso de seu tormento anterior aliviando. Ele se inclinou, pressionando um beijo suave na testa de cada uma, seu coração se enchendo enquanto suas risadinhas se tornavam mais altas.