Uma Companheira Para o Último Lycan - Capítulo 94

94: NÃO ME DEIXE 94: NÃO ME DEIXE “Ele deveria estar morto, mas eu o vi. Eu juro que o vi. Ele queria me machucar como costumava fazer.”

Zuri continuava delirando sobre o alfa Arthur, às vezes sua palavra era incoerente e seus olhos não estavam focados, ela continuava olhando ao redor, como se seu pai fosse surgir de repente no canto do quarto.

A mão que ainda segurava o afiado caco de vidro estava sangrando profusamente, mas ela não parecia sentir a dor.

Pelo que Khaos entendeu, ela pensou que havia conseguido ferir seu pai, esfaqueado-o e o sangue em seu corpo agora era dele, em vez do dela. Ela havia mergulhado fundo demais em sua loucura.

Logicamente falando, Khaos não precisava dela. Com ela sendo assim, ela seria sua responsabilidade e superava seu valor.

Ele poderia encontrar alguém, que soubesse tocar o negócio. Não precisava ser ela. Ela não era tão importante para Khaos a ponto de mantê-la ao seu lado. Uma vez que a notícia se espalhasse e seus seguidores leais soubessem disso, eles começariam a pressionar Khaos para se livrar dela.

Ela iria morrer de um jeito ou de outro. Afinal, Zuri não era parte do plano deles. Ela era um elemento inesperado.

No entanto, em vez de seguir sua lógica, Khaos na verdade estendeu a mão para pegar o caco afiado de sua mão e por instinto, Zuri bateu em sua mão, o que no processo cortou o dorso de sua mão.

Sangue pingava no chão da ferida e Zuri parecia aterrorizada. Ela jogou fora o caco afiado e segurou sua mão ferida.

“Desculpe, desculpe, desculpe. Eu não quis te machucar. Eu não quis mesmo,” ela disse em pânico. Ela não se importava com sua própria dor, mas isso a abalou quando Khaos foi quem sentiu dor.

Como um lycano, não apenas eles eram o transmorfo mais forte, mas sua habilidade de cura era muito mais rápida do que qualquer outro transmorfo normal.

Portanto, em um segundo, sua ferida havia fechado, deixando apenas um rastro de sangue no dorso de sua mão, mas Khaos não se importava muito com sua mão sangrando quando olhou nos olhos de Zuri, ele colocou seu dedo embaixo do queixo dela e levantou sua cabeça.

Ela estava chorando.

Ela estava chorando porque tinha machucado ele, não porque tinha se machucado.

“Precisamos te limpar, você está coberta de sangue,” Khaos disse calmamente, e então a levou para o banheiro e a despiu.

Mais uma vez, ele viu o corpo magro dela. Seus ossos estavam salientes e sem o vestido que a cobria, era muito aparente que ela mantinha seu hábito de vomitar depois de comer.

Khaos observou seu corpo por um tempo e viu a ferida em sua coxa, ainda estava sangrando, mas sua habilidade de cura começou a agir para curá-la rapidamente.

Você só poderia imaginar quão fundo ela havia se ferido, mesmo assim, ela não sentia nada, nem mesmo dor.

Enquanto isso, Zuri olhava para Khaos. Ela encarou seus belos olhos cinzentos e passou os dedos em sua bochecha, mas Khaos beijou suas juntas e então se virou, encheu a banheira de água e adicionou uma pedra mágica de fogo para aquecê-la. “Você sabe minha cor favorita?”

“Hm?”

“É cinza, assim como a cor dos seus olhos,” Zuri disse. Ela se aproximou de Khaos e o abraçou por trás. Ela aconchegou-se nas costas dele. “Eu não quis te machucar.”

Khaos acariciou os braços dela que circulavam sua cintura. “Eu sei.”

“Não me deixe. As vozes na minha cabeça continuam dizendo que você vai me deixar, porque eu sou louca. Eu não sou louca. Certo?”

“Não, você não é.”

Com isso, Khaos a ajudou a se limpar. Felizmente, uma vez finalizados, suas feridas haviam curado.

“Por que você nunca me toca? Não sou desejável?” Zuri perguntou quando Khaos a ajudava a colocar um vestido confortável. Estava começando a esfriar agora.

“Eu vou quebrar seus ossos se te tocar agora.” Khaos beijou sua testa. “Eu não faço amor, Zuri.”

Khaos ficou até ela adormecer, o que não demorou muito, considerando que ela estava exausta demais pelo colapso anterior.

Alguém tinha limpado a confusão e agora, quando Zuri havia adormecido, havia algo que ele precisava fazer.

No entanto, o alfa foi interrompido por seu gamma quando emergiu do quarto, pela maneira como ele estava franzindo a testa, Khaos sabia que Caiden havia ouvido tudo. Deve ter sido Gayle, que relatou a situação para ele.

“Khaos, você tem certeza que quer mantê-la? Ela é…” Caiden tentou encontrar a palavra, mas então balançou a cabeça e falou o que pensava. “Ela não é estável. Ela é louca. Ela vai arruinar nosso plano em algum momento. Ela não é tão valiosa para ser mantida ao seu lado.”

Tudo o que Caiden disse era verdade.

“Se você quiser uma mulher, eu posso encontrar uma. Minha mãe ficaria animada em achar a certa para você.”

Khaos nunca encontraria sua companheira, como o último lycano. Para os lobisomens sozinhos, já era difícil para eles encontrarem sua companheira destinada, portanto, alguns deles não esperavam e escolhiam ter uma companheira escolhida no lugar.

O que significava, restava a Khaos apenas uma companheira escolhida para ter uma mulher ao seu lado, mas por causa do status complicado que ele possuía e seu plano de longa vida, eles precisavam ser extra cuidadosos.

“Khaos, você está ouvindo?!” Caiden estava exasperado. Ele havia falado muito e demoradamente, mas o alfa não acatou nenhuma de suas sugestões.

Khaos parou de andar e encarou seu gamma. “Ninguém toca nela.”

“Khaos!” Caiden estava frustrado.

Foi tudo o que ele disse antes de se afastar, estava rumo à onde Lucas estava. O informante quase pulou de susto quando viu o alfa em seu quarto.

“Me conte tudo sobre Pena Vermelha,” Khaos exigiu.