Uma Companheira Para o Último Lycan - Capítulo 82

82: A HISTÓRIA SOBRE A VELHA DINASTIA 82: A HISTÓRIA SOBRE A VELHA DINASTIA Não fazia sentido para Khaos quando ninguém sabia que tipo de remédio Zuri estava tomando. Pena Vermelha. Não soava como um medicamento. Ele se perguntava se a droga realmente era a responsável por suas alucinações e por que ela havia recebido o medicamento em primeiro lugar.

Khaos havia perguntado a ela quando foi a primeira vez que ouviu as vozes em sua cabeça e ela disse que vinha ouvindo desde que era criança, por volta dos oito ou nove anos, mas só um ano depois que lhe deram o medicamento.

Portanto, nesse caso, o medicamento não era a causa de sua delusão, mas Khaos não queria descartar a possibilidade. Parecia um problema desnecessário com o qual ele não deveria ter se envolvido, mas de alguma forma, seu instinto lhe dizia para investigar mais a fundo.

“Então, como você pode fazer parte da família real do Reino Celeste?” Zuri perguntou novamente, a curiosidade estava estampada em seu rosto.

Khaos olhou para ela gentilmente.

Não se poderia dizer que ele gostasse dela de maneira romântica, mas ele tinha um carinho por ela, provavelmente começou quando ele a viu se abraçando na noite fria quando estava sendo punida. A visão de suas costas solitárias, gravada em sua mente.

Mas, provavelmente, era terapêutico conversar com alguém que não lhe lembrava constantemente sobre vingança.

“A Rainha Ann não era minha mãe biológica. Minha mãe biológica morreu quando deu à luz a mim, quando tentava escapar do aniquilamento.”

“Mas eles disseram que a última rainha dos lycan morreu no Grande Palácio durante o aniquilamento.”

Khaos balançou a cabeça. “Não. Eles mataram outra pessoa, uma das criadas pessoais da minha mãe, que aparentemente estava grávida ao mesmo tempo que ela.”

Naquela época também, a amante do rei anterior do Reino Celeste estava dando à luz, mas ela teve uma menina.

Mas, como é bem conhecido que você não poderia garantir sua posição com uma menina no palácio, especialmente quando você era uma mera amante e a rainha havia dado à luz a um menino. Sua chance era quase nenhuma.

“Eles trocaram os bebês?” Zuri ficou chocada ao dizer isso. O segredo que Khaos a deixou saber a assustava. Isso era demais, mas ela queria saber mais sobre ele.

“Esperta,” Khaos riu, não parecia incomodado com o choque em seu rosto.

E foi assim que ele acabou sendo registrado como o filho do rei anterior, o defeituoso, já que ele não conseguia realmente se transformar na frente de ninguém, pois descobririam que ele era o último lycan.

A história soava muito simples e anticlimática, mas o que aconteceu durante esse período de tempo foi verdadeiramente caótico, para dizer o mínimo. Trocar os bebês não foi fácil, foi uma mistura de sorte, chance e loucura da situação.

Foi um milagre que eles puderam chegar a este ponto sem serem descobertos, porque tudo estava correndo bem, Ezra e os outros anciãos da primeira geração que conseguiram escapar do aniquilamento estavam alertando Khaos para não se descuidar e se acomodar.

Mas, se eles pensassem que Khaos estava se descuidando, obviamente não viam o que ele tinha feito para manter tudo em linha.

Não era só sorte ao lado deles, já que a sorte sozinha não seria capaz de trazê-los a esse momento.

Khaos estava desempenhando um papel ativo nas decisões desde que tinha apenas doze anos. Ele aprendeu sobre sua origem quando se transformou pela primeira vez aos dez anos, naquela época, Mabel era sua babá. Foi um grande esforço de seu povo colocar Mabel ao seu lado, por isso Mabel o via como seu filho, já que foi literalmente ela quem criou Khaos.

E Khaos contou tudo isso para Zuri.

“Isso deve ser solitário.”

“Hm?” Khaos inclinou a cabeça.

“Deve ser solitário quando alguém exige algo de você. Quando você sabe que as pessoas ao seu redor só ficam porque têm sua própria agenda.” Zuri encostou a cabeça no ombro dele. “Quando você não tem ninguém com quem conversar.”

Solitário.

Essa era uma palavra interessante porque era assim que Khaos pensava nela quando a viu naquela noite fria, sozinha sob um plátano.

E a maneira como Zuri colocou… ele nunca se considerou ‘solitário’, já que estava rodeado de pessoas. Ele tinha muitas pessoas sob seu comando.

“… especialmente quando você é o último lycan,” Zuri adicionou.

Sim, o último lycan com o fardo da vingança por toda sua dinastia e a responsabilidade de revivê-la.

Zuri então fechou seus olhos porque começou a ver sua mãe, olhando para ela com um sorriso nos lábios. Ela aprovava a maneira como Zuri agia nessa situação.

‘Isso mesmo. Ganhe sua simpatia e tente entendê-lo. Homens amam quando são compreendidos.’
***
Nycta estava tremendo quando Dacre disse que viria visitá-la essa noite, porque ela sabia que isso significava que ela dormiria com Killian.

Essa seria a primeira vez que ela dormiria com ele conscientemente, porque anteriormente, Dacre simplesmente a segurava, enquanto Killian colocava sua semente dentro dela, numa tentativa de engravidá-la.

Ela se sentia estúpida e uma parte dela queria fugir, escapar desse pesadelo. Ela não podia acreditar como pôde concordar com o pedido de Dacre?

Mas então, Nycta se lembrou de sua conversa e como ela se sentia por ele.

Ela tentava se convencer de que isso era a coisa certa a fazer, mas conforme a noite caía e sua criada pessoal deixava o quarto desde que anunciaram que o rei estava lá, Nycta se encontrava tremendo.

Ela não queria dormir com outro homem.

Ela encontrou Killian, mas o guerreiro parecia muito distante, ele agia muito normalmente, o que a deixava confusa se ela só havia imaginado aquela noite.

No entanto, ela sabia que não estava só em sua imaginação. Era real.