Uma Companheira Para o Último Lycan - Capítulo 77

77: SUA LEALDADE OU SEU CORPO MORTO 77: SUA LEALDADE OU SEU CORPO MORTO “Você ouviu isso?” Khaos perguntou casualmente, sentando-se ao lado de Zuri na cama. Era a segunda vez que ele era a causa daquele olhar mortificado no rosto dela.

Zuri balançou a cabeça freneticamente. Ela olhou ao redor do quarto, mas os dois homens tinham ido embora. Estava só ela e Khaos no quarto dele.

Após seu colapso ao ver o próprio reflexo no espelho, ela adormeceu e foi acordada pela conversa deles. Ouviu informações que não deveria. Tudo isso parecia um sonho. Muitas coisas aconteceram em um espaço de tempo muito curto.

“Eu não ouvi nada.” Zuri tentava mentir para se safar, pensando que Khaos poderia querer matá-la para silenciá-la, apesar do fato de ter sido culpa dele por não tomar nenhuma precaução. Ele deveria saber que ela poderia acordar e ouvir tudo.

Khaos acariciou a bochecha dela. “Você pode ser uma boa mentirosa às vezes, Zuri, mas agora não é essa hora.”

A única razão pela qual Ezra e Bryden não foram capazes de sentir o cheiro dela foi porque, ela estava impregnada do dele. Ele a abraçou enquanto ela chorava até dormir. Zuri talvez não lembrasse, porque estava extremamente perturbada e desorientada, mas aliada ao seu corpo que estava escondido debaixo do cobertor, seu cheiro estava completamente encoberto.

Zuri apertou os dentes. Então ela se afastou da cama para a posição sentada e sustentou o olhar de Khaos.

“Você é um lycano,” ela afirmou. Não havia mais ponto de mentir quando Khaos sabia que ela tinha escutado a conversa.

“Sim, eu sou.”

Ela se surpreendeu quando ouviu o quão fácil ele admitiu isso, mas então ela percebeu uma coisa; aquelas pessoas podiam não saber sobre a presença dela ali, mas obviamente Khaos sabia e mesmo quando descobriu que ela estava acordada, ele não interrompeu a conversa e deixou ela ouvir.

“V- Você…” Zuri gaguejou um pouco e um olhar de diversão cruzou os olhos cinzentos de Khaos. “Você fez de propósito.” Ela sabia que estava certa quando viu um sorriso de canto nos lábios dele. “P- Por quê?”

Sua mente estava confusa quando ela tentou lembrar todas as informações sobre licanos. Não havia muitas, já que os três reinos controlavam a informação sobre a dinastia lican. A única informação que a próxima geração sabia era que a aniquilação dos licantropos era necessária porque eles haviam se tornado muito fortes e cruéis em seu reinado.

Lycano era o transmorfo mais forte, mas seu número não era grande, mesmo naquela época.

Por essa razão, os três reinos uniram forças para derrubar a antiga dinastia, mas ironicamente, agora estavam lutando entre si para obter pedaços da riqueza da antiga dinastia.

“Vamos entrar em uma união, mais cedo ou mais tarde, você aprenderá sobre isso, já que estaremos frequentemente próximos.” Khaos inclinou a cabeça. “Você me perguntou antes se eu queria o trono. Eu não quero o trono. Eu quero que aqueles que traíram minha família recebam o castigo que merecem. É tudo sobre vingança, Zuri.”

Ela ouviu isso. Ela os ouviu falando sobre rastrear certas pessoas, as pessoas responsáveis pela queda da antiga dinastia.

“O ancião da matilha River Creek…” Zuri murmurou. A essa altura, ela sabia que Khaos havia matado dois anciãos de sua matilha. “Eles eram…”

“Sim.” Khaos estudou sua expressão ao ouvir aquela notícia. “Se isso não está claro para você, Zuri, você só tem duas opções.”

Zuri mordeu o lábio. Ela sabia quais opções tinha e o que escolheria mesmo antes dele mencionar.

“Você vai matar o rei também?” Se isso era vingança e Khaos não queria realmente o trono, qual era o objetivo final?

As pessoas que ele queria matar estariam espalhadas pelos três reinos. Seria fácil chegar ao Reino de Wolfdale, já que havia um casamento inter-reinos, mas o Grande Reino Lunar seria um grande problema.

“Ele vai morrer assim que cumprir seu propósito.” Era apenas uma questão de tempo.

Dacre não estava envolvido na tragédia de trinta anos atrás, mas ele era uma consequência. Especialmente agora que ele começou a agir contra Khaos.

“Você ainda está obcecado por mim?” Ele perguntou em tom de brincadeira quando a tensão estava muito sufocante. Ele então tirou algo do bolso e entregou a ela.

“O que é isso?” Zuri levantou o pequeno frasco. Ela cheirou, mas não havia nenhum cheiro que viesse dele.

“Veneno,” Khaos respondeu levemente.

Zuri piscou, surpresa ao ouvir isso. Uma expressão de desagrado surgiu em seu rosto. “Você quer que eu beba isso?”

“Eu te dou uma opção fácil.” Khaos se recostou no poste da cama. Cruzou os braços e seu tom ficou sério. “Durante seu colapso, você disse que queria se matar.”

Não era uma surpresa para Zuri, já que ela costumava pensar em se matar sempre que as vozes em sua cabeça se tornavam insuportáveis, então isso deve ter escapulado de seus lábios naquele momento.

“Você não acha cruel me dizer para me matar?” Zuri soltou uma risada seca, mas ela não devolveu o veneno para Khaos.

“O veneno é indolor. Você vai se sentir sonolenta e então morrerá em seu sono.” Khaos observava sua expressão. As palavras saíam tão casuais para um assunto tão pesado.

“Você já experimentou? Como pode dizer que é indolor?”

Ao ouvir isso, Khaos riu. “Você está certa. Não sei com certeza se é indolor ou não, a menos que eu o experimente. Mas, pelo menos, foi isso que disseram quando o entregaram para mim.”

De certa forma, Khaos atendeu ao desejo dela de parar a dor.

“Vou te deixar sozinha por esta noite e recolher minha resposta pela manhã, seja sua lealdade a mim ou seu corpo morto.”