Uma Companheira Para o Último Lycan - Capítulo 69

69: PENSAMENTO EXCESSIVO 69: PENSAMENTO EXCESSIVO Zuri estava vomitando, ela cutucou sua garganta para tirar todo o alimento que havia comido mais cedo do estômago. Ela não conseguia parar de fazer isso, mesmo quando sua mãe tinha ido embora.

Não. Sua mãe ainda estava lá com ela, ela fez questão de lembrá-la para não ganhar peso e o quão pouco atraente ela era. Mesmo quando ela já tinha morrido, ela ainda encontrava uma maneira de mexer com a sua cabeça.

Ela lhe disse que um dos mil motivos pelo qual Khaos ainda não havia se deitado com ela era porque ela não era atraente, ela era gorda demais.

Ela estava louca. Algo estava errado com ela…

“Você faz isso com frequência?”

Uma voz atrás de Zuri a assustou. Ela virou a cabeça e encontrou Khaos parado não muito longe dela. De alguma forma, apesar de sua figura intimidadora, ele conseguia se mover furtivamente, sem falar em seu cheiro único. Você não perceberia seu cheiro até que ele estivesse perto o suficiente de você.

De repente, Zuri ficou autoconsciente, enquanto ela limpava sua boca com a manga e se levantava.

“Estou com dor de estômago.” Zuri mentiu suavemente, ela não demonstrava nenhuma emoção em sua expressão. “Eu não quero que você veja isso, vamos voltar.” Ela andou na frente dele, mas Khaos a segurou pelo cotovelo e a parou.

“Você faz isso com frequência?” Ele repetiu a pergunta, aparentemente sem acreditar quando Zuri mentiu na cara dele.

“Faz o quê?” Zuri parecia confusa, ela franzia a testa, como se não entendesse do que ele estava falando.

“Eu vi. Você se obrigou a vomitar.” Ele estava lá tempo suficiente para assistir o que ela estava fazendo. “Por que você faria isso?”

Zuri sacudiu a mão dele de seu braço e então se afastou. Ela não queria responder aquilo. Ela não podia responder aquela pergunta e mesmo que tivesse a resposta, soaria ridículo. Khaos não entenderia. Ninguém entenderia.

Observando suas costas, os olhos de Khaos se estreitaram. Zuri vinha agindo de maneira estranha ultimamente. Ele a pegara em várias ocasiões falando sozinha e inquieta. Seus olhos vagavam, como se ela estivesse procurando por algo que nem mesmo estava lá.

A noite foi longa e um tanto fria, já que estavam no meio do outono e porque a localização do mercado negro era em uma ilha que só poderia ser alcançada de barco por meia hora a partir da Matilha River Creek, eles tinham que conseguir chegar lá e ir embora antes que a água congelasse e eles ficassem presos na ilha pelo inverno.

De manhã, eles saíram imediatamente e Khaos não disse nada sobre o que aconteceu na noite passada, enquanto Zuri fingia dormir, até que ela realmente dormiu para evitar a pergunta.

Eles chegaram ao cais uma hora depois, onde um dos homens de Khaos os esperava com um pequeno barco que poderia levar até dez pessoas. Não houve palavras trocadas e Zuri estava inquieta, pois sentia como se estivesse sendo ignorada.

No entanto, ela não ousava começar uma conversa, pelo medo de ele perguntar sobre o que aconteceu na noite passada.

O que mais a incomodava era; Khaos nem mesmo olhou nos olhos dela. Ele a tratava como se fosse vento, ou talvez fosse apenas ela, que estava super pensando nas coisas como de costume.

Ela realmente precisava de seu remédio. Ela tinha certeza de que poderia encontrar seu remédio no mercado negro. Ela já tinha estado lá, ela sabia seu caminho, mas o problema era; ela não tinha dinheiro!

A ironia da situação… quando ela vinha da matilha mais rica do reino e ela nem tinha um centavo consigo…

“Você vai me ignorar?” Finalmente Zuri não aguentou mais. “Por que você está me ignorando?”

Eles estavam no barco e Zuri estava sentada no fundo, enquanto os outros guerreiros tinham discussões entre si e Khaos estava ao lado dela, lendo alguns relatórios.

“Eu não te ignorei.” Ele colocou o relatório para baixo e olhou para ela.

“Você não falou comigo.”

“Porque você parece que vai explodir se eu chegar perto de você.”

Dessa vez Khaos colocou o relatório completamente de lado e concentrou toda a sua atenção nela, o que fez Zuri ficar envergonhada. Provavelmente, era apenas na sua cabeça quando ela pensou que Khaos a ignorava.

“Diga-me o que está em sua mente.”

“Nada.” Havia muito, mas Khaos não entenderia. Agora mesmo, ela estava vendo Xaden rindo dela de maneira condescendente.

‘Você o enojou.’
“Eu te enojei?”

Khaos franziu a testa. “De onde você tirou essa ideia?”

Em vez de responder à pergunta, ela mudou de assunto. “Me fale novamente sobre a pista que você conseguiu.”

Eles vieram aqui para conseguir o selo dourado da dinastia lycan e Zuri estava determinada a obtê-lo. Ela esgotaria seus recursos que tinha no mercado negro se precisasse.

***
“Eles chegaram à casa do bando Matilha River Creek esta manhã, mas Rhett se recusou a abrir os portões, enquanto Silas está ainda tentando convencê-lo.”

“Rhett…” Dacre apanhou uma flor que ele daria para Nycta a caminho do palácio dela como de costume, enquanto Leonard o informava sobre o progresso na Matilha River Creek. “Ouvi dizer que ele tem viajado para muitos lugares.”

“Sim, ele voltou recentemente quando ouviu sobre o que aconteceu com seu pai e fortificou a matilha.”

“Então, ao invés de enviar ajuda ao seu pai e sua madrasta, ele escolheu tomar conta da matilha. Interessante.”

“Provavelmente porque ele pensou que seu pai era uma causa perdida, além do mais, não há maneira de ele lutar para salvar seu pai contra os reais.”

“Você tem razão.” Mas Dacre sentia que havia algo mais nisso. Era demasiado frio.

Quando finalmente chegaram ao palácio da rainha, Leonard se retirou.

Não era como de costume, a rainha não esperava pelo rei na porta da frente como de costume. Ela deve estar ainda na cama, assim Dacre foi direto para lá.