Uma Companheira Para o Último Lycan - Capítulo 52

52: ELA É MINHA PARA LIDAR 52: ELA É MINHA PARA LIDAR “Você a levou para sua casa do bando,” disse Dacre. Ele ficou furioso quando soube disso, mas não porque se importasse com Zuri. Aquela mulher não era importante aos seus olhos.

Ele se importava porque Khaos seguiu adiante com seu plano, mesmo sem a anuência dele. Isso era mais uma jogada de poder do que qualquer outra coisa.

“Eu fiz.”

“Depois dela ter matado dois dos meus guardas.”

“Eles mereceram aquilo.”

Ambos caminharam em direção ao palácio da rainha, onde o rei queria visitar a rainha para passar a noite com ela.

Dacre gostava de caminhar, então, não pediu uma carruagem e mais importante ainda, podia usar aquele momento para ter essa discussão com Khaos.

“Você se importa demais com ela.” Dacre sorriu maliciosamente, enquanto olhava para Khaos. “Tenha cuidado, ela pode ser sua ruína. Ela estava disposta a descartar o próprio companheiro e pai. Ela os traiu e causou suas mortes. Ela pode trazer calamidade para você em seguida.”

Khaos não disse nada e quando Dacre chegou ao seu destino, Khaos virou-se e caminhou em direção à masmorra, onde encontrou com Xaden.

Ele parecia lamentável. Como um alfa e alguém com sangue real correndo em suas veias, era muito degradante ser despido e ter seu corpo pregado à parede.

Três pregos foram cravados em cada um de seus membros para mantê-lo ereto contra a parede. Eles extraíram todas as informações sobre o Grande Reino Lunar e o envolvimento desse reino no golpe.

E uma vez que Dacre considerasse que não havia mais nada a extrair dele, ordenou que fosse executado publicamente amanhã.

“Sua companheira está na minha casa do bando, dormindo em minha cama.” Khaos sorriu quando viu Xaden. Ele dispensou todos os guardas dali, deixando apenas os dois sozinhos.

O crepitar da lenha tornou-se mais palpável devido ao silêncio da sala.

“Não se atreva a tocá-la,” rugiu Xaden.

“Na verdade, ela que me beijou primeiro.” Khaos se aproximou dele. “Você ainda está se perguntando quem é o traidor que vazou a informação?”

Os olhos de Xaden se arregalaram quando ele percebeu. “De jeito nenhum… isso não é possível! Ah!” Ele tentou mover a mão para agarrar Khaos quando este se afastou, mas os pregos o impediram. Os pregos de prata o fizeram sangrar profusamente.

“Foda-se, Khaos! Seu desgraçado filho da puta! Você seduziu ela!”

Era a ironia da situação porque a verdade era; foi Zuri, que voluntariamente se atirou em Khaos. Ela voluntária e ativamente destruiu as duas matilhas informando Khaos sobre o golpe.

Xaden então passou os próximos quinze minutos xingando, cuspindo e se enfurecendo com Khaos, que o assistia com diversão sombria.

Ele esperou até Xaden dizer suas últimas palavras antes de finalmente falar novamente.

“Terminou?”

De repente, Xaden enlouqueceu e começou a rir. “Ela é louca! Boa sorte lidando com a loucura dela!”

Khaos também riu, o que fez Xaden franzir a testa. “Ela já não é mais responsabilidade sua. Ela é minha agora para lidar.”

***
Durante todo o dia, Zuri ficou dentro do quarto com seu pequeno lobo. O lobo parecia um pouco maior agora, ela não achava que podia mais chamá-lo de filhote, ela tentou pensar em um nome, mas não conseguia encontrar um.

Ninguém foi ao quarto dela além de Nania, a velha que vinha cuidar dela. Ela parecia gentil e amável, mas isso a fazia se sentir desconfortável, especialmente quando ela falava sobre como se sentia mal pelo que aconteceu com ela e sua família, porque Zuri não sentia nada disso.

Sua mãe escolheu ficar com seu pai e chamou isso de lealdade ao homem, que a espancou e traiu com várias mulheres, em vez de fugir.

Mas então, Karina não tinha para onde ir. Sua vida girava em torno de seu companheiro.

Enquanto Zuri podia voltar para a Matilha River Creek onde seus meio-irmãos cuidariam dela, pelo menos Rhet cuidaria, Karina não podia fazer o mesmo. Ela não tinha relação com os filhos de Roland. Para dizer o mínimo, eles não se importavam com ela. Aos olhos deles, Karina era apenas mais uma prostituta que o pai deles manteve depois da morte da mãe deles.

Quando a noite caiu e Zuri viu Khaos voltar do palácio, ela imediatamente correu para a porta da frente e o encontrou lá.

“Você parece bem, menos sangue e menos bagunçada,” Caiden cumprimentou-a, enquanto Bryden a acenou educadamente.

O beta ainda achava arriscado demais para o alfa levá-la sob sua asa. Ele sabia que Khaos apreciava talento e o que ela fez na cidade de Lumicen foi impressionante. Eles precisavam de pessoas como Zuri para o plano de vida longa deles, mas os contras não valiam os prós neste caso.

“Eu sempre pareço bem,” respondeu Zuri. “Com ou sem sangue.” Ela se perguntou se Khaos havia contado a eles sobre o que aconteceu, ela não queria ouvi-los chamá-la de louca novamente.

Mas, Caiden sorriu e então se afastou com o beta, enquanto Khaos andou em uma direção diferente com Zuri seguindo-o como um cachorrinho perdido. Ela ainda carregava o pequeno lobo em seus braços.

Khaos a levou para seu escritório e fechou a porta atrás dele.

“Eu ouvi que eles serão enforcados amanhã,” Zuri iniciou a conversa, enquanto observava Khaos sentar atrás de sua mesa com os dedos entrelaçados.

“Sim,” ele pausou. “Você se arrepende?”

“Não.” A resposta veio muito fácil para Zuri. Ela olhou para Khaos e não sabia o que tinha que fazer. As vozes em sua cabeça se acalmaram. Estava muito silencioso agora. “Uma vez que Xaden morrer, eu sou uma mulher livre.”

Khaos sorriu. “O que te faz pensar que eu vou te escolher como minha mulher? Eu poderia ser pior que Xaden.” Ele era pior que o próprio diabo porque alimentava vingança contra o mundo inteiro, pelo que aconteceu com seu povo.

“Você nem sabe pelo que eu passei. Xaden nem é ruim. Ele é mais um aborrecimento na melhor das hipóteses.”