Uma Companheira Para o Último Lycan - Capítulo 40

40: UMA SENSAÇÃO DE CONFORTO E PROTEÇÃO 40: UMA SENSAÇÃO DE CONFORTO E PROTEÇÃO A próxima coisa que ela fez foi algo que chocou a todos. Estava além da imaginação deles, até mesmo para Khaos, ele não achava que Zuri recorreria a um método tão extremo.

“O que você vai fazer agora?” Zuri lançou um olhar ao ancião Erik, que estava lutando pela vida. Seus pés se debatiam no ar, procurando algum apoio, mas não havia nenhum. Seus esforços cessaram quando seu corpo ficou imóvel. “Eu sou a assassina e agora todos vocês são as testemunhas.” Zuri olhou ao redor, fazendo questão de olhar para aquelas feras uma por uma, embora fosse difícil quando elas estavam escondidas nas sombras.

No final, os olhos de Zuri voltaram para os de Khaos. O alfa olhou para ela intensamente, mas era difícil dizer o que ele estava pensando quando sua expressão estava completamente impassível.

Era o silêncio que enfatizava a tensão no ar. Um homem estava morto, mas nenhum deles se importava com o pobre ancião.

Mesmo o gamma, que normalmente era muito falante, não ousou emitir um pio, enquanto olhava de um lado para o outro entre seu alfa e Zuri.

“O que você vai fazer agora?” Zuri finalmente quebrou o silêncio. “Eu não posso fugir de nenhum de vocês. Não consigo lutar nem mesmo contra um dos seus guerreiros. Se você ainda quer me matar, meu único pedido é… faça rápido.” A voz de Zuri estava fria e insensível quando ela disse a última palavra. “Eu odeio sentir dor.”

Ela tinha sentido tanta dor nos últimos anos, que nem sequer se lembrava de quando não estava em dor ou confusão. Era cansativo.

Esta vida era cansativa.

Ela poderia ser louca. Ela acreditava que era louca, já que as pessoas ao seu redor continuavam lhe dizendo isso, mas ela queria que isso acabasse.

Houve um tempo em que ela se sentia terrível só de acordar pela manhã e continuar com sua vida.

“Você ainda não me contou que favor quer de mim”, Khaos a lembrou do favor que ele lhe devia por ter ajudado-o com o comércio de navios. Ele lhe deu uma saída.

No entanto, Zuri balançou a cabeça. “Não. Eu não vou usar isso.”

Havia uma leve carranca entre as sobrancelhas de Khaos. Ele podia ver que ela não queria ser salva, mas além da teimosia e fachada fria dela, ele conseguia ver sua dor.

Como ele disse, ela estava ferida.

“Venha comigo”, disse Khaos, virou-se e então estabeleceu um vínculo mental com seus guerreiros e Caiden para cuidar do problema ali.

Zuri não questionou para onde Khaos a levaria, ela simplesmente o seguiu, aonde ele a levou para o seu palácio. O rei anterior havia lhe presenteado esse palácio quando ele nasceu.

Na primeira observação, Zuri notou que não havia empregadas ali, todos eram guerreiros de sua matilha com seu insígnia em cada maçaneta.

E outra coisa que ela percebeu foi; ele a levou direto para o quarto dele. Isso a chocou, mas mesmo que lhe fosse dada a opção de recuar, ela não iria.

No fundo, sem que ela percebesse, ela havia desenvolvido um apego por ele. Era difícil não desenvolver.

Quando todas as pessoas na sua vida a haviam deixado com fome, você naturalmente se apegaria à primeira pessoa que lhe alimentou, mesmo que fossem apenas migalhas.

Enquanto isso, Khaos observou como Zuri entrou no quarto dele sem hesitar e quando ele fechou a porta e a encurralou entre seus braços com as costas dela contra a parede, ela o olhou nos olhos, não havia traço de medo.

“Você entende o significado disso?”

“Isso pode arruinar minha reputação se as palavras se espalharem.”

“E você está bem com isso?”

Zuri pausou por um momento, não porque ela estava hesitante com sua resposta, mas esses olhos cinzas eram hipnotizantes. “Sim.” Ela então se pôs na ponta dos pés e enrolou seus braços em volta do pescoço dele antes de beijá-lo.

Khaos deixou ela fazer o que queria. Ele não a empurrou para longe ou a impediu, mas também não retribuiu o beijo. Ele só esperou até ela terminar.

“Essa será a segunda vez que você me pegou de surpresa com um beijo.” Khaos estreitou os olhos quando Zuri lambeu os lábios. Ela pressionou as costas contra a parede novamente, mas as roupas dele ainda estavam em suas mãos. “Eu realmente não entendo você.”

Zuri concordou com ele, ela não se entendia também. Ela deixava seus impulsos e as vozes em sua cabeça a controlarem, mas ela não tinha arrependimentos.

“Eu quero você.”

Khaos riu. Ele acariciou sua bochecha e passou o polegar sobre o lábio inferior dela. “Você é tão ousada. Está sugerindo ter um caso comigo?”

Zuri não conseguiu responder. Ela sentia demais, mas nada ao mesmo tempo.

“Ou, você só me quer porque você não gosta da vida que você vive agora?”

Era isso. Ele colocou em palavras o sentimento que ela nem conseguia explicar. Este homem só a conhecia há tão pouco tempo, mas era quase como se ele pudesse lê-la como um livro aberto.

Era um sentimento incrível quando alguém podia dizer algo que você nem conseguia verbalizar.

Ela odiava sua vida.

“Você só vive uma vez, se não gosta, faça algo a respeito.”

Zuri rangeu os dentes. “Eu deveria agradecer aos céus que só vivemos uma vez, porque eu não acho que aguentaria uma segunda.” Ela se pôs na ponta dos pés e estava prestes a beijá-lo novamente, mas dessa vez, Khaos recuou.

Houve um lampejo de dor em seus olhos, uma lágrima correu pelo seu rosto e quando Zuri baixou a cabeça, se sentindo derrotada, Khaos a puxou contra o peito e a abraçou. Ele deu leves tapinhas em suas costas.

“Isso é melhor do que um beijo, certo?” disse Khaos.

O cheiro dele dominava Zuri e seu calor a envolvia.

Havia uma coisa que ela não percebeu que havia ansiado por tanto tempo; uma sensação de conforto e proteção.