Uma Companheira Para o Último Lycan - Capítulo 29

29: CIDADE LUMICEN 29: CIDADE LUMICEN Três dias depois, Xaden foi para o Monte Eve, enquanto Zuri permanecia em prisão domiciliar. Ele ainda não permitia que ela saísse do quarto e Zuri não deixava ninguém entrar no seu quarto ou trazer sua comida, exceto Sarah e Esther.

As duas traziam religiosamente comida para o quarto dela duas vezes por dia e passavam todo o seu tempo lá dentro. Não porque eram particularmente diligentes em seu trabalho, mas na verdade para ficarem à toa. Sua luna sugeriu isso.

“Você sabe para onde a Luna está indo?” perguntou Sarah, enquanto comia a comida que era trazida em nome da sua luna.

“Não sei, não tenho certeza.” Esther se inclinou e falou em voz baixa. “Você acha que ela está tendo um caso com o Alfa Khaos?”

Sarah arregalou os olhos, ela também se inclinou e abaixou a voz para um sussurro, enquanto continuavam fofocando. “O Alfa Khaos é muito mais bonito do que o Alfa Xaden, mas ele é assustador.”

Foi Sarah quem entregou a carta e conseguiu dar uma olhada no alfa.

“Assustador como?”

“Então…” continuou Sarah.

A luna já tinha ido embora no momento em que o alfa foi para o Monte Eve caçar monstros e ela deu a instrução de que só as duas podiam entrar no quarto dela. Ninguém questionaria isso, afinal o alfa tinha deixado bem claro que a luna estava sob prisão domiciliar enquanto ele estava fora.

E agora, já faziam dois dias e Sarah e Esther estavam curtindo como nunca. Elas pegavam toda a comida que queriam da cozinha com o pretexto de que era para a luna e depois passavam a tarde e a noite à toa no quarto.

Isso era o paraíso comparado com a vida delas na masmorra.

Mas claro, elas estavam muito curiosas sobre onde a luna estava, ela disse apenas que voltaria em uma semana.

E atualmente, Zuri estava com Khaos. Sarah estava certa. Ela estava com o alfa, dentro de uma carruagem enquanto se moviam em direção ao leste, para a fronteira que separava o Reino Celeste e o Reino de Wolfdale.

Zuri concordou em ajudar nos negócios de Khaos com os mercadores do Reino de Wolfdale. Ele queria comprar o transporte de negócios deles, mas as negociações estavam emperradas porque a outra parte não queria ceder.

“De onde você tirou o dinheiro?” perguntou Zuri. Ela usava um capuz preto que cobria o rosto, apenas por precaução para caso alguém a reconhecesse, enquanto Khaos estava sentado à sua frente dentro da carruagem.

Khaos deu uma risada. “Só porque a sua matilha é a mais rica deste reino, não significa que eu não tenha dinheiro para comprar dez navios.”

Zuri balançou a cabeça. “Você veio aqui sob um pseudônimo, o que significa que você não podia usar sua identidade como alfa ou príncipe. Nesse caso, você precisa tirar seu próprio dinheiro para evitar levantar suspeitas de que usou o tesouro do reino.” Zuri inclinou a cabeça. “Você tem tanto dinheiro assim pessoal?”

Khaos sorriu; ele não parecia ofendido pelo que ela disse. Ao invés disso, ele parecia divertido com a capacidade dedutiva dela.

Ela estava certa, na verdade. Um milhão de ouro por um navio, o que significava dez milhões de ouro por dez navios. Era uma grande quantidade de dinheiro para alguém ter, mesmo sendo um alfa.

Dez milhões de ouro era mais da metade da riqueza da matilha River Creek e a matilha dela era a mais rica. Eles falavam da riqueza de uma matilha, não da riqueza pessoal.

Era por isso que Zuri questionava o dinheiro.

“De onde você tirou o dinheiro?” Zuri estreitou os olhos.

Khaos estreitou os olhos. Essa mulher era esperta e observadora. As mulheres geralmente não entendem de negócios. “Você é observadora demais para o seu próprio bem.”

Isso foi a única coisa que Khaos disse. Ele não respondeu à pergunta dela e Zuri não insistiu mais. Sua mente estava clara agora e ela manteve sua medicina com ela, caso enlouquecesse de novo. Ela não precisava daquelas vozes em sua cabeça quando precisava se concentrar neste acordo.

“Para que você precisa desses navios?”

“Para entregar carne.”

Como transmorfos, obviamente eram carnívoros, mas o gado não podia viver aqui. Apenas certos animais podiam viver neste continente, incluindo lobos. E então eles não podiam comer os monstros. A carne deles era tóxica para eles.

A razão pela qual o gado não podia viver neste continente era por causa dos monstros. Mesmo se por acaso você conseguisse manter o gado a salvo do ataque de monstros, eles eventualmente morreriam, porque aparentemente o gado e outros não podiam comer nada que viesse deste continente e ter a ração entregue de outro continente custaria mais.

“Entendo, você precisa alimentar seus guerreiros,” Zuri comentou displicentemente, ela olhava pela janela, enquanto Khaos a observava.

“Por que dez? Você não precisa de tantos navios para entregar carne. Um é suficiente.” Zuri voltou o olhar para ele e ele sorriu de maneira significativa. Havia algo no jeito que ele sorria que a deixava curiosa sobre o que ele estava pensando.

Esse alfa parecia acessível, mas ao mesmo tempo, ele era frio e indiferente.

“Quanto menos você souber, melhor. Você só precisa cumprir sua parte do acordo e eu cumprirei a minha.”

E com isso, o resto da viagem foi silencioso. Eles chegaram na cidade de Lumicen. A cidade que era a mais próxima da fronteira com o Reino de Wolfdale.

Havia muitas pessoas do Reino de Wolfdale aqui, especialmente mercadores. Esta era uma cidade grande e uma das ativas para comércio.

Khaos preparou tudo. Ele veio disfarçado de mercador, e Zuri, ela era a esposa dele.

“Esposa?!” Zuri se irritou quando soube disso, ela achava que não precisava de uma identidade para isso. Ela poderia ser uma assessora, mas ele iria apresentá-la como sua esposa?

“Hm.” Khaos assentiu calmamente. “Os mercadores daqui são na maioria não-transmorfos e usam o termo esposa para sua companheira,” ele explicou.

“Eu sei o significado de ‘esposa’!”