Uma Companheira Para o Último Lycan - Capítulo 234

234: O EFEITO COLATERAL 234: O EFEITO COLATERAL A última coisa que Khaos precisava fazer era ter uma conversa com Eyren, o novo rei do Reino de Wolfdale. Ele parecia angustiado e Khaos sabia o porquê, porque, de certa forma, ele era a razão por trás disso.

Khaos ainda não havia ficado por muito tempo, mas ele observava o herdeiro do Reino de Wolfdale por anos, desde que ele se tornou o príncipe herdeiro, assim, alguns dias de observação foram suficientes para Khaos completar as informações que precisava saber que tipo de pessoa Eyren era.

“Lorent não tem sido de muita ajuda,” disse Eyren em tom de reclamação. “Ele desapareceu,” ele disse quando Khaos pediu para andar com ele e percebeu o quanto estava aborrecido.

“Eu ouvi, ele perdeu algo importante.”

Eyren parecia surpreso por Khaos saber disso. Era um segredo, mas pelo que Eyren sabia, a louca companheira de Lorent havia desaparecido. Ele não pensou muito sobre isso, simplesmente achou que aquela mulher deve ter vagado por algum lugar do palácio. Não era a primeira vez que ela desaparecia e depois aparecia algumas horas mais tarde.

Lorent deveria ter acorrentado aquela mulher se não queria que ela vagasse sem rumo.

“Sim, sua companheira aparentemente fugiu de novo. Mas, não há nada com que se preocupar. Aconteceu algumas vezes.” Eyren não levou isso a sério.

“Um bom conselheiro deveria estar preocupado apenas com o reino.” Khaos sorriu para o jovem rei. Ele era mais baixo que ele e com corpo musculoso, mas bastava um olhar e você sabia que ele não adquiriu aquilo com treinamento de luta excessivo. Seus movimentos eram muito lentos. “Não acha?”

O Reino de Wolfdale era um aliado de longa data do Reino Celeste, eles costumavam lutar juntos contra o Grande Reino Lunar, e isso pode vir do fato de que os predecessores de seus reis eram irmãos.

“Eu não gosto muito do senhor Lorent, na verdade. Não entendo por que meu pai o elogiava tanto.”

Khaos sorriu com isso, essa era sua deixa…

***
“Você deixou Ezra lá?!” Os olhos de Zuri se iluminaram. Ela estava animada quando soube que Ezra não viria com eles para o Grande Palácio. “Você não me falou sobre esse plano antes.”

Eles estavam partindo do Reino de Wolfdale com vinte mil guerreiros e a lealdade de Eyren. O novo rei prometeu enviar mais guerreiros se o Grande Reino Lunar se recusasse a se submeter ao licano.

‘Eyren era realmente um bom rei. Perfeito.’
Foi isso que Zuri disse com uma piscadela quando viu os vinte mil guerreiros.

“O plano apenas me ocorreu e eu achei que era viável.”

Com Ezra longe de Zuri, ele não podia machucá-la e também, ele poderia manter seus olhos em Eyren.

“Você sabe que é viável. Você quis tanto que aconteceu.”

Khaos riu desse comentário. A carruagem estava chacoalhando e Zuri caiu sobre ele, mas ele pressionou a cabeça dela contra seu peito quando ela tentou se sentar novamente. “Seria ótimo se eu pudesse simplesmente desejar que algo acontecesse.”

“Se você pudesse desejar que algo acontecesse, o que você quer?”

A pergunta nunca havia passado pela mente de Khaos antes. Todo esse tempo, o que o movia era a vingança pela família que ele nunca viu, pelos guerreiros caídos que ele nunca encontrou e pela dinastia que ele não conhecia.

Se ele pudesse ter algo, o que ele realmente queria? Ele não tinha certeza se queria algo, apenas para ele, genuinamente porque ele queria.

“Nada é de graça, tudo que você consegue, ou é com esforço ou com consequência.”

“Mas, e se?” Zuri levantou a cabeça. Ela insistiu.

Ainda assim, Khaos não conseguiu pensar em nada, mas então quando ele viu ela, um pequeno sorriso apareceu em seus lábios.

“Eu quero você. Eu quero você pelo resto da minha vida. Eu quero você para esta vida e a próxima. Eu quero a vida onde você exista.”

Zuri franziu o nariz. “O que é isso? Você está tentando me conquistar?”

“Deveria eu seduzir você em vez disso?”

“Eu prefiro que você faça sexo comigo.” Zuri gostava quando eles faziam isso, porque a dor que Khaos infligia nela compensava a dor que ela tentava suprimir.

Era difícil explicar, mas aquelas dores que ela tentava enterrar não eram dores que ela podia controlar, ela as sentia mesmo quando não queria. A dor parecia uma criatura viva em sua mente e em seu coração.

Mas, a dor de Khaos era diferente, ela sabia que podia parar a dor se quisesse, podia controlar onde doía ou se queria que fosse mais doloroso.

Ela estava no controle, Khaos deixava ela estar no controle e isso fechava tudo o mais, permitindo-lhe focar apenas nele e no prazer que ele lhe dava depois.

“Sem chance, Zuri, você ainda está se curando.” Khaos segurou a mão dela quando ela tentou agarrá-lo. Ela fez beicinho e ele a recompensou com um beijo de leve. “Precisamos dormir separados se você for continuar tentando me agarrar.”

“Ah, seja honesto comigo, você gosta quando eu te agarro, certo?”

“Não.” No entanto, ele estava rindo da expressão dela.

Eles estavam brincando dentro da carruagem, discutindo e tal, mas no final, Zuri não conseguiu o que queria, embora Khaos a compensou de outra maneira.

Com essa longa comitiva, levaria mais de um mês e agora era o começo do outono depois de duas semanas na estrada.

Tudo corria suavemente, os dias passavam sem eventos, mas Zuri sentia que a inquietação no fundo de sua mente estava se tornando mais forte. Ela se irritava facilmente, mas um momento depois, ela não tinha energia para fazer nada.

Dezgar aumentou a dosagem do remédio que ela consumia, mas antes disso, ele a avisou sobre algo.

“A dosagem está muito alta agora e pode ter um efeito colateral que você não quer.”

“Qual é?”

“Há uma grande chance de que você fique estéril se continuar nessa dosagem.”