Uma Companheira Para o Último Lycan - Capítulo 218

218: ESTÚPIDO 218: ESTÚPIDO “Eu sinto muito pelo que fiz você passar. Sinto muito por não poder te dar a vida que você queria. Eu vou te libertar. Viva sua vida, minha rainha.”

Nycta se lembrou. Ela lembrou do que Dacre disse a ela quando ela estava entrando e saindo da consciência. Ela também se lembrou da conversa dele com Rose sobre o bebê deles que morreu.

Dacre poderia ter escolhido deixá-la morrer e ele teria o bebê que ele tanto queria, a última parte de Killian e também uma chance de salvar seu reino.

No entanto, ele não escolheu isso. Ele escolheu manter Nycta viva. Ele não conseguia se obrigar a matá-la.

Chamou-a de jovem e estúpida. Ela foi estúpida por escolher voltar ao palácio para ficar com ele. Ela era jovem, imprudente e impulsiva.

Nycta não deveria ter se transformado em sua fera depois de dar à luz a seu bebê morto, mas ela ignorou o que eles disseram e se transformou em sua fera para marchar de volta ao palácio, quando deveria estar segura a caminho de volta para o Reino de Wolfdale.

Ela o traiu quando dormiu com Killian, quando pensou que ele estava sendo infiel a ela, por isso, ela não iria traí-lo agora.

Nycta soube que eles iriam queimá-lo vivo. Dacre perdeu a luta final contra o lycano e agora seu corpo dilacerado estava na pira. Eles iriam queimá-lo ao meio-dia.

Ela ainda tinha algumas horas. Apesar da dor, ela avançou e, quando chegou à cidade capital, ela já não conseguia mais manter sua forma de fera.

“Afastem-se!” Nycta rugiu para os guerreiros de Khaos, que tentaram bloquear seu caminho para o palácio. “Fiquem longe de mim! Afastem-se!”

Sangue escorria de sua parte íntima, já que ela não deveria ter se esforçado, nem poderia se transformar durante algumas semanas após o parto, mas a dor não era nada.

Ela suportou horas de dor quando teve um problema em seu primeiro parto. Essa dor não era nada. Ela iria ao encontro de seu companheiro.

Ela precisava dizer a ele o quanto sentia muito. Ela não iria traí-lo em seu último momento. Ela era realmente uma idiota, mas isso não importava. O que mais importava para ela era ele…

“SAIAM!” Nycta rosnou para eles. Ela estava com dificuldade de ficar em pé, suas pernas tremiam, mas ela ergueu o queixo orgulhosamente, como a rainha que era.

Um dos guerreiros foi relatar isso a Khaos, perguntando ao alfa qual sua ordem para lidar com essa situação.

Na verdade, eles poderiam expulsá-la ou poderiam capturá-la e levá-la de volta ao seu alfa, mas havia algo dentro de Nycta que exigia respeito deles, afinal, ela era uma princesa antes de ser rainha, mesmo quando seu reino caiu, ela ocupava uma posição mais alta que esses guerreiros. Ela era uma nobre de uma família real respeitada.

E foi Zuri quem permitiu que eles abrissem caminho para Nycta.

“O que ela pode fazer? Se ela tentar algo engraçado, vocês não conseguem lidar com ela? Uma rainha caída, que nem mesmo consegue lutar? Deixem-na entrar.”

Foi isso que Zuri disse quando um dos guerreiros tentou contradizê-la e sugerir o contrário quando o alfa nem sequer saiu para ouvir o relatório deles.

E depois que eles conseguiram a permissão, os guerreiros, que bloqueavam o caminho de Nycta até o palácio, se afastaram, permitindo que ela entrasse na cidade capital.

Foi uma longa caminhada e o sangue deixava um rastro atrás dela. Ela murmurava para si mesma, como se estivesse entoando um encantamento, mas era simplesmente um incentivo para continuar.

“Um passo de cada vez, um passo de cada vez… um passo…”

Foi uma longa marcha, mas com cada passo que ela dava, ela se aproximava dele. Ela sabia que eles colocaram Dacre atrás do muro do palácio, sua execução não seria pública, pelo menos Khaos o poupou dessa humilhação.

Um passo de cada vez…
O vestido inferior de Nycta estava encharcado de seu sangue. Sua capacidade de cura não conseguia acompanhá-la, já que ela continuava se machucando. Ela sabia que não conseguiria. Ela não conseguiria voltar ao seu reino, mas isso não importava.

Este era o reino dela. Ela era a rainha. Aqui era onde ela ficaria. Dacre era seu companheiro e seu lugar era ao lado dele.

Lágrimas escorriam por suas bochechas, enquanto o sangue gotejava e manchava seu vestido e o chão que ela percorria.

Ela estava tão perto, ela podia ver o palácio. Só um pouco mais… aguente só um pouco mais.

Mas, no terceiro andar, na sacada, Zuri podia ver Nycta. Ela estava tão perto de chegar até Dacre, mas com sua velocidade, ela não conseguiria, já que iam queimar Dacre agora.

“Espere,” Zuri disse ao guerreiro, que a informou que iam queimar Dacre. Eles haviam queimado todos os guerreiros mortos e desta vez, era a vez do rei caído. “Não agora.”

Zuri olhava para Nycta e sua determinação. Ela não conseguia entender por que ela tinha voltado. Mas então, a ex-rainha a fez lembrar sua própria mãe.

Karina escolheu seguir seu companheiro até a morte.

Isso foi estúpido.

‘Você realmente acha que isso é estúpido? É a coisa certa a fazer como mulher.’
Do canto dos olhos, Zuri podia ver sua mãe se materializando do nada. Sua alucinação. Ela não tinha mais medo delas, mas preferia que elas não aparecessem.

‘Você fará a mesma coisa por Khaos. Você vai segui-lo até a morte.’
Eu não farei isso.

Sua mãe riu ao ouvir tal mentira descarada.

‘Ah, querida. Vendo como você é apaixonada por ele. Eu tenho certeza que você vai segui-lo até a morte.’
Não vou. Porque ninguém será capaz de ferir Khaos…