Uma Companheira Para o Último Lycan - Capítulo 209

209: SITUAÇÃO DESASTROSA PARA PESSOAS INOCENTES 209: SITUAÇÃO DESASTROSA PARA PESSOAS INOCENTES No dia seguinte, os dez mil guerreiros que haviam desertado o rei finalmente chegaram. A maioria dos guerreiros aqui eram pessoas que seguiam Khaos para defender o Caminho das Três Mortes contra o Grande Reino Lunar.

Eles não sabiam que Khaos era um lycano, mas mesmo quando souberam, ainda desertaram o rei para se juntar sob a bandeira de Khaos.

A bandeira da antiga dinastia estava por toda parte neste acampamento, eles também colocavam as bandeiras na área que haviam conquistado. A matilha River Creek havia erguido a bandeira da antiga dinastia também, indicando que estavam do lado de Khaos.

As coisas não pareciam boas, nem promissoras do lado de Dacre. Ele estava em uma situação difícil. Especialmente com dez mil guerreiros, que desertaram para o lado de Khaos, isso arruinou o moral dos guerreiros reais.

“Escrevi para meu pai”, disse Nycta quando Dacre foi vê-la. Ele começou a visitar seu palácio novamente, mas claro, por razões relacionadas à guerra entre ele e Khaos.

Dacre havia insistido para que Nycta escrevesse ao pai dela, perguntando sobre as tropas que haviam prometido a ele, mas o rei Amidas não respondeu a nenhuma carta de Nycta.

“Por que você não pede uma negociação?” Nycta sugeriu, aproximando-se de Dacre e segurando sua mão. Ela podia ver sangue em suas palmas, onde as unhas haviam cavado muito fundo em sua carne, porque ele cerrava os punhos com muita força. “Convide o alfa para vir e vocês podem discutir sobre isso. Vocês ainda são irmãos, certo?”

Não. Dacre não considerava Khaos como seu irmão, de forma alguma, depois de saber quem ele era. Ele precisava de alguém para dizer-lhe o que fazer em momentos como este, porque geralmente, seria Khaos quem lidaria com a situação estressante e ele se deleitaria na vitória que Khaos lhe trouxe.

Em retrospecto, Dacre poderia ver como Khaos o fez depender fortemente dele, ao ponto de ele não conseguir pensar em uma saída para uma situação sem ajuda.

Era um jogo longo para Khaos e ele jogou bem. Dacre nem conseguia ficar com raiva dele, mesmo quando ele era a razão pela qual ele tinha um problema de infertilidade, porque na verdade ele estava impressionado que havia alguém tão persistente quanto ele.

“Dacre”. Nycta se aproximou dele e, pela primeira vez depois do que aconteceu entre eles, ele não a evitou, ela viu isso como sua oportunidade. Ela o abraçou, descansando sua cabeça contra o peito dele. “O reino Celeste, o reino de Wolfdale e o Grande Reino Lunar faziam parte do império lycan, os três reinos pertenciam à antiga dinastia. Não é tarde demais para você conversar sobre isso com o alfa Khaos.”

Dacre não disse nada, mas ele a abraçou de volta e Nycta sentiu alívio com seu toque. Esta foi a primeira vez que ele mostrou um vislumbre de afeto por ela.

Ainda assim, as tropas do reino de Wolfdale não vieram e isso agitava Dacre.

***
Os guerreiros de Khaos avançavam firmemente em direção ao coração da matilha Blackthorne, enquanto conquistavam mais duas cidades nesta semana.

Todos podiam ver claramente, quem era o vitorioso dessa batalha. Era apenas uma questão de tempo até o regime de Dacre cair, enquanto seus guerreiros reais eram encurralados e eram forçados a recuar, perdendo cidade após cidade porque não tinham guerreiros suficientes para proteger sua grande área.

A maioria dos guerreiros desertava para o lado de Khaos, ou fugiam de suas fileiras. Obviamente, o moral estava em baixa nas tropas dos guerreiros reais.

O usuário de magia negra de Khaos desempenhava um papel crucial para derrotá-los, já que nenhum deles sabia como lutar contra sua magia.

Luca e Logan estavam tentando encontrar uma solução, mas as chances estavam contra eles. Seu último recurso era destruir assentamentos rurais e mover alimentos, pessoas e suprimentos para trás das cidades muradas para evitar que Khaos os utilizasse.

O que não podia ser movido era queimado, envenenado ou enterrado. Era a estratégia mais antiga e só amplificava o sofrimento dos inocentes.

Um grupo queria conquistar você e o outro queria impedir que você fosse útil, e você se fodia dos dois lados.

Eram os inocentes que mais sofriam neste conflito civil e Zuri aprendeu rápido como apaziguá-los.

Bem, ela aprendeu isso com Rose. Se havia algo útil do encontro de Zuri com ela, isso seria ela ter aprendido que a opinião das pessoas importava. A maneira como as pessoas a percebiam era importante.

Assim, apesar de seu desconforto, ela pediu a Khaos que construísse uma cozinha aberta para os aldeões que estavam sofrendo com suas perdas, já que os guerreiros reais queimaram seus suprimentos quando recuaram, o que deixou Khaos com cidades ou vilas desertas.

Mais vezes do que não, a cidade ou a vila eram queimadas até o chão com seus civis assistindo de lado, testemunhando seus bens duramente conquistados se transformarem em cinzas.

Era angustiante ver quando crianças e mulheres choravam enquanto os homens tentavam apaziguar suas famílias, pois eles não podiam fazer nada.

À medida que a batalha continuava, o sofrimento dos inocentes se transformava em algo completamente diferente.

“Vou vender essas duas meninas por dois ouros.” Uma senhora mais velha puxava duas meninas pequenas, com cerca de cinco e sete anos, provavelmente suas netas.

“O quê?” Zuri franziu a testa. Ela observava as meninas tímidas, que olhavam ao redor, não entendendo a situação em que estavam, olhando para ela com seus olhos inocentes.

“Um ouro.” Ela insistiu. “Elas trabalham duro e não reclamam. Elas não comem muito.”

Isso era muito absurdo para Zuri. A batalha havia durado mais de dois meses agora e eles haviam conquistado nove cidades nesse tempo, mas quanto mais longe iam, pior era a condição dos civis.

Aparentemente, os guerreiros reais saqueavam seu suprimento de alimentos e tudo o que tinha valor que eles podiam usar mesmo quando invadiam sua cidade. Os civis estavam sofrendo sob a ocupação dos guerreiros reais.

“Dez pratas. Você pode levá-las por dez pratas.”