Uma Companheira Para o Último Lycan - Capítulo 166

166: ZURI ESTAVA DESAPARECIDA 166: ZURI ESTAVA DESAPARECIDA Zuri cuspiu a orelha esquerda de Rhett e começou a rir maniacamente. Ela parecia louca, algo estava quebrado dentro dela. Estava irremediavelmente quebrada.

Sua risada se fundiu ao grito doloroso de Rhett e mais pessoas entraram na sala, mas Zuri não se importava com elas. Ela continuou rindo, mesmo quando a fizeram dormir, ainda estava sorrindo.

Sangue manchava seus lábios, respingava em seu rosto, escorria de seu queixo. Ela parecia uma ameaça. Até os guardas relutavam em se aproximar dela, embora ainda estivesse acorrentada à parede e incapaz de se transformar em sua besta.

Apesar de seu corpo parecido com o de um cadáver, ela tinha uma força incrível.

Enquanto isso, levaram Rhett para ver Glenda. Um dos guardas tomou a iniciativa de levar sua orelha cortada ao curandeiro, na esperança de que ela pudesse consertá-la.

Infelizmente, Glenda não conseguiu. Rhett não perdeu a capacidade auditiva, mas perdeu a orelha esquerda. Graças à sua habilidade de cura, ele não iria morrer por ter perdido tanto sangue e agora, ele ficou no mesmo quarto que Elias.

No entanto, a tempestade ainda não tinha chegado. A verdadeira tempestade estava na forma do último lycano. Assim que soube do desaparecimento de Zuri, ele virou a matilha de cabeça para baixo à procura dela.

Até o rei ficou atônito ao ver sua fúria.

“Não tenho certeza de onde a luna está, mas podemos tirar proveito desta situação”, Rose sugeriu a Dacre quando o rei veio até ela com a notícia.

As pessoas ainda não sabiam do desaparecimento de Zuri, eles apenas pensavam que Khaos e Rhett estavam tentando reforçar a segurança da matilha após o que Silas estava tentando fazer.

“O que você quer dizer?” Dacre estreitou os olhos, ele observou como Rose brilhava ao informá-lo sobre sua ideia. Ela parecia brilhante e perversa ao mesmo tempo.

“Isso está alinhado com o desejo de vossa majestade. Você pode atacar o alfa Khaos começando por denegrir seu nome. O universo está ajudando você, rei Dacre.” Rose falou muito graciosamente, como se não estivessem falando sobre a queda de alguém. “Podemos usar o povo para derrubar o alfa Khaos.”

Dacre podia ver o padrão no plano de Rose, ela tendia a usar a simpatia pública. Era uma boa ideia, mas não era prática. Dacre não tinha paciência para isso, então ele a deixou encarregada. Ele deu a ela cinco guerreiros para realizar sua missão.

E uma semana depois, surgiu esse forte boato sobre Zuri. O boato dizia que a luna fugiu para o Grande Reino Lunar em busca de refúgio e que na verdade ela estava envolvida no golpe e na destruição de seu suprimento de alimentos.

Isso, claro, colocou Khaos em uma luz ruim.

Ainda assim, o alfa tinha outra coisa importante a fazer do que se preocupar com tal boato sobre ele. No segundo dia do desaparecimento de Zuri, ele fez Rhett ir vê-lo.

“O que aconteceu com sua orelha?”

“Eu estava caçando e um monstro me atacou,” Rhett ensaiou a resposta que havia preparado. “Sou muito sortudo por estar vivo.”

Khaos olhou para ele por um instante e quando falou, não tirou os olhos dele. “Onde está Zuri?”

“Não sei. Eu teria lhe dito se soubesse.”

Ambos estavam atualmente no jardim, caminhando pelo chão lamacento, enquanto a neve começava a derreter e novas vidas emergiam do solo frio.

De repente, Khaos parou de caminhar, olhou para ele de perto, mas a expressão de Rhett não traiu nada.

“Você sabe onde Zuri está,” Khaos disse. Isso nem sequer era uma pergunta, mas mais como uma afirmação. Rhett estava calmo demais para alguém que não soubesse onde Zuri estava.

Apesar de tudo, ele se importava com ela como um irmão mais velho e também como alguém que havia infligido uma maldição sobre ela todos esses anos.

“Onde ela está?”

“O que você quer dizer? Eu não sei onde ela está…” Rhett se recompôs, franziu a testa, fingindo inocência. “Se eu soubesse, teria lhe dito imediatamente, alfa…”

Sem desviar sua atenção de Rhett, Khaos falou com Gayle. “Chame Dezgar aqui.”

***
Zuri recuperou a visão novamente e agora podia ver os arredores, ela estava dentro de uma pequena sala com uma janela, que era muito alta para ela ver o lado de fora. Não havia nada aqui, nem mesmo uma cama ou uma mesa, ou uma única cadeira.

Não havia lareira, então você pode imaginar o frio que estava.

Ela estava sozinha com tornozelos e pulsos acorrentados à parede com prata que queimava sua pele. Ela havia parado de lutar para escapar e agora, estava se balançando para frente e para trás, abraçando suas pernas, enquanto conversava com sua pessoa imaginária.

“E então, se o vínculo entre nós não existe? Ainda nos sentiríamos dessa forma?” ela perguntou a ninguém em particular, mas em sua mente, Khaos estava sentado ali ao lado dela. Khaos a acompanhava desde que ela abriu os olhos.

Provavelmente foi por causa de seu forte desejo de vê-lo, que sua mente o conjurou.

“Você acha que vou sobreviver a isso? Restam mais cinco maldições. Você acha que vou sobreviver a isso?”

Houve silêncio, como se Zuri estivesse ouvindo a resposta de Khaos.

“Dói. É tão doloroso… Não quero mais sofrer… Sim… Não quero lembrar nada disso… Não quero lembrar você também… Você pode matar Rhett? Eu odeio ele, mas não consigo matá-lo… Ele foi meu irmão favorito…”

Zuri deu um tapinha no próprio ombro, fingindo que Khaos era quem o fazia. Não era igual, mas era suficiente para acalmá-la.

“Acho que mordi a orelha dele, embora… Não me arrependo… Eu sei que você não é real… Khaos não está aqui… Não acho que ele vá me encontrar…”

No meio de sua ‘conversa’, algumas pessoas entraram na sala.