Uma Companheira Para o Último Lycan - Capítulo 150

150: UMA TENTATIVA 150: UMA TENTATIVA Khaos a libertou, mas por que ela não se sentia feliz? Será que estava muito confortável para ficar presa nesse sofrimento sem fim?

Ele disse para ela ir embora, para que não precisasse mais sofrer, mas por que tudo o que ela conseguia sentir era essa forte sensação de abandono?

Será que ela estava tão quebrada sem maneira de se consertar, a ponto de preferir o sofrimento enquanto estivesse com ele? Por que, ao invés de feliz por não precisar sentir dor, ela estava brava e triste.

“Vá embora, Zuri.”

A palavra feriu-a profundamente, ela não queria ouvir aquilo. Ela queria que ele retirasse o que disse. Ela não queria ouvir aquela palavra horrível. Ela queria arrancar o coração dele para que nunca mais pudesse respirar aquela palavra novamente.

“Tudo está pronto para você.” Khaos beijou sua testa. Seu toque era sempre gentil. “Você tem até amanhã para decidir. Passe pelo túnel secreto e ninguém vai te impedir.”

E depois de dizer isso, Khaos se afastou dela. Ela ofegou quando perdeu a proximidade com ele. Ela ansiava por seu calor e toque. Ela lutava com sua sanidade, tentando ser lógica com a situação, mas sua mente não funcionava.

Ela queria correr em direção a Khaos e abraçá-lo. Ela não queria que ele virasse as costas para ela, mas tudo o que ela podia fazer era ficar ali, parada com corpos mortos no chão e sangue em sua mão, observando-o desaparecer atrás da porta fechada.

O silêncio que voltou a essa sala apertou seu coração e as vozes começaram novamente.

“Não. Pare. Cale-se. Não preciso de sua opinião. Não. você está errado. Eu não faço isso,” Zuri falava consigo mesma, enquanto saía do quarto uma hora depois que Khaos partiu e encontrou Gayle parado do lado de fora da porta.

O novo gamma a olhava, havia um olhar de simpatia em seus olhos.

Zuri sustentou seu olhar por um tempo, mas se afastou em direção às florestas com Gayle a seguindo. A noite ainda estava fria e a pálida luz da lua brilhava no céu escuro.

“Para onde você vai, Zuri?” Gayle finalmente perguntou depois de segui-la por meia hora, eles já haviam passado pelo lugar onde costumavam treinar juntos.

“Eu quero me limpar.”

Gayle ficou bastante surpreso que ela respondesse sua pergunta, visto que ela murmurava para si mesma. “Mas você pode tomar um banho em um dos banheiros da casa do bando.”

“Eu preciso me limpar.”

“Hã?”

Gayle não conseguia entender o que ela queria dizer, mas a seguiu mesmo assim. Khaos tinha ordenado que ele ficasse de olho nela e era isso que ele estava fazendo agora.

Contudo, não demorou muito para que Gayle entendesse o que ela queria dizer. Eles caminharam em direção ao rio. Estava congelado, mas havia algumas partes que não estavam cobertas de gelo e Zuri foi até lá, tirou seu vestido enquanto caminhava e isso assustou Gayle.

“Hey! Eu ainda estou aqui! Você não deveria ficar nua na minha frente!”

Em vez disso, Zuri virou-se, ela estava apenas de roupas íntimas e tão rápido quanto ele podia, Gayle virou seu corpo, para que não pudesse ver sua nudez.

“Você é mesmo real?”

“O que você quer dizer com essa pergunta? Claro que eu sou real!” Gayle rosnou, ele estava frustrado. Ele ainda estava de costas para ela quando ouviu o som de água espirrando, indicando que Zuri estava debaixo d’água.

Seu vestido estava no chão, assim como suas roupas íntimas, o que fez Gayle corar. Ela era louca! Como poderia ficar nua tão facilmente na frente dele?! Ela é insana.

“Isso não está frio?!” Gayle gritou. Ele manteve distância, mas ainda mantinha os olhos nela. De longe, ele podia ver a cabeça dela acima da água, o que era bom.

“Está frio,” respondeu Zuri.

Ótimo. Pelo menos, ela ainda estava responsiva e comunicativa. Gayle considerou suas opções sobre essa situação absurda.

Ele não podia chamar um guerreiro para ajudá-lo quando Zuri de repente não se importava de ficar nua na frente dos homens. Isso só criaria um escândalo e a última coisa que Khaos precisava em sua bandeja era este problema ridículo.

A única opção restante era informar o alfa, mas Khaos estava longe demais para que Gayle pudesse vincular-se mentalmente diretamente com ele, então precisava passar a mensagem através de alguns guerreiros.

Agora Gayle podia sentir a frustração de Caiden.

“Então por que você não sai da água? Você não está cansada? Vamos voltar para a casa da matilha e você pode dormir em uma cama quente!”

Zuri inclinou a cabeça e olhou para ele. Ela não disse nada por um tempo, mas manteve os olhos nele, o que deixou Gayle um pouco desconfortável.

“O quê?”

“Você fala demais. Todos vocês falam demais. Por que continuam sugerindo coisas diferentes?”

“Hã? Sugerindo o quê?” Gayle olhou ao redor. Ele estava sozinho.

“Eu não quero mais ouvir suas lamúrias.” Zuri então mergulhou sua cabeça embaixo da água.

“Eu não estou lamuriando!”

Gayle sentou-se com as pernas cruzadas no chão, esperando aquela pequena cabeça sair debaixo da água, mas quando dois minutos se passaram e ela não saiu, Gayle ficou alarmado.

“Oh, merda!” Gayle imediatamente se levantou e tirou seus sapatos e jogou seu manto. “Hey! Zuri! Você está dormindo?!”

O gamma correu para o rio, mas antes que ele pudesse pular na água fria, ele viu um lampejo de branco que passou por ele rapidamente e a água espirrando.

Era a besta do alfa sem dúvida e quando ele veio à superfície, carregava Zuri em seus braços, o que permitiu que Gayle respirasse aliviado.

“Ela está bem?” Gayle se aproximou deles, mas o alfa rosnou perigosamente para ele. A princípio, Gayle não entendeu.

“Suma daqui!”

Gayle se assustou e então percebeu que Zuri ainda estava nua. Foi rápido, mas ele viu como seus ossos se projetavam.