Uma Companheira Para o Último Lycan - Capítulo 146

146: O RITUAL 146: O RITUAL “Khaos te deu uma ordem?” Ezra insistia com Caiden quando soube que seu filho não voltaria com ele para a casa da matilha. Ele estava ansioso para saber e estava ávido para ouvir que o alfa tinha revogado a punição e Caiden ainda era o seu gamma, ao invés de Gayle.

O título era demais para um mero guerreiro como Gayle.

“Não. Tenho uma tarefa. Preciso ir.” Caiden se esforçava para evitar seu pai, mas não era fácil.

Velhos hábitos são difíceis de morrer.

Caiden ainda sentia essa urgência de obter o reconhecimento de seu pai. Era complicado, mas desde pequeno, foi doutrinado a ser perfeito e a ouvir o seu alfa, mas ao mesmo tempo, ansiava pela aprovação de seu pai.

Ezra sempre se orgulhava tanto de Khaos. Desde que eram pequenos, ele sempre elogiava Khaos por qualquer coisa que fizesse e o lycano sempre fazia algo incrível.

Quase parecia que Khaos era seu primogênito, enquanto Caiden era seu segundo filho. Nada do que fazia era suficiente e a pouca atenção que Caiden recebia de seu pai só fazia com que ele quisesse mais.

“Bom. Bom.” Ezra assentiu. Ele deu tapinhas nas costas do filho. “Você precisa terminar esta tarefa maravilhosamente, para que Khaos considere te levar de volta a ser o seu gamma.”

O que ele disse irritou Caiden do modo errado. “A tarefa não é do alfa, mas sim da Zuri.” Caiden terminou de arrumar suas coisas e virou-se a tempo de captar a mudança de expressão de seu pai. “Pai, fique longe dela e não cause problemas com ela. Não precisa ameaçá-la, não é necessário. Se eu soubesse que você iria ameaçá-la, eu não a teria levado para te conhecer.”

E depois disso Caiden pegou sua bolsa e saiu do quarto. Ele se sentia tão mal por falar duramente com seu pai, mas continuou caminhando para longe.

Ezra foi aquela tarde para a matilha Greywolf e mais tarde naquela noite, o ritual finalmente aconteceu.

Elias reuniu-se com seus quinze usuários de magia e Rhett ficou não muito longe dali, enquanto Zuri estava deitada na cama. Ela olhava fixamente para o teto, até que Khaos entrou no quarto e ela desviou sua atenção para ele.

Eles fizeram isso no quarto de Zuri desta vez. Ela queria que fosse ali. Não havia muito o que preparar. Ela só pediu para não apagarem suas memórias sobre o ritua, embora Rhett sugerisse que ela fizesse isso, pois poderia traumatizá-la e ela talvez não quisesse fazer novamente.

Zuri simplesmente lançou um olhar fulminante para ele calar a boca. Ele não tinha voz no modo como ela queria que fosse feito. Ela ainda estava furiosa com seu irmão.

“Khaos…” Zuri levantou a mão e Khaos aproximou-se para segurá-la.

Deram a ambos um momento antes de Elias lembrar Khaos para se afastar. Ele também poderia ser atingido pela maldição.

“Podem começar agora,” disse Khaos calmamente.

“Khaos, você vai se machucar.” Desta vez, Bryden deu um passo à frente para persuadi-lo, mas um único olhar severo foi suficiente para fazê-los fechar a boca.

Khaos estava parado muito perto de Zuri e até estava segurando a mão dela. Elias e os outros usuários de magia precisavam ser realmente cuidadosos com o que iriam fazer porque o alfa poderia ser afetado se cometessem o menor erro.

“Façam. ”
E Elias começou.

Zuri gritava quando a primeira maldição entrou em seu corpo. Ela estava novamente restrita, mas desta vez não era com prata. Seu corpo estava acorrentado à cama e o espetáculo a fez sentir-se mal, embora ele não mostrasse nada em seu rosto.

Sua expressão permanecia impassível.

Zuri se debatia quando a segunda maldição foi infligida. Era quase como se estivesse sendo queimada. A dor da corrente de prata não era nada.

E quando chegou a hora da terceira maldição, a dor da queimadura desapareceu, substituída por frio. Frio tanto que ela pensou que estava sendo afogada num lago congelado. A dor do frio era como mil agulhas sendo espetadas em sua pele.

Isso a fazia lembrar de seu pai.

E lá estava ele…

Seu pai, ao lado de Rhett. Seus lábios se curvaram num sorriso. Ele a provocava e as vozes em sua cabeça estavam loucas. Havia tantas pessoas falando em sua cabeça. Tantas vozes. Falando ao mesmo tempo e Zuri sentia que sua cabeça ia explodir e que seus ouvidos sangravam.

Ela gritou e gritou e gritou ainda mais.

Zuri perdeu a conta de quantas maldições estava suportando agora, tudo o que sentia era a alternância entre o extremamente quente e frio e dor, mais dor… mais vozes.

Seu pai, sua mãe e então Xaden.

Os três os observavam sofrendo com alegria em seus olhos. Eles zombavam dela por escolher essas pessoas.

‘Você escolheu ele? Esse lycano em vez de mim? Veja o que ele está fazendo com você. Você está feliz em estar amarrada à cama para um ritual? Você está sendo um sacrifício e está feliz?’
Xaden a provocava. Estranhamente, Zuri podia ouvir sua voz alta e clara, apesar de tantas vozes em sua cabeça.

‘Você não sofreria assim se não nos traísse. Agora, é um karma para você. Você escolheu pessoas, que te tratam pior do que eu te tratei. Pelo menos, eu não tentei ativamente te matar. Eu nunca coloquei maldição em você.’
A voz do Alfa Roland falava com paciência para envergonhá-la.

‘Eu te ensinei melhor do que isso, Zuri. Como você pode ser tão estúpida? O que você procura nele? Amor? Não seja tola, eu te criei melhor do que esperar amor de um homem. O que eu sempre disse, Zuri? Você tem que ser a pessoa que usa o homem para sua vantagem.’
Sua mãe a olhava com decepção.

“Parem! Não falem comigo! NÃO FALEM COMIGO!”