Uma Companheira Para o Último Lycan - Capítulo 107

107: UM VISLUMBRE DO FUTURO DE ZURI 107: UM VISLUMBRE DO FUTURO DE ZURI Baseado no que Khaos havia decifrado das escrituras, alucinação era parte do efeito colateral das maldições, junto com muitos outros, dependendo da resistência da Concha.

Mas, todas as Conchas acabariam alucinando em algum momento e, quando atingissem esse estágio, seria perigoso para elas e todas as pessoas ao seu redor, porque poderiam se tornar muito violentas, já que não se reconheciam nem reconheciam outras pessoas.

Ouvindo vozes, criando histórias em suas cabeças, sentindo-se inseguras porque sempre achavam que alguém poderia matá-las e muitos outros.

Baseado nas anotações que foram deixadas, a última Concha conseguiu conter noventa e oito maldições, o que a deixou com apenas mais duas antes de ser completado, mas sua condição… Você poderia dizer que ela mal estava viva.

A Concha precisava ser monitorada o tempo todo, acorrentada e medicada para manter-se viva. Ela estava em um ponto em que não reconhecia seu ambiente nem a si mesma. Perdeu todas as suas habilidades de comunicação.

A morte seria uma misericórdia naquele momento.

Khaos colocou as anotações de lado e então olhou para Zuri. Tudo o que ele leu, seria o futuro dela. Era o que aconteceria com ela e não havia volta. E agora, ela começava a mostrar os sintomas.

Khaos acariciou a bochecha de Zuri e afastou seu cabelo. Seus ossos da face eram afiados o suficiente para cortar.

Vinte e três maldições a mais antes de ser completado. Ela teria que suportar vinte e três maldições antes de tudo terminar, mas então o que restaria dela? Ela voltaria ao normal?

Essa era uma grande questão, visto que ninguém havia completado, exceto o primeiro lycano, mas não havia registro disso. Havia apenas uma sentença que descrevia isso e tudo mais era tentativa após tentativa.

[Chame o Rhett aqui e também o curandeiro.] Khaos vinculou mentalmente seus guerreiros e, alguns momentos depois, Rhett e uma mulher de meia idade, cujo nome ele havia esquecido, entraram na sala.

Rhett olhou para Zuri, que estava dormindo profundamente, havia tristeza em seus olhos ao ver sua condição, mas logo desviou o olhar dela e olhou para Khaos.

“Eu responderei todas as suas perguntas,” disse Rhett solenemente. Ele pegou uma cadeira e a colocou oposta a Khaos, a curandeira fez o mesmo, mas sentou-se um pouco atrás de Rhett, que estava sentado na ponta da cama, segurando as escrituras e as anotações.

“Por que você escolheu ela?” Khaos virou seu corpo e deu toda sua atenção a Rhett.

“Por causa da constituição do corpo dela.” Rhett olhou para a curandeira, cujo cabelo tinha a cor de cinzas. Ela parecia calma e recolhida, não havia uma onça de preocupação em seu rosto. “Você já sabia que ela tem um instinto assassino natural, isso é suficiente para saber que ela será capaz de suportar.”

Instinto assassino natural era algo raro, mesmo para transformistas. Era verdade que a constituição de seus corpos era diferente. Era uma lógica simples.

“O que acontece depois que o sangue da beleza é completado?”

Rhett sorriu animado só com o pensamento disso. “Você terá um poder incrível que ninguém pode imaginar. Você irá reviver a antiga dinastia e governar o continente e quando isso acontecer…”
No entanto, essa não era a resposta que Khaos procurava. Ele havia ouvido isso inúmeras vezes de Ezra.

“O que acontecerá com ela?” Khaos interrompeu-o.

Rhett parou e seus olhos caíram em Zuri novamente, eles se tornaram tristes. “Não sabemos ao certo o que acontecerá com ela.”

Khaos já esperava a resposta, ele só queria ter certeza que eles não tinham nenhuma informação adicional sobre isso.

“Você não precisa se preocupar, assim que você estiver pronto, eu o informarei sobre as outras pessoas. Somos mais fortes do que você espera e nosso culto abrange todo o continente. Temos nossos olhos em cada reino.”

Rhett parecia tão orgulhoso ao falar sobre o culto. Pela forma como ele disse isso e como olhava para Khaos, era quase como se eles fossem adoradores, que achavam que a dinastia dos lycans era uma dinastia de Deus, especialmente com o poder secreto que eles possuíam.

Eles ficavam fascinados que tal poder existisse neste reino.

Khaos não estava empolgado ao saber sobre isso.

Após algumas discussões, ele dispensou os dois e leu mais das escrituras. Ele não dormiu nem um pouco e quando Zuri acordou no dia seguinte, ela parecia um pouco melhor, mas ficou um pouco mais dependente dele.

Dois dias depois, o rei foi informado que Silas estava a caminho da cidade capital com os guerreiros da Besta Vermelha.

“Metade do time que enviamos para a Matilha River Creek morreu,” disse Leonard com severidade. Ele não gostava de perder guerreiros, especialmente aqueles que ele mesmo treinara. Como beta real, ele estava encarregado da Besta Vermelha.

“Mas, a missão foi um sucesso, certo?” Dacre brincava com a pena em sua mão, ele olhava para o céu nublado, a neve vinha caindo pelos últimos dois dias. Estava ficando frio.

“Sim, mas…” Leonard parecia hesitante, enquanto procurava a palavra certa para dizê-lo. “Qual o sentido de trazer Silas? Ele é inútil de qualquer maneira.”

“Não exatamente. Podemos usá-lo de maneira diferente.” Dacre sorriu.

E o rei estava certo, ele realmente usou Silas de maneira diferente porque uma semana depois, havia um rumor sobre a tentativa de Khaos de matar Silas porque ele queria assumir o controle da Matilha River Creek, apesar do fato de que o rei havia emitido um decreto de que Silas seria o alfa da matilha após a morte de seu pai, já que ele era o primogênito.

Obviamente, esse rumor atingiu duramente a reputação de Khaos, especialmente quando havia menos de um ano desde a punição de Khaos por matar um dos anciãos da Matilha River Creek, e isso permitiu que Dacre emitisse outro castigo para ele, a fim de limitar seu movimento e poder.