Capítulo 642: Não é coincidência, é?

Foi bem fácil localizar o lugar designado pelo sistema como o paradeiro do último mapa do tesouro.

Sua morte iminente, porém evitável, não era a única coisa em sua mente, no entanto, haviam outras, como sua localização. “T4, é mesmo coincidência o fato de que o mapa do tesouro está na mesma ilha onde os rebeldes têm seu reduto?”

“Eu não posso te dar uma resposta precisa sem saber por que eles escolheram se estabelecer aqui originalmente, anfitriã.”

“Eu não acho que seja uma coincidência.” ela disse suavemente.

Ela olhou para o topo das árvores, se perguntando se agora era o momento apropriado para pousar. O grande ponto vermelho na sua tela virtual indicava que aquele era o lugar certo.

Ela havia vindo de todo o terreno rochoso da curta montanha. Uma parte desse lugar alto e acidentado era um penhasco que tinha vista para o mar.

Desde o penhasco, barracas haviam sido armadas, grandes veículos estavam cavando e pessoas carregavam itens de um lado para o outro em algo que parecia ser um movimentado local de escavação.

Ela se escondeu atrás de uma grande rocha e pegou seus binóculos do espaço de armazenamento virtual para dar uma olhada mais de perto.

À primeira vista, ela teria descartado como se fosse um canteiro de obras. Mas que canteiro de obras tem pessoas que são obviamente especialistas escovando e limpando objetos que estão sendo desenterrados do solo?

E aquilo não era uma operação pequena, porque T4 começou a escanear no momento em que ela viu o local movimentado e, pelo seu cálculo, cento e sessenta e três pessoas estavam naquele local de escavação.

O sistema indicou que esse mesmo local que estavam cavando era o mesmo lugar onde estava o que ela procurava. Se ela não estava errada, seria outro relógio.

Havia um homem em particular que parecia estar no comando, por causa da maneira como ele estava dando ordens e pelo fato de tudo o que era desenterrado ser levado primeiro a ele. Uma vez que ele dava uma olhada mais de perto, era passado para outra pessoa para escovar. Outro indivíduo então anotava algo que o segundo dizia.

A operação estava funcionando como uma máquina bem azeitada. Mas, azar para eles, ela estava ali agora. E ela também gostava de tesouros. Seus olhos captaram algumas pedras brilhantes ali, empilhadas atrás do líder.

Tudo o que ela tinha que fazer era esperar pela oportunidade certa para vasculhar o que eles haviam encontrado e pegar o que importava para ela primeiro. As outras coisas podiam esperar até que sua vida estivesse garantida.

“T4, quem é aquele?”

“Quem?” Ele perguntou.

“O velho que quer ser Indiana Jones.” Ela respondeu. Sua razão para chamá-lo de Indiana Jones era frágil, porque o óbvio homem chinês, que não tinha descendência caucasiana, estava usando um chapéu e, por acaso, estava em algo que parecia ser uma missão de busca por tesouro.

“Sinto muito, anfitriã, eu não entendi a referência.”

“O homem com cara de professor que parece estar no centro da operação. Ele deve estar ligado aos rebeldes para poder cavar na propriedade deles sem ser prejudicado.” Além disso, os homens armados que cercavam o local de escavação deixavam óbvio que aquele não era um lugar onde qualquer pessoa podia simplesmente entrar.

“Esta ilha é propriedade pública.” T4 disse a ela.

“Ah é, talvez você devesse se tornar um humano completamente normal e tentar tirar férias aqui. Me diga o quão pública esta ilha parece depois que uma das muitas armadilhas na floresta te pegam.”

“Por que um humano normal passaria pela floresta?” O pet do sistema perguntou. “Logicamente falando, um humano comum se aproximaria diretamente da cerca elétrica por curiosidade e então provavelmente morreria eletrocutado ao tocá-la ou seria capturado e interrogado antes de ser morto. Essa é a única forma que faz sentido para a situação.”

“Tanto faz.” Ela respondeu. “Apenas escaneie o rosto dele e me diga quem ele é.”

Enquanto isso, ela tirou fotos e as enviou para sua própria equipe, que as compartilharia com o imperador e seu grupo.

“O professor é um professor de arqueologia e estudos patrimoniais na Universidade Crown. Me pergunto se seu marido sabe quem ele é.”

“Mais detalhes, T4.”

Ela ainda estava olhando através dos binóculos para o local movimentado.

“Ele é o professor Zhao Long, cinquenta e dois anos de idade e é casado, com um filho. Quando não está ensinando, ele frequentemente vai com alguns de seus alunos para locais de tesouros rumores, ruínas de palácios antigos, antigos cemitérios e semelhantes, procurando seja lá o que arqueólogos procuram. Ele é mais conhecido por ser o primeiro no império a descobrir um genuíno incensário Xuande datado de um milênio atrás. Então, ele é famoso por descobrir algo muito antigo.”

Ignorando a pura ironia, ela perguntou, “Como ele chegou aqui?”

“De barco.” T4 respondeu.

“Você está denso hoje ou aquele mau funcionamento ainda está brincando de bater-moleque com o seu sistema?” Ele já sabia que apenas o meio de transporte não era a resposta que ela queria.

“Ele fez um grande empréstimo e investiu no que havia sido convencido ser o verdadeiro túmulo de um general Ding que viveu há dois mil anos. Esse general foi enterrado com centenas de tesouros, entre os quais incluía uma carruagem dourada, mas ninguém sabe ao certo onde está o túmulo ou se ele realmente foi enterrado com tesouros. O professor foi enganado a investir tudo e então desapareceu por um tempo. Há um arquivo de pessoa desaparecida aberto sobre ele na polícia da capital e tudo o que eu te contei até agora está disponível para leitura na página de weibo que sua esposa dedicou à busca pelo marido.”

“Hmm, acho que ele pegou dinheiro emprestado da pessoa errada.” Ela disse suavemente.

Ele poderia ter feito empréstimos de uma organização ligada à empresa misteriosa ou poderia ter sido vendido pelo credor a esse local.

Mas o sorriso no rosto dele a fez ponderar se ele era de fato uma vítima infeliz ou um maníaco obcecado por escavar antigos tesouros às custas de sua própria vida.

“Então, qual é o plano, anfitriã?” T4 perguntou a ela.

“Primeiro, vamos nos aproximar.” Ela disse.

Então, ela caminhou devagar, tomando cuidado para não deslocar as rochas. Cuidadosamente, ela se moveu até que estivesse perto o suficiente para olhar com seus próprios olhos o que eles haviam desenterrado.

“Ah, eu conheço esse negócio, é chamado ouro cabeça de cachorro.” Ela cutucou uma das pedras brilhantes que havia visto de longe. Mas aquilo não era uma pedra, era um tesouro. “Eu só vi um com meus próprios olhos uma vez em um museu na minha vida antiga. Quem diria que eu veria outro? Você sabe como esse tipo de coisa é rara? Acho que agora eu tenho uma resposta para o porquê desse professor estar sorrindo como um lunático: dependendo da pureza, esse ouro cabeça de cachorro poderia ser um tesouro nacional.”

Aquele da Terra tinha uma pureza de mais de

noventa, se ela estava se lembrando corretamente.

“Ele acha que vão deixá-lo viver para levar a glória de encontrá-lo?” T4 disse em choque.

Chi Lian acessou a fazenda virtual e pegou uma fatia de pizza. Estava anoitecendo, então ela até pegou uma das menores barracas e a armou.

Ela planejava aguardar dentro da barraca onde ninguém a veria. E quando estivesse mais escuro, ela atacaria.