Tornando-se a Noiva do Rei Elfo (BL) - Capítulo 58

58: Capítulo 58 58: Capítulo 58 “Então… Você vai me dizer para onde estamos indo? Não reconheço este lugar de maneira alguma.” Príncipe Ron disse enquanto contemplava as altas paredes cristalinas do longo corredor. A área era fria, diferente das outras partes do castelo. Parecia quase abandonada. Ele segurava a pérola brilhante entre dois dedos enquanto refletia; “Eu realmente não quero me perder novamente. Isso enfraquecerá a confiança do meu amado por mim. Não quero que ele pense que estou bisbilhotando como algum espião.”

“Ele?” Príncipe Kayziel perguntou, surpreso. A pérola emitiu um brilho suave, como se estivesse mostrando as emoções do Príncipe Kayziel. “A pessoa que você ama é um homem?”

Príncipe Ron suspirou enquanto o rosto belo do Rei Zedekiel piscava em sua mente. “Sim. Como você, eu sou gay e estou apaixonado por um homem maravilhoso. Só não sei como fazer ele me amar de volta.” Ele então franziu a testa. “Você disse que iria me ajudar, mas não fez nada ainda!”

Príncipe Kayziel riu. “O acordo é o seguinte: você me ajuda, e então eu te ajudo. Primeiro, temos que descobrir uma maneira de mostrar ao meu sobrinho o que aconteceu no passado para que ele me perdoe e permita que minha alma se reúna com a do meu irmão. É por isso que estamos indo para a biblioteca.”

“Por que você não pode mostrá-lo da maneira como me mostrou?” Príncipe Ron perguntou. “Não seria mais fácil? O que poderíamos encontrar em uma biblioteca que poderia ajudar?”

“Você acha que meu sobrinho vai simplesmente me permitir mostrar-lhe o passado? Não se esqueça que ele é o Rei Elfo. Ele é muito mais poderoso do que eu. Eu sou apenas um espírito Elfo. Ele poderia transformar minha forma espiritual em fumaça no segundo em que me visse” disse Príncipe Kayziel. “Consegui mostrar a você porque você é um humano e não tem barreiras em sua mente. Para mostrar ao meu sobrinho o passado, precisamos me dar uma forma sólida e restaurar meus poderes para que eu possa me proteger dele. Eu não saí daquele inferno para ser obliterado.”

Príncipe Ron achou que fazia sentido. Afinal de contas, o pobre príncipe tinha estado preso lá por milhares de anos. Ele não iria querer que sua fuga fosse em vão.

Ele seguiu as instruções do Príncipe Kayziel e desceu o corredor por um tempo até se deparar com uma grande porta vermelha à esquerda. Tinha algumas inscrições estrangeiras entalhadas nela que Ron não conseguia decifrar. Ele se aproximou e acariciou levemente os caracteres.

“Essa é a antiga língua Élfica?” ele perguntou, impressionado. “Eu já vi um pouco disso antes, escrito em livros antigos no escritório do meu pai. O que diz?”

Ele segurou a pérola diante da porta, parecendo ansioso. Príncipe Kayziel teria revirado os olhos se não estivesse dentro de uma pérola. Ele achava que o humano era muito simplório.

“Isso não é antigo. Ainda é nossa língua. Vivemos mais do que vocês, humanos, lembra-se?”

“Ah” Príncipe Ron assentiu, perguntando-se como ele tinha se esquecido de algo assim. Seu amado era milhares de anos mais velho que ele. Alguns podem achar isso estranho, mas Príncipe Ron só achava excitante. Mas então, ele pensou em algo e franziu a testa. “Mas eu posso estar aqui? E se alguém me pegar?” Ele começou a olhar para a esquerda e direita, perguntando-se se alguém estava vigiando-o. Ele não duvidaria que Zedekiel tivesse alguém o seguindo.

Ele tinha medo de que seu amado pudesse entender mal. Afinal, não seria a primeira vez. Seu amado não confiava nele de jeito nenhum. Ele pôde se lembrar da última vez que entrou acidentalmente no quarto do seu amado. O Elfo pensou que Príncipe Ron estava lá para assassiná-lo.

Príncipe Ron não estava muito preocupado com isso, porém. Ele já tinha planos para ganhar a confiança do seu amado. Ele já podia imaginar os dois juntos. Como seria ótimo para o Rei Zedekiel genuinamente sorrir para ele ou chamar seu nome com amor ou-
“Olhe para a porta” Príncipe Kayziel disse, trazendo-o de volta aos seus pensamentos. “Está empoeirada. Até a maçaneta está coberta de poeira. Ninguém vem aqui há muito tempo, então eu acho que ninguém vai te pegar aqui. Vamos, entre”
Príncipe Ron achou estranho. Como ninguém poderia visitar uma biblioteca? Ainda assim, eles entraram e ele ficou surpreso ao ver o lugar bastante pequeno. Era do tamanho de um banheiro de um apartamento de um cômodo. Ele só podia dar alguns passos para cá e para lá porque estava cheio de livros.

A biblioteca estava fracamente iluminada pelos poucos raios de sol que entravam por uma janela semiaberta e era a única janela na sala. Havia prateleiras feitas de madeira vermelha repletas com livros. Também havia livros empilhados no chão. Tudo estava empoeirado e o lugar cheirava a mofo. Como se não tivesse um sopro de ar fresco em anos. Príncipe Ron perguntou-se como os livros não apodreciam em tal lugar.

Como se Príncipe Kayziel o ouvisse, sua forma espiritual emergiu da pérola e ele olhou para os livros com felicidade. “A madeira vermelha é obtida de uma árvore mágica infundida com o poder do espírito da Terra. Ela protege os livros de apodrecer. Cada página aqui, cada capa, até os mapas e canetas são feitos de madeira vermelha. Nada aqui pode apodrecer.”

Os olhos de Príncipe Ron se arregalaram de admiração enquanto ele olhava todos os livros. “Isso é incrível.”

“E aqui,” Príncipe Kayziel continuou. “Jaz a informação que me ajudará a ganhar uma forma sólida. Finalmente, serei reunido com meu irmão. Meu espírito descansará.”

Príncipe Ron sorriu enquanto pegava um livro. A capa lia ‘Forja de Espadas’. Então colocou-o de volta e perguntou; “O que exatamente estamos procurando aqui? Vai demorar muito? Você sabe que eu tenho um compromisso com o Rei.”

Príncipe Kayziel assentiu enquanto flutuava pelo pequeno espaço. “Procure por qualquer coisa que diga ‘Transferência de Espírito’. Deve conter algo sobre como me dar uma forma sólida.”

Príncipe Ron assentiu e a busca começou. Ambos procuraram por mais de vinte minutos mas não encontraram nada sobre ‘Transferência de Espírito’ ou qualquer coisa relacionada.

Príncipe Kayziel amaldiçoou baixinho. Seu rosto ficou sombrio e ele deslizou de volta para a pérola com um suspiro pesado. “Algo me diz que meu querido sobrinho escondeu todos os livros que estou procurando.”

Príncipe Ron suspirou e desabou no chão, esticando as pernas e braços. “Por que ele esconderia os livros depois de te prender no subsolo? Será que ele de alguma forma previu que você escaparia?”

“Quem sabe?” o Elfo espírito resmungou. “Esse meu sobrinho é muito inteligente. Só não pensei que ele me odiasse a tal ponto. Agora como vou provar minha inocência?”

Príncipe Ron murmurou; “Hmm, se ele previu que você voltaria, então ele deve ter guardado os livros em um lugar que você não conhece ou um lugar onde você não teria coragem de ir. Aposto que os livros estão muito próximos dele.”

“Então conseguir eles é impossível. Você pode também me mandar de volta para aquele inferno. No segundo que ele perceber que eu estou aqui, ele destruirá meu espírito sem pensar duas vezes. Eu deixarei de existir para sempre. Nem mesmo no pós-vida. Não serei reencarnado. Não poderei experimentar a alegria da vida novamente.”

Príncipe Ron de repente se sentiu mal por Príncipe Kayziel. Deve ter sido uma tortura, ficar preso em um lugar assim por milhares de anos. Tudo por causa de um mal-entendido. E agora, quando ele pensou que havia uma esperança, foi apagada como uma vela.

Mas então, uma vela poderia ser acesa novamente.

“Eu vou te ajudar a descobrir onde estão os livros.” ele ofereceu. “Não deve ser muito difícil. Não acho que ele os esconda de mim, já que ele não sabe que eu sei o que vocês são.”

Príncipe Kayziel não concordou. “Não. É muito perigoso. Meu sobrinho não vai te perdoar assim que ele te pegar.”

“Isso se ele me pegar” Príncipe Ron corrigiu. “E não se preocupe, eu posso ser tão furtivo quanto um tigre.”

Ele então sorriu de maneira convencida. “Lá em Ashenmore, eles me chamam de Rei da furtividade. Meu avô costumava me levar à caça toda vez por causa de quão silencioso e rápido eu posso ser. Na verdade, eu posso estar na mesma sala com você, bem ao seu lado, e você nem sequer saberá. Quanto ao seu sobrinho, ele nem saberá que eu fiz alguma coisa. Pode contar comigo.”

Príncipe Kayziel não pôde deixar de rir. Alguém tão barulhento e desajeitado como Príncipe Ron jamais poderia possuir tais habilidades, mas ainda assim, ele o indulgiu. “Tudo bem, deixo isso com você.” Ele observou enquanto o humano se regozijava. Príncipe Kayziel riu internamente enquanto pensava; ‘Isso mesmo. Regozije-se com o seu destino iminente.’