282: Capítulo 282 282: Capítulo 282 Zedekiel congelou, as palavras ecoando em sua mente como um rugido ensurdecedor. Ele não conseguia respirar, não conseguia pensar.

Grávido? Ron estava grávido?

Seus olhos violeta se arregalaram em descrença. “M-Mas como isso é possível?” ele perguntou. “Você está me dizendo que Ron não está apenas lutando pela sua alma, mas também carregando meu filho?”

“Uh… filhos, Sua Majestade.” Cordin corrigiu hesitante. “Príncipe Ron está grávido não apenas de uma criança Sua Majestade, mas… quatro.”

O espelho tremeu na mão de Zedekiel enquanto ele cambaleava para trás, mas Ludiciel instintivamente estendeu a mão, estabilizando seu irmão.

“Você tem certeza disso, Cordin?” Ludiciel perguntou, incapaz de acreditar no que ouvia também.

“Eu juro pelo Espírito da Terra, Vossa Alteza,” disse Cordin sinceramente. “O médico real sentiu quatro respirações distintas. Príncipe Ron está grávido de quadrigêmeos.”

Os joelhos de Zedekiel dobraram. “E-Eu preciso sentar,” ele murmurou, incapaz de compreender a notícia.

Ludiciel o guiou até um banco de pedra próximo no jardim iluminado pelo luar. Ele afundou no banco, enterrando o rosto nas mãos.

Ron… seu Ron, estava grávido? Não apenas de uma criança, mas quatro. Então ele ia ser… um pai? Embora estivesse confuso, chocado e um pouco assustado, também estava cheio de alegria. Lágrimas de felicidade brotaram em seus olhos ao imaginar como Ron estava naquele momento. Sua cabeleira de cachos vermelhos que eram macios como algodão, olhos cor de esmeralda que brilhavam como diamantes, pele tão pura, imaculada e lisa que alguém poderia pensar que ele nunca tinha sido tocado pelo sol. Ele imaginou Ron sorrindo radiante enquanto abraçava sua barriga saliente e de repente sentiu vontade de correr até Netheridge instantaneamente.

Ele queria abraçar Ron com força e cobri-lo de beijos, dizendo repetidamente o quanto o ama. Como ele desejava segurar seus filhos em seus braços. Ele queria isso e muito mais.

Como Ron conseguiu ficar grávido, ele descobriria outra hora. Agora, ele tinha coisas maiores com que se preocupar.

“Você disse que ele está morrendo,” ele disse, lembrando-se das palavras anteriores de Cordin. Ele se levantou e pegou o espelho de Ludiciel.

Cordin assentiu solenemente. “Foi isso que o médico real disse, Sua Majestade. O espírito possuindo o Príncipe Ron está colocando uma pressão insuportável em seu corpo. E… o espírito quer erradicar a alma do Príncipe Ron.”

Os olhos de Zedekiel brilharam um roxo ainda mais profundo. A atmosfera no jardim de repente se tornou tensa. As plantas e a grama rapidamente encolheram sobre si mesmas, com medo da raiva emanando do Rei Elfo em ondas. “O que você quer dizer?”

Cordin explicou, “O espírito me fez recuperar o Livro dos Espíritos da biblioteca real. Ele contém o ritual de erradicação da alma. Mas não se preocupe, Sua Majestade,” ele acrescentou rapidamente, “Eu rasguei todas as páginas que mencionavam esse ritual e as deixei escondidas na biblioteca. O espírito não será capaz de destruir a alma do Príncipe Ron.”

Zedekiel exalou lentamente em alívio, recuando sua energia. “Bom trabalho, Cordin,” ele elogiou, seus lábios se curvando em um sorriso leve. “Onde você está agora?”

“Eu… Eu fui preso depois que entreguei o livro,” Cordin admitiu. “Sinto muito, Sua Majestade, mas eu não serei de grande ajuda daqui para frente.”

Zedekiel balançou a cabeça, compartilhando um sorriso com o Príncipe Ludiciel. “Não, Cordin,” ele disse. “É agora que mais precisamos de você. Agora, ouça-me atentamente. Vou te ensinar um feitiço que permitirá você escapar da masmorra. Quero que você reúna todos os Elfos ainda leais a mim e diga a eles que seu Rei vive. Vamos retomar nosso Reino.”

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Kayziel e Hugo estavam lado a lado na varanda do castelo no andar mais alto, olhando para a vasta extensão de terra sombria que se estendia para leste. O vento frio uivava ferozmente e o brilho tênue do sol poente lançava uma luz opaca e sinistra sobre o terreno.

Um grito repentino e penetrante rompeu o silêncio enquanto um grande corvo preto descia do céu. Ele pousou no ombro de Hugo, seus olhos miúdos cintilando brevemente antes de seu corpo se dissolver em fumaça negra. Os tentáculos se enrolaram em torno da cabeça de Hugo como sombras vivas antes de lentamente deslizar para dentro de seu ouvido.

A expressão de Hugo endureceu enquanto a visão queimava em sua mente. Ele se virou para Kayziel. “Eles estão vindo,” ele disse, seu tom grave. “Apenas dois dias de viagem.”

O maxilar de Kayziel se contraiu, seus olhos estreitando perigosamente. “Droga!” ele rosnou, caminhando alguns passos ao longo da parede antes de bater seu punho contra a pedra fria. “Eu deveria ter matado aquela vadia quando tive a chance.”

“Não se altere, Vossa Majestade.” Hugo aconselhou. “Eles são apenas um bando de usuários de magia negra. Sem esquecer que também são humanos. Meu exército pode lidar com eles. Quanto a Rose, ela será capturada e entregue a você.”

“E quanto ao Mestre das Sombras?” Kayziel perguntou. “O que você vai fazer com ele?”

“Eu mesmo enfrentarei ele,” Hugo respondeu com uma reverência. “Será uma batalha até a morte.”

Agora satisfeito, Kayziel sorriu, seu coração finalmente em paz. Ele sabia que podia sempre contar com Hugo para tratar das coisas. “Como está indo o ritual?” Ele perguntou. “Finalmente serei capaz de me livrar da alma do príncipe humano e possuir este corpo de uma vez por todas?”

Hugo hesitou em responder. “Hmm… sobre isso…”

Kayziel de repente agarrou seu peito, dobrando-se na cintura enquanto irrompia em um ataque de tosse.

“Vossa Majestade!” Hugo exclamou, alarmado.

Kayziel cuspiu uma boca cheia de sangue e seu corpo balançou enquanto a tontura o dominava. Felizmente, Hugo foi capaz de segurá-lo antes que caísse de rosto.

“Argh, você precisa acelerar as coisas.” Kayziel gemeu, tossindo levemente. “Neste ritmo, eu vou morrer antes de vocês começarem o ritual.”

“Não se preocupe, Vossa Majestade.” Hugo assegurou, carregando-o nos braços e fazendo seu caminho de volta para o castelo. “Vou dar um jeito.”

Enquanto ele passava pelo corredor que levava ao quarto de Kayziel, ele olhou na direção da masmorra. Havia um Elfo que os havia enganado e que ele precisava cuidar.

Naquele momento, Cordin se manteve atento nas sombras, fechou os olhos e prendeu a respiração enquanto Hugo e o ‘Príncipe Ron’ passavam, seu coração batendo mais rápido que um cavalo de corrida. Somente quando ele não sentiu mais a presença de alguém que ele finalmente se permitiu respirar. Ele colocou a mão sobre seu coração, soltando um enorme suspiro de alívio.

“Caramba, isso foi assustador.” Ele sussurrou para si mesmo. Por um segundo, ele pensou que seria pego. Com certeza, o feitiço de camuflagem de Sua Majestade era soberbo!

Ele então se levantou. Agora, para encontrar os outros e libertá-los do cativeiro do necromante. Haviam muitos trabalhos que precisavam ser feitos antes da chegada de seu Rei.