Tornando-se a Noiva do Rei Elfo (BL) - Capítulo 186

186: Capítulo 186 186: Capítulo 186 “Não estou te enganando,” ele insistiu, cravando os olhos nos de Zedekiel, “Eu juro isso. Minha verdadeira identidade é Raldore Nightshade, um bruxo – o filho mais novo de Malik e Iara Nightshade, líderes do estimado Clã Nightshade.”

Jovem Zedekiel demonstrava um choque palpável, suas feições congeladas em descrença enquanto as palavras de Ron o cobriam como uma onda avassaladora. Ele balançava a cabeça, dando alguns passos para trás. “Não. Não, você está mentindo. Você não pode ser um bruxo. Seu cheiro é diferente. Você cheira a humano.”

“É porque a minha magia é extremamente fraca.” Ron explicou. “Eu sou o Nightshade mais fraco que já existiu. Olhe, isso é a única coisa que eu consigo fazer.”

Ele se agachou na grama, fechou os olhos e murmurou algumas palavras. Lentamente uma pequena planta germinou do solo e gradualmente cresceu uma única maçã vermelha e suculenta em seu ramo. Mas Ron já sabia que as maçãs que ele cultivava não eram saborosas nem um pouco. Ele colheu a fruta, levantou-se e a estendeu a Zedekiel. “Veja, eu sou um bruxo.”

Dizer que Jovem Zedekiel estava chocado era pouco. Ele estava completamente aturdido. Ele nunca esperou que Ron fosse um bruxo. Mas então, rapidamente ele franzia a testa. “Isso não muda nada! Na verdade, as coisas ficam ainda piores! Vocês bruxos foram os que ajudaram os humanos a aprender feitiçaria! Você os ensinou encantamentos e lhes deu os meios para caçar-nos e matar-nos! Vocês os ensinaram a usar nossas fraquezas contra nós! Por causa de vocês, meu povo sofreu por séculos!”

“N-Não.” Ron gaguejou, balançando a cabeça. “Isso não foi conosco. Os Sombras da Noite não se misturam com humanos. Nosso clã permanece oculto no fundo da floresta e não seguimos as ordens da Ordem das Bruxas. Os humanos nem mesmo nos conhecem. Nós nunca faríamos-”
“Mentiras!” Jovem Zedekiel acusou, cortando-o. “Mentiras e mais mentiras. Você nunca se cansa de mentir? Um bruxo é um bruxo! Todos vocês são iguais!”

“Pare de generalizar!” Ron de repente gritou. “Por favor, pare. Nem todos são iguais. Você não pode dizer que todos os Elfos são iguais. Você não é igual. Cada um é diferente. Nós bruxos também somos diferentes. Por que você não consegue entender isso?”

Mas parecia que Jovem Zedekiel não estava ouvindo nada disso. Tudo que ele conseguia ouvir eram as palavras de seu tio. O jeito como ele descreveu as armas de tortura que as Bruxas haviam conjurado para os humanos usarem contra seres sobrenaturais. O jeito como seu tio falava sobre o inferno pelo qual passaram. “Eu nunca vou entender porque vocês bruxos são maus. Os humanos também. Isso é a única coisa que todos vocês têm em comum. Vocês são todos maus.”

“Existem Elfos maus também!” Ron protestou. “Não importa que criatura eles sejam. Vampiros, Lobisomens, Sereias, há maldade em cada raça. Não são apenas humanos e bruxos!”

“Ah é?” Jovem Zedekiel perguntou. “Então me diga, algum Elfo já enganou seu povo com um tratado de paz e depois os envenenou com a única coisa que pode matá-los? Algum Elfo arrancou as cabeças do seu pai e irmão e as enviou a você numa caixa? Algum Elfo já torturou seu povo até a morte?”

Ron sentiu seu sangue esfriar e sua pele ficar pálida. Como a de um fantasma. A maçã caiu da sua mão, rolando silenciosamente para longe. Era isso que os humanos tinham feito com ele?

Jovem Zedekiel debochou quando viu a expressão no rosto de Ron. “Eu não acho que sim. Você não sabe nada da minha dor. Você não sabe nada da injustiça e sofrimento que meu povo enfrentou nas mãos dos humanos e do seu povo.”

Quanto mais falava, mais enfurecido ficava. Suas orelhas e unhas cresceram ao tamanho completo e seus olhos adquiriram um tom profundo de roxo. “O que é que vocês têm contra nós?” ele perguntou. “Por que vocês querem nos ver sofrer? Por quê? O que nós fizemos para vocês?”

Naquele momento, Ron desejou nunca ter revelado sua verdadeira identidade. Ele só queria que Zedekiel amasse ele novamente. Ele não tinha ideia de que Zedekiel odiava bruxos mais do que odiava humanos. “Zedekiel, por favor, acalme-se e me escute.”

“Eu não vou me acalmar!” Jovem Zedekiel gritou. “Humano ou bruxo, você é o pior tipo de criatura que existe. Você mentiu para mim desde o começo. Você mentiu! Nosso relacionamento começou com uma mentira!”

Elfos eram criaturas geralmente puras e odiavam mentiras e enganos mais do que qualquer coisa. Era por isso que não importava quantos anos se passassem, Zedekiel não conseguia se desfazer da dor.

Ron de repente não sabia o que fazer. Ele começou a chorar novamente. “Me desculpe.” Ele soluçou. “Eu não pretendia esconder a verdade de você. Eu sou só um bruxo realmente fraco e não queria que você mudasse sua percepção sobre mim então decidi não dizer nada. Eu realmente sinto muito, Zedekiel.”

Mas era tarde demais.

“Eu não acredito em você.” Jovem Zedekiel disse. “Eu não acredito em você agora e nunca acreditarei em você novamente. Tudo que sai da sua boca são mentiras. Você não me ama. Você não se importa comigo. Se tivesse, teria me dito a verdade desde o começo.”

Ron concordou, fungando. “V-Você está certo. Eu deveria ter lhe contado a verdade. Mas se eu tivesse, você teria me amado?”

Jovem Zedekiel ficou pálido e então silencioso.

Ron levantou a cabeça, encarando diretamente nas suas órbitas violetas. “Me diga, Zedekiel. Se eu tivesse lhe contado desde o começo que eu sou um bruxo, você teria me perseguido? Nós teríamos ficado juntos?”

Zedekiel, que observava, já sabia a resposta que sua versão mais jovem daria.

“Não.”