Suas Lições Travessas - Capítulo 95
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95: Carinho e Atenção 95: Carinho e Atenção ** Harper **
Aconchegar-se na cama com o Eli era diferente de tudo que a Harper tinha imaginado. Os braços dele estavam envolvendo-a em um abraço suave, firme o suficiente para pressionar seus corpos um contra o outro, mas também delicado o bastante para se sentir íntimo, enquanto ele desenhava padrões casuais ao longo da espinha dela. Os toques não eram exatamente sensuais, e nem os beijos. Em vez das chamas ardentes habituais, agora só havia uma faísca bruxuleante e um calor cintilante na maneira como suas respirações faziam cócegas e as pontas de suas línguas se roçavam.
Harper queria continuar fazendo isso para sempre. Na verdade, ela talvez gostasse disso até mais do que da ousada aventura em que se envolveram mais cedo. Claro, ela gostava do calor no sangue, da emoção selvagem e do prazer, mas isso — deitar-se nua com ele, emaranhados em meio a um emaranhado de lençóis retorcidos e se beijando em seus braços como se o resto do mundo não existisse — derretia seu coração de uma maneira totalmente diferente. Sentia como se fossem um casal de verdade fazendo o que quer que um casal devesse fazer, relaxando nos braços um do outro por conforto e amor e, acima de tudo, apenas pelo sentimento tranquilo de estar juntos. De certa forma, parecia ainda mais íntimo do que o sexo.
Se ao menos eles fossem um casal de verdade…
A mente da Harper voava, sua imaginação começando a preencher todos os espaços em branco do que poderia ter sido. Se ao menos fossem um casal de verdade, eles poderiam ter ficado assim até pegarem no sono e acordarem ainda abraçados. Eles poderiam fazer o mesmo todas as noites, sem precisar se limitar àquela boba rotina de sábado à noite. Ou então poderiam simplesmente continuar para outra rodada…
O pensamento fez com que os braços dela se apertassem em torno dos ombros dele, e seu beijo se tornou mais profundo por puro reflexo. Bem, tanto para esse abraço não ser sensual.
O efeito de sua escorregadela subconsciente foi imediato. A mão do Eli que estava deslizando pelas costas dela pausou, e o ritmo de sua respiração mudou. Um suspiro pequeno ressoou em seu peito.
– Devemos provavelmente parar – ele interrompeu o beijo e disse contra os lábios dela. A voz dele estava tingida com uma rouquidão leve, do mesmo jeito que tinha estado a noite toda.
…Parar? Por quê? Harper abriu os olhos e fixou o olhar nele. Só então ela começou a perceber que, enquanto continuavam se enredando naquele beijo não sensual, seus corpos inferiores tinham se pressionado cada vez mais um contra o outro. Como resultado… ele ficara duro novamente, o que ela teria notado se não estivesse tão distraída imaginando todas aquelas versões alternativas de como a noite poderia terminar.
Oh.
A visão disso fez todo tipo de coisa com a mente dela, trazendo de volta as lembranças de mais cedo. A sensação do calor líquido dele descendo pela garganta dela. Os pulsos trêmulos no fundo de sua boca. O tremor do corpo dele sob as palmas dela, e a visão dele jogando a cabeça para trás com um gemido gutural como se tivesse perdido completamente o controle…
Deus, ela não tinha palavras para descrever tal experiência fora deste mundo. As coisas que ela faria para ter a chance de repetir, ela nem mesmo ousaria admitir.
Mas ele tinha dito para parar…
A compreensão foi lenta para se assentar, mas fez isso de qualquer maneira, e Harper finalmente voltou de seus devaneios para a realidade. Afinal, era apenas uma de suas típicas sessões de “treino” de sábado à noite. Eles não eram um casal de verdade, apenas parceiros em um acordo que haviam terminado sua agenda do dia. E era quando esse dia tinha que chegar ao fim.
A euforia feliz zumbindo dentro dela começou a desaparecer. Embora por fora, ela não mostrasse. Falso casal como talvez fossem, ela não queria quebrar a pretensão e arruinar o último fio de magia remanescente do momento, então ela disfarçou sua expressão em um sorriso despreocupado enquanto encontrava os olhos do Eli. – O quê, está com medo de mais vinganças esperando por você? – ela provocou. – Eu ficaria animada para escutar a palavra ‘Frango’ a qualquer momento para me fazer parar.
Isso lhe valeu uma sobrancelha levantada. – Oh pequeno diabo, mas já passamos da cena agora – Eli riu baixo. – Se você leu o livro que a May te deu, você deveria saber que agora é hora do aftercare. Ou seja, eu mereço ser mimado por causa daquelas algemas que você colocou em mim.
Foi a vez da Harper levantar uma sobrancelha. As pessoas realmente faziam aftercare para cenas tão comuns? – Aquelas algemas não doem – ela retrucou.
– Inferno, doem sim – Não deveria ser possível para alguém como Eli conseguir fazer uma cara que praticamente grita “Eu preciso de um pouco de cuidado carinhoso amoroso”, mas ele o fez perfeitamente. – Eu puxei com muita força, e não tinha proteção no interior. O metal roçou, dói.
– … – Harper nem sabia como responder a uma reclamação com som tão legítimo. Não quando o homem na frente dela parecia tão adorável e necessitado de amor, fazendo seu coração derreter e colocando um sorriso carinhoso no rosto dela. – Devo beijar isso? – ela ofereceu e trouxe um de seus pulsos aos lábios.
Ela de fato olhou, claro. Não havia sinal algum de arranhões ou de vermelhidão. Mas ela o tratou como se ele fosse feito de vidro da mesma forma, depositando beijos leves da base da sua palma até seu ponto de pulso, pausando ocasionalmente para sentir o ritmo do coração dele contra os seus lábios. Ele soltou um suspiro de satisfação e fechou os olhos, permitindo que ela continuasse traçando esses carinhos suaves de um lado para outro lentamente.
O sorriso de Harper se alargou. Ele se dava conta de que, ao se recostar no travesseiro para aproveitar o “aftercare” dela, o pulso dele estava dobrando em direção ao rosto dela, seus dedos roçando no queixo dela e acariciando-a com um toque leve como uma pena? O movimento era tão casual, tão natural, que parecia quase subconsciente, como se fosse apenas instinto que o fizesse querer tocá-la de volta enquanto ela o cobria de beijos amorosos.
A intimidade sutil do gesto afastou toda a decepção que ela sentia um minuto atrás. Bem, talvez seus devaneios não fossem completamente infundados, e havia ainda magia naquele momento, afinal de contas.