Suas Lições Travessas - Capítulo 85
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85: Escapadas Arriscadas 85: Escapadas Arriscadas ** Eli **
Eles não voltaram a falar o resto da semana depois daquela breve ligação. Eli imediatamente começou a usar o novo codinome para o projeto da Harper — claro, estritamente para os blocos privados na agenda dele, visíveis apenas para ele mesmo — e toda vez que o título perfeito aparecia na tela, trazia um sorriso ao rosto dele e o lembrava de checar o celular, na esperança de que Harper tivesse pensado em algo incrível para perguntar ou provocá-lo. Logo, o hábito evoluiu para um olhar constante e esperançoso para a tela em branco, em frequências que aumentavam gradativamente de algumas vezes por dia para algumas vezes por hora.
Quatro longos dias se passaram em decepção, porque, claro, um telefone sendo vigiado não vibra. Só foi quando voltou ao apartamento dele na sexta à noite que viu uma lista de notificações perdidas:
[ Harper: Você acharia que sou uma franguinha se eu dissesse que estou um pouco assustada com amanhã? ]
[ Harper: Nunca vi uma loja como a que vamos. Pelo menos não na vida real. ]
[ Harper retirou uma mensagem. ]
Interessante. Recolhendo uma mensagem dele? Um sorriso aflorou no canto dos lábios de Eli enquanto ele imediatamente respondia: [ O que você excluiu? ]
Três pontos piscando apareceram de imediato. Ela devia estar segurando o celular e esperando por sua resposta — a percepção o fez se sentir incrivelmente lisonjeado, embora ao mesmo tempo um pouco culpado por fazê-la esperar na incerteza. Como ele pôde perder essas mensagens em primeiro lugar? Agora teria que verificar as mensagens dela ainda mais frequentemente.
A resposta veio em segundos. [ Nada. Foi só alguns erros de digitação. ]
… Essa garota era uma péssima mentirosa. Mas quanto mais ela tentava evitar o assunto, mais isso o intrigava, então Eli deixou seu sorriso crescer enquanto se recostava no sofá, rapidamente transformando as mensagens em um verdadeiro bate-papo em tempo real:
[ Eli: Não acredito em você. ]
[ Harper: Sério, foi só dedo gordo. ]
[ Harper: Eu te disse que estou nervosa. ]
[ Harper: E meus dedos escorregam quando estou nervosa. ]
[ Eli: Até que posso achar que você é uma franguinha se você nem consegue me contar o que deletou 🙂 ]
Os pontos de digitação do outro lado pararam.
Eli observava seu telefone, divertido. Os pontos voltaram à vida, pausaram e continuaram a aparecer e desaparecer por mais de um minuto até que finalmente viraram texto: [ Tá bom. Eu disse que nem tenho um vibrador. Não consigo nem imaginar como será comprar numa loja dessas. ]
Caraca, essa garota sabia como provocar.
Cerca de mil maneiras de responder aquela mensagem passaram pela cabeça de Eli, a mais tentadora sendo “por que você precisa de um vibrador quando tem a mim?”. Mas havia uma linha tênue entre flertar e … realmente querer dizer aquilo. Uma linha que ele sabia que não deveria cruzar.
Antes que conseguisse escolher uma resposta mais apropriada, a próxima mensagem dela já havia chegado. [ Enfim, o que estou tentando dizer é por favor não se divirta demais enquanto eu faço papel de idiota amanhã. ]
Seus dedos pausaram sobre o teclado.
É sempre um pouco difícil julgar as emoções baseado apenas em palavras, sem o contexto de tons e expressões faciais. Mas pelo jeito que ela estava colocando … Parecia um pouco genuinamente nervosa.
Seria o lado tímido dela reaparecendo por baixo daquela fachada ousada novamente? Pelo amor de Deus, essa era a garota que tinha inventado o codenome Mergulho Profundo há alguns dias. Será que ela estava realmente preocupada que ele pudesse julgá-la por … o quê, ser inexperiente na área física?
Eli balançou a cabeça. A garota não fazia ideia de quão sexy ela era, especialmente quando combinava aquela inocência física com aquela mente nada inocente, capaz de deixar qualquer homem louco. Mas talvez agora não fosse o melhor momento para dizer isso a ela. No momento, ela queria uma reassurance convincente, então ele digitou: [ Se te faz sentir melhor, eu fiquei horrorizado na primeira vez que fui àquelas famosas festas de rua na costa oeste. ]
A confissão um tanto embaraçosa funcionou imediatamente, se a velocidade da resposta da Harper era algo a se considerar.
[ Harper: O quê? Você, logo você, horrorizado?? Isso é difícil de imaginar. ]
[ Harper: Como foi, afinal? Eu ouvi que as pessoas usam roupas íntimas provocantes nesses festivais, assim, na rua. ]
[ Eli: Bom, se eles usam alguma coisa, sim. ]
[ Eli: Na maioria das vezes eles simplesmente andam nus. ]
[ Harper: O quê? ]
[ Eli: Para mostrar as coisas que eles fazem com as suas … partes íntimas. ]
[ Harper: O quê??? ]
[ Harper: Quero saber que tipo de “coisas” estamos falando? ]
[ Eli: Tudo o que você pode imaginar e mais. Tatuagens, piercings, cintos de castidade … ]
[ Harper: Hum … Isso soa … doloroso? ]
[ Eli: Sim, nem me peça para descrever. ]
[ Eli: Certas partes de mim doem só de pensar nisso agora. ]
[ Harper: Oh … Então se você ousar zombar de mim amanhã, já sei o que comprar pra você em troca 🙂 ]
Agora sim, ela parecia muito melhor.
Eli sorriu para a sequência de mensagens ridículas que eles haviam acabado de trocar. Honestamente, ele não conseguia acreditar que estava falando assim com a Harper. Fora do contexto dos horários de sábado à noite deles, isso era completamente inapropriado. Mas a sensação de aliviar aquela ansiedade dela e substituí-la por um sorriso maroto em seu rosto … era prazerosa demais para ter dúvidas. Tão prazerosa que, ao reler a última mensagem recebida, ele nem sequer se encolheu da dor imaginária como pensou que faria.
Ao contrário, ele queria encorajá-la. Mesmo que fosse só para manter aquele sorriso maroto nela por um pouco mais.
Então ele deixou seus impulsos tomar controle e enviou uma mensagem que provavelmente se arrependeria pelo resto da vida: [ Como eu te disse antes, você pode fazer o que quiser comigo. ]