Suas Lições Travessas - Capítulo 62
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62: Aprimore Seu Ofício 62: Aprimore Seu Ofício ** Harper **
May foi super gentil e insistiu para que Harper ficasse com os dois livros de graça, então Harper a agradeceu novamente e guardou os presentes na bolsa. As duas editoras conversaram mais um pouco sobre seus projetos de trabalho antes que mais pessoas aparecessem no estande, e May teve que dispensá-las para atender ao seu posto.
“Bem. Essa foi uma experiência e tanto, Sr. Profissional.” Harper imitou o tom de May e riu quando Eli revirou os olhos. “De onde veio esse apelido, afinal? Endosso profissional?”
“Uma história meio embaraçosa.” Eli balançou a cabeça como se fosse uma verdadeira saga infeliz. “Na primeira semana que entrei na equipe, eu corrigi um erro factual que May cometeu com… um certo tipo de acessório corporal. Isso causou uma pequena confusão no escritório, já que ela sempre foi vista como a guru nessa questão e acabou me dando uma reputação um tanto imerecida também. As pessoas ainda fazem piada sobre isso.”
“…Você corrigiu May em um erro?” Harper ofegou. Caramba, ele realmente estava interessado em fetiches então. Não só interessado, mas também experiente, para poder contrariar especialistas como May.
“Não por experiência prática,” Eli esclareceu, obviamente lendo a expressão de Harper. “Lembra que eu morava na costa oeste? Coisas assim não são nada incomuns por lá. Eles têm festas de rua e carnavais pra celebrar essas coisas, onde as pessoas desfilam ali com todos os brinquedos mais legais que têm. Eu já vi o suficiente para saber algumas coisas.”
Quanto mais ele explicava, mais Harper ficava curiosa. Então ele nunca tinha experimentado nada disso pessoalmente… mas ele devia ser fascinado pelo assunto, se ele tirou tempo para ir a todos esses festivais. Talvez isso sempre tenha sido algo que ele quis secretamente explorar…
“Enfim, chega de bobagem.” Eli desviou a conversa do assunto. “O que May sussurrou para você quando eu estava olhando a lista de destaques dela? E qual foi o segundo livro que ela te deu? Eu não reconheci a capa.”
“Ah.” Harper jamais contaria a verdade sobre o conselho de May. “É… só um livro para me ajudar a aperfeiçoar minha arte. May disse que tem boas cenas e escrita fluente, então eu provavelmente poderia aprender um pouco com ele.” Para mostrar que não tinha nada a esconder, ela tirou o livro da bolsa e o mostrou para Eli.
Eli deu uma olhada, e então lançou um olhar estranho para ela. “Ela não está tentando roubar os seus serviços de editora de mim, está?”
“… O quê? Claro que não!” Harper riu e enlaçou o braço no cotovelo dele, porque aquele era o momento perfeito para alguns “toques casuais”. “Ninguém mais pode me ensinar como você. E você acabou de provar que é um profissional até no nicho dela, então, quem mais eu poderia desejar, quando já tenho o melhor editor que existe?”
Ela deixou o elogio pairar entre eles de forma maliciosa enquanto continuavam a se movimentar pela multidão.
~ ~
Eles visitaram mais tendas de livros, olharam artigos variados nos stands de presentes e pegaram um jantar clássico de feira com pernas de peru defumadas e bolos em formato de funil. Harper se lembrava de continuar deslizando um flerte ou toque “não intencional”, e ela ficou aliviada que Eli não parecia ter percebido nada fora do comum.
Ou se ele percebeu, não parecia se importar.
O pensamento deu a ela encorajamento. Sua confiança cresceu agora que ela sabia que podia aprender a jogar esse jogo de sedução tão bem quanto qualquer outra pessoa. Então, assim que voltou para casa naquela noite, ela mergulhou imediatamente no livro que May lhe deu, ansiosa para adicionar algo novo ao seu conjunto de habilidades.
Já fazia um tempo desde que ela segurou um livro de verdade feito de papel em suas mãos, e ela se perdeu rapidamente na leitura.
A história seguia o clichê de namoro falso. Os personagens principais eram dois amigos que fizeram um acordo para fingir estar em um relacionamento, para evitar que suas famílias os pressionassem a ir em encontros idiotas. Eles embarcaram em uma jornada cheia de situações constrangedoramente engraçadas, mas como alguns desses encontros falsos deram errado e criaram oportunidades inesperadas para eles se conhecerem melhor, faíscas começaram a surgir.
Namoro falso normalmente não era o favorito de Harper. Mas a trama era engraçada, fazendo-a virar as páginas facilmente. Ela se lembrava de ir devagar de vez em quando, no entanto, para prestar atenção no que May apontou para ela — as diferenças nas perspectivas dos dois personagens, especialmente os pensamentos internos do cara.
Ficou bem óbvio o que May estava tentando mostrar a ela.
Assim que a linha da história progrediu para os dois personagens se apaixonando, os capítulos da garota assumiram um tom suave e romântico. Olhos estrelados, sorrisos sonhadores, toques leves… momentos doces que faziam ela querer se inclinar e distribuir beijos suaves nos lábios do cara. De certa forma, Harper achou tudo muito relacionável, porque era exatamente assim que ela se sentiu durante todos aqueles anos de adolescência em que estava apaixonada.
Já os capítulos do cara, por outro lado, eram completamente diferentes. Sua atenção estava na plenitude dos lábios dela quando ela falava, na maciez dos seios dela quando eles se abraçavam, na curva dos quadris dela quando ela andava. E a linguagem que ele usava para essas várias partes do corpo… não era o tipo de linguagem de “smut suave” que Harper usaria, seja na escrita ou na vida real.
Sem falar no fato de que, mesmo que o livro fosse de desenvolvimento lento e ainda não tivesse chegado a uma cena de sexo, já havia vários capítulos do cara fazendo coisas indizíveis no chuveiro enquanto alimentava certas fantasias selvagens, e o que a garota tinha feito nessas fantasias selvagens era verdadeiramente, incrivelmente selvagem.
Harper entendeu então. Não que ela acreditasse em estereótipos sexistas, mas há alguma verdade em dizer que homens tendem a ser mais… físicos, quando se trata de atração. Era uma parte crucial do relacionamento para eles, e se este livro estivesse correto, também era algo que eles desejavam em troca de suas parceiras.
Isso era o que May estava tentando dizer a ela? Que para seduzir um homem — especialmente um bad boy como Eli — ela deveria primeiro aprender a se tornar uma bad girl e tentá-lo com desejos e fantasias?
Mas… como ela poderia fazer isso, se Eli tinha regras rígidas especialmente contra “sexo real”?
Harper fechou o livro e passou o resto da noite ponderando.