314: (Cena Bônus) Irmã Cupido 314: (Cena Bônus) Irmã Cupido **Tyler**
Se Tyler achou que o momento do despertar na cama tinha sido constrangedor… Bem, ele precisaria de uma nova palavra para o brunch que aconteceu uma hora depois. Uma palavra melhor do que “muito mais constrangedor”.

Como o voo de lua de mel de Harper e Eli era só à tarde, os recém-casados convidaram um pequeno grupo de convidados — na maioria, família e a comitiva do casamento — para um brunch de despedida antes de partirem alegremente. Assim, depois de passar rapidamente em seu quarto para se arrumar e tomar um banho, Tyler se viu de volta ao restaurante do hotel, olhando direto para Chelsea novamente, que aparentemente tinha um lugar reservado ao seu lado pela irmã atenciosa dele.

… Realmente não era um bom momento para fazer papel de cupido, mana. Especialmente com as cadeiras tão apertadas ao redor da mesa, que era pequena demais para o número de pessoas, fazendo-o literalmente esbarrar os cotovelos com a mulher ao lado. O que parecia estranhamente sugestivo, depois do incidente ao acordar.

“Já estão todos arrumados e prontos para a viagem?” A mãe deles estava abraçando entusiasticamente a filha e o novo genro enquanto Tyler sentava. “E espero que vocês tenham dormido bem — ainda é um voo longo daqui até o Havaí!”

Chelsea, na qual Tyler não estava prestando atenção — definitivamente não — acabou de começar a beber sua mimosa e de repente tossiu por engasgar. Quando a mãe feliz terminou os abraços e voltou para o outro lado da mesa, a garota limpou a garganta e se inclinou em direção a Harper. “Pensei que a pergunta melhor seria — vocês dormiram ontem à noite?” ela perguntou em voz baixa.

Agora era a vez de Tyler começar a tossir com a água, enquanto Harper dava tapinhas na amiga com uma indignidade fingida que sugeria a resposta “não, de jeito nenhum”.

Essa é a Chelsea pra você. Engraçada e sarcástica, muitas vezes indecorosamente, o que pode ser algo a se acostumar se você realmente não a conhece. Mas uma vez que a conheça… essa personalidade pode ser contagiosamente positiva e até um pouco viciante.

Tyler aprendeu isso gradualmente ao longo do último ano. Sua impressão sobre essa mulher mudou algumas vezes, da curiosidade casual de quando ela fingia ser uma estranha dando-lhe conselhos amorosos em um bar, ao interesse suspeito quando ele percebeu que ela era a melhor amiga da irmã dele e uma funcionária competente da principal concorrente da empresa dele, até a atração lenta eventualmente crescente à medida que eles passavam mais e mais tempo juntos. Definitivamente, ela tinha personalidade e, para sua própria surpresa, dia após dia aquela personalidade vinha conquistando-o desde que se mudou para Davenshire.

Mas isso não significava que ele tinha planejado dormir com ela… numa noite de bebedeira ainda por cima!

“Por quanto tempo vocês vão ficar lá pela lua de mel?” Uma das damas de companhia do casamento perguntou a Harper, interrompendo os devaneios de Tyler. Bom — ele preferia muito mais manter a cabeça livre desses pensamentos confusos.

“Seis dias. Estaremos de volta pra casa no próximo fim de semana.”

“Seis dias? De jeito nenhum! Até sua viagem de trabalho para o Havaí da última vez foi mais longa, não foi? Que chefe cruel não te deixa tirar duas semanas para lua de mel?”

“Ah, na verdade, não é culpa do meu chefe.” Harper lançou um olhar para Eli antes de voltar-se para a dama de companhia. “Maridão quer estar de volta à cidade para um grande evento de negócios daqui uma semana. Ele tem alguns acordos a fazer sobre os planos de publicidade para o meu projeto… Que, vocês devem ter ouvido falar, está planejando um lançamento beta no começo do próximo ano, então a questão do tempo está meio complicada agora, e um pouco infeliz.”

“Aww! Se quer saber, eu até diria que é uma coisa tão romântica ser tão responsável pelo trabalho que você se importa tanto. Mais romântico do que uma lua de mel simbólica.” Chelsea sorveu sua bebida e deu a Eli um joinha aprovador. “E pessoalmente, estou louca para ver a Vanessa irritada o dia todo por não ter conseguido sabotar o trabalho da Harper como ela jurou que faria.”

Harper riu ao lembrar da confusão do ano passado. Então, como se lembrasse de algo de repente, olhou para Tyler. “Estou me perguntando se a Vanessa terá coragem de aparecer na gala de novo este ano… Você vai dessa vez, Tyler? Você deve ser convidado agora que é diretor, certo?”

“Um, sim, eu acho.” Tyler parou de mastigar, um pouco despreparado para ser arrastado para uma conversa que envolvia a participação da Chelsea. O que aconteceu com a conversa sobre lua de mel?

E, como se soubesse do medo dele, os olhos de Harper brilharam com um brilho calculista. “Ah! Já tem acompanhante pra ir?”

“…”

Até um tolo saberia onde ela queria chegar.

Tyler abriu a boca hesitante, porém para seu grande alívio, a garçonete veio naquele exato momento trazer a comida deles, e a conversa rapidamente se desviou com várias pessoas admirando seus waffles bonitos e omeletes perfeitos. Fotos foram tiradas, elogios foram trocados, e sua irmã cupido rapidamente perdeu a oportunidade de trazer o tópico de acompanhantes de novo.

~ ~
Quando o brunch acabou e todos abraçaram os recém-casados para se despedir, Tyler emitiu um grunhido interno e voltou para o quarto de hotel do qual tinha acordado naquela manhã… e esperou um pouco inquieto do lado de fora da porta.

Ele precisava falar com Chelsea. Não que ele estivesse pronto ou soubesse o que queria dizer, mas o brunch constrangedor havia lhe mostrado que ele precisava resolver essa situação como um adulto antes que ficasse ainda mais constrangedor. Olhando para cima e ao redor do caminho do pátio, ele procurou meio sério por câmeras de segurança, esperando que ninguém fosse documentar essa conversa embaraçosa que estava por vir—
“Ohh, olha só quem está de volta!” a voz familiar de Chelsea soou atrás dele enquanto ele estava distraído.

“…” Ah, aquele tom… O que diabos ela pensava que ele estava fazendo de volta?!