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- Capítulo 311 - 311 Aqui Vem a Noiva 311 Aqui Vem a Noiva Harper
311: Aqui Vem a Noiva 311: Aqui Vem a Noiva ** Harper **
A cada passo que ela dava, Harper sentia seu coração bater mais rápido. A cada passo que a aproximava do homem de seu destino, o passado entre eles passava diante de seus olhos, como um filme em movimento de lembranças antigas guardadas nos quadros mais belos ao longo dos anos.
Os dias em que corriam juntos pelo bairro, jogavam videogames juntos, iam de férias juntos. Os dias em que nada além da mais simples forma de gostar e confiar os unia, marcando o início de uma impressão em um coração jovem antes que qualquer um deles percebesse.
Os dias em que ela sofreu por ele, quando finalmente percebeu a existência daquela marca, apenas depois que cresceram e se separaram. Os dias em que estava perdida e confusa por esses sentimentos, mas ao mesmo tempo, atordoada pelas suaves palpitações em seu coração que sentia pela primeira vez na vida.
Os dias em que chorou ao descobrir que ele não era dela. Os dias que tentou esquecê-lo… e o dia em que ele de repente reapareceu diante dela, da última maneira que ela poderia imaginar.
E então, todos os sábados especiais que passaram juntos.
Todos os não-encontros que tiveram.
Todas as vezes em que aquele frio no coração retornava, lembrando-a de uma verdade simples — ela nunca o esqueceu. Por mais que tentasse convencer-se do contrário, ele era seu primeiro e verdadeiro amor… e o destino tinha um jeito humorístico de trazê-lo de volta para ela, após todos aqueles anos de reviravoltas inesperadas.
Então chegou o dia em que ela se confessou a ele.
O dia em que ele a fez dele.
O dia em que prometeram amor um ao outro.
E todos os dias que levaram a este dia, a este exato momento em que ela caminhava pelo corredor que cruzava a distância de quatorze longos anos, finalmente chegando ao lado dele.
Porque era ali que ela pertencia. Porque era ali que seu coração havia escolhido, há muito tempo. Finalmente, ela estava aqui.
Uma lágrima de alegria escorreu silenciosamente por sua bochecha.
Ah, que decisão sábia optar por maquiagem à prova d’água.
~ ~
** Eli **
Eli parou de piscar assim que a noiva apareceu, vinda por trás do portão do jardim.
O momento era irreal. Ela era irreal. Banhada na plena glória do sol dourado, ela brilhava, como se aquela pureza e santidade radiante viessem não de cima dela, mas de dentro. O véu atrás dela se movia ao vento, esvoaçando e cintilando como uma asa delicada, e por um momento, ele pensou que ela não estava andando — estava flutuando em sua direção sobre uma nuvem de pétalas de rosa, como um verdadeiro anjo tomando voo.
A cada passo que ela dava, Eli sentia seu coração bater mais selvagemente. A cada passo que o aproximava da mulher de seus sonhos, o passado entre eles passava diante de seus olhos, como uma repetição cinematográfica de uma jornada longa e sinuosa que exercia sua própria magia divina, levando-os aonde estavam hoje.
Lembrava dos anos em que ele ainda era um adolescente, conhecendo a garota excêntrica ao lado que gostava de videogames e pijamas. Lembrava de como os sorrisos radiantes dela expulsavam as sombras que o rondavam, como a companhia animada dela o fazia esquecer a tristeza que o seguia desde o dia em que perdeu sua mãe. Lembrava da amizade incomum que florescia rapidamente entre eles, tornando-se uma de suas memórias mais felizes naqueles piores dias de sua vida.
Lembrava dos anos em que os dois cresciam lentamente, quando ela se tornava mais do que uma amiga. Ela era família, a coisa mais importante que ele achava que jamais teria novamente. Mas então eles se afastaram… e eventualmente perderam contato quando ele deixou a cidade. Lembrava-se de estar confuso com a mudança, sentindo-se tão perplexo e assustado com a ideia de perder uma pessoa tão importante que significava tanto para ele.
Então ele se lembrou do dia em que ela de repente reentrou em sua vida… toda crescida, ousadamente pedindo-lhe um acordo ousado.
Então vieram todos os sábados especiais que passaram juntos.
Todos os não-encontros que tiveram.
Todas as vezes em que a presença dela acendia uma faísca que ele não sabia que existia antes, que o atraía para ela com um desejo mortal que não sabia onde colocar. Todas as vezes que o sentimento desconhecido o assustava, o torturava… até o dia em que finalmente entendeu.
Até o dia em que ela pediu para ele dar um salto de fé com ela.
Até o dia em que ela lhe contou uma história entre um menino e uma menina, e o amor de conto de fadas entre eles que o deixava atordoado.
Até o dia em que ela fez uma promessa a ele sob as estrelas e deixou-o colocar um anel em seu dedo…
Até esse dia, esse exato momento em que ela caminhava pelo corredor que cruzava a distância de quatorze longos anos, finalmente chegando ao lado dele.
Ele entendeu, finalmente. Ela era sua melhor amiga, sua família, seu verdadeiro amor. Ela era tudo isso, mas ao mesmo tempo, transcendendo tudo. Ela era seu destino, seu lar. Porque era ali que ele pertencia, porque era ali que seu coração havia escolhido, há muito tempo. E finalmente, ela estava aqui.
Uma lágrima de alegria escorreu silenciosamente por sua bochecha. Quando a música parou, e ela deu seu último passo para se juntar a ele sob o arco de rosas, foi preciso toda a sua vontade para não abraçá-la, beijá-la, sussurrar em seus ouvidos todos aqueles pensamentos que ele mal conseguia expressar.
Em vez disso, ele limpou a visão e gentilmente ofereceu suas mãos. Ao segurá-las firmemente nas dela, ele viu um rastro correspondente que brilhava em sua bochecha, cintilando contra o pôr do sol resplandecente.
Não havia outra visão no mundo que pudesse fazê-lo sentir-se mais humilde, mais abençoado, além de sua mais selvagem imaginação.