310: Sob o Arco de Rosas 310: Sob o Arco de Rosas ** Harper **
Quando o pequeno grupo voltou ao terraço, puderam ver, por trás do portão do jardim, que a área da cerimônia já estava repleta de uma multidão colorida. Os convidados estavam ocupados se abraçando e procurando seus lugares, enquanto a música e as piadinhas descontraídas do DJ tocavam ao fundo, acrescentando à cena uma alegria festiva.

Nessa alegria festiva, a comitiva do casamento se reuniu e fez uma última passada pela ordem da procissão, entre outros detalhes. Então Eli conduziu seus padrinhos para fora do jardim — de onde a noiva surgiria alguns minutos mais tarde — e foram para suas posições sob o arco nupcial primeiro.

A audiência silenciou instantaneamente, todos se endireitando em seus assentos em antecipação, e foi só então que a gravidade do momento se assentou sobre Harper, atingindo-a como um flash.

O momento havia chegado. Uma vez que ela atravessasse o portão do jardim e caminhasse por aquele corredor, ela estaria casada. Ela seria a esposa dele.

Esse simples fato soava tão… fascinantemente intimidador.

“As coisas finalmente estão alcançando você agora?” A voz sorridente de seu pai veio de ao lado dela. “Ou foi o nervosismo do Eli que é contagiante?”

Harper deixou escapar um pequeno riso ao ser lembrada disso. “Suponho que a experiência não estaria completa sem sentir ao menos alguma coisa, não é?” Ela respirou fundo. “Como foi para você, aliás? O que você estava pensando quando a mamãe caminhou em sua direção pelo corredor?”

“Hmm… Bem certo de que eu estava desejando que ela não tivesse escolhido um véu que realmente cobrisse o rosto dela, porque era muito difícil ver o quanto ela estava linda com tudo aquilo cobrindo ela. Mas claro, se ela perguntar, diga que eu amei absolutamente o tipo de beleza misterioso e obscuro que o véu deu a ela.”

“…”

O pai dela riu do olhar meio sem palavras que ela lhe devolveu. “De qualquer forma, acho que eu era do tipo menos sentimental, mais como você. O casamento não mudou nada no meu ponto de vista — você já conhece a pessoa com quem você está se casando e a vida que tem pela frente, não conhece? Até posso dizer que hoje se sente mais especial para mim, estando do outro lado do corredor agora, porque poxa, é inacreditável ver minha pequena já crescida e começando sua própria família. Você me deixa tão orgulhoso.”

Aww, as palavras sinceras fizeram o coração de Harper se aquecer tanto que ela não pôde evitar de abraçar os ombros de seu pai num grande abraço.

Era uma situação tão fascinante de se pensar, de verdade. Um momento especial assim, provavelmente, estava no sonho de toda menininha uma vez, quando ela pudesse vestir um lindo vestido e segurar lindas flores e caminhar em direção ao pôr do sol ao encontro do príncipe que a amava. Mas quando esse momento verdadeiramente chegou… Quem saberia que traria tantos outros sentimentos também? Orgulho, nostalgia… talvez até um entendimento mais profundo sobre o amor, sobre o destino que essa curta caminhada pelo corredor eventualmente a levaria.

Harper teria continuado com esse trem de pensamentos sentimental, ou mantido a rara e preciosa conversa sentimental com seu pai, se não fosse pelo anúncio no terraço no momento seguinte que levou a uma grande rodada de aplausos.

Ambos sabiam o que isso significava. Então ela se afastou e pegou o braço oferecido de seu pai em vez disso, e eles viraram em direção ao terraço.

Através do portão do jardim que a ocultava do público além, Harper conseguiu ver que a hora dourada havia alcançado sua glória máxima, derramando um halo dourado e quente sobre o terraço. As damas de companhia começavam a sair uma a uma, e o tule rosa suave de seus vestidos brilhava esplendidamente naquela luz, flutuando sonhadoramente na brisa suave.

Harper pensou que a visão era perfeita, e imaginava como ela mesma pareceria uma vez que colocasse os pés naquele caminho, banhada naquela luz do sol enquanto caminhava em direção ao seu noivo. Ela também ponderava casualmente se estaria sorrindo com uma cara bobamente apaixonada e ligeiramente nervosa que não combinava com a elegância de seu vestido, fazendo com que todas as fotos saíssem um pouco engraçadas…

Mas isso não importava. Boba, apaixonada e ligeiramente nervosa era como ela se sentia naquele momento, e não se importava que a verdade deixasse sua marca. Ela sabia que Eli também não se importaria. Então, quando sua dama de honra desapareceu por último ao redor do portão do jardim, e a música mudou da peça animada de piano para a melodia familiar da noiva, ela levantou o queixo com um sorriso verdadeiro diretamente de seu coração, e ela deu seu primeiro passo à frente, contornando a entrada coberta de videiras e para o terraço.

O mundo estava banhado em uma tonalidade santa de ouro à sua frente. A luz do sol caía em um ângulo sobre as cadeiras brancas alinhadas no corredor, sobre as rosas marfim e rosa que adornavam seu caminho, sobre cada um dos convidados que se levantavam ao som da música. Rostos familiares e desconhecidos sorriam para ela, alguns com olhares atônitos enquanto ofegavam, alguns com sorrisos genuinamente felizes, alguns com suas câmeras erguidas. Alguns jovens crianças vibravam, e o som flutuava junto às melodias do piano enquanto ela deslizava para frente, lenta e graciosamente sobre um tapete de pétalas de rosa esperando por ela.

Ela sorria de volta para cada pessoa que lhe enviava os melhores desejos através de seus aplausos e sorrisos. Ela não reconhecia todos, mas a alegria de receber todas as bênçãos, todas as felicitações, todo o amor fazia seu coração saltar da mesma forma, e naquele momento, ela sentia uma felicidade diferente de tudo que já havia conhecido antes.

Mas quando seu olhar varreu o público e pousou no fim do corredor, onde o brilho ardente do pôr do sol iluminava o arco de rosas brancas e vermelhas erguido alto contra o vale além, contra um pano de fundo de vinhedos exuberantes, montanhas sem fim e céus vastos—
Ela travou olhares com a pessoa esperando por ela sob o arco.

E então todo o resto do mundo desapareceu.