288: A Garota Dele 288: A Garota Dele ** Eli **
Eli parou, a um braço de distância de Harper. Ela também parou. Então, ambos viraram-se para a direção de onde o som havia vindo.

Emory estava limpando a palma da mão, esfregando-a em seu vestido com uma expressão enojada como se tivesse acabado de tocar algo sujo e repulsivo. Vanessa segurava sua bochecha com uma mão, os olhos arregalados enquanto encarava a mulher mais jovem parada à sua frente.

O salão inteiro caiu em um silêncio atônito.

“… Sua vadia!!” Finalmente, Vanessa recuperou-se o suficiente de seu choque para lembrar de gritar. “Como ousa!”

“Você acabou de roubar minha fala. Quero dizer, falas, ambas elas.” A garota vestida de preto lançou um olhar sombrio para a sua co-herdeira, e uma dose surpreendente de raiva letal brilhou em seus olhos. “Como ousa se inserir no centro das atenções e soltar todo esse absurdo, quando o anúncio do meu pai não tem absolutamente nada a ver com você? Como ousa difamar meu irmão com insinuações absurdas e depois me insultar quando eu o defendo? Quem diabos você pensa que é?”

Vanessa encarou a mulher mais jovem, ainda fervendo de raiva, e aparentemente levou alguns momentos para que essas palavras se registrassem completamente. Ela piscou algumas vezes, confusa, antes de voltar seu olhar para um homem parado atrás do pódio — seu pai, o presidente do Voyage Bank — como se não tivesse certeza se tinha ouvido tudo corretamente.

Obviamente, ela não fazia ideia de quem Emory era, e foi apenas o olhar constrangido no rosto de seu pai que confirmou o fato de que ela precisava saber.

“Não faço ideia de onde você tirou esses boatos infundados,” continuou Emory. “Eles nem são tão criativos, sabe. Meio clichês e chatos. Talvez você esteja simplesmente assumindo com base nas suas próprias experiências — projeções pessoais são comuns quando se especula sobre os motivos de outras pessoas. Mas de qualquer forma, graças a isso, o resto de nós pode ver as coisas por nós mesmos muito bem. Basta olhar pela janela,” — ela acenou para os grandes painéis de vidro que ladeavam as paredes superiores ao lado deles — “aí está o projeto patrocinado pelo mais recente acordo de parceria da Sterling, se alguém quiser julgar sua ‘qualidade profissional’!”

A atenção da multidão se voltou para a direção que ela apontava. Eli estava prestes a seguir o exemplo, quando de repente se lembrou de que as janelas ao lado deles… estavam viradas para o leste, abrindo diretamente para uma vista desobstruída do porto centralizando o cartaz da cidade.

O cartaz que estava exibindo o trailer completo do projeto Miracles naquele momento, atraindo inúmeros transeuntes para pararem no meio de seus passeios à beira-mar e olharem para a tela. Mesmo de uma janela no quinquagésimo andar, era fácil ver o público curioso reunido em grupos ao longo do calçadão do porto, assistindo ao anúncio dramático com claro interesse.

E o mesmo efeito cinematográfico também conseguiu imediatamente capturar a atenção dos convidados do baile, até recebendo alguns suspiros maravilhados dos participantes mais jovens.

No mesmo instante, a simpatia de Eli por sua meio-irmã indesejada instantaneamente atingiu noventa e nove por cento, e ameaçou subir para cem quando ele a viu sorrir para os créditos finais na tela exibidos em letras garrafais — Arquiteta Chefe: Harper McKenzie.

Foi um sorriso que compartilhava o mesmo tipo de orgulho que ele sempre sentiu em relação àquele nome. Um sorriso que o lembrava que agora era hora de fazer seu próprio discurso e deixar o sentimento ser conhecido.

“Senhoras e senhores, por favor, permitam-me apresentar-lhes.” Eli terminou os últimos dois passos em direção à sua garota exatamente quando o ciclo do trailer terminou, erguendo as mãos dela nas suas e dando um beijo formal em suas juntas. “Essa bela dama sobre a qual perguntaram é Harper McKenzie, arquiteta chefe na Miracles Gaming, que eu também tenho a honra de chamar de minha namorada. Como acabo de retornar a Davenshire recentemente, a maioria de vocês pode não saber, mas Harper e eu crescemos juntos. Nós conhecemos os pais um do outro há muito tempo, e como vocês podem ver, ela é uma amiga próxima da minha irmã também.”

Emory havia conquistado esse título. Por enquanto. Ele não se preocupou em ver qual poderia ser a reação de seu pai a isso, e também não se importou em honrar as calúnias de Vanessa com sequer um comentário.

Um mar de murmúrios ressurgiu da multidão novamente. Desta vez, Eli sabia que haveria sinceras felicitações de seus parceiros leais, bem como especulações questionadoras dos empresários da elite que não tinham olhos para a verdadeira beleza ou talento. Mas ele não se importava. Fofocas são inevitáveis em um círculo social como este. Contanto que soubessem quem era sua garota, contanto que soubessem o que ela significava para ele, o resto das opiniões deles não importava.

Harper, por outro lado, parecia um pouco… surpresa, enquanto ele orgulhosamente terminava sua declaração. “Você realmente acabou de dizer isso?” ela perguntou, lançando um olhar confuso para as outras duas mulheres que acabaram de fazer um grande espetáculo dramático. “Isso é… realmente um bom momento para anunciar isso?”

“Hmm? Ora, esse era todo o ponto do baile esta noite, lembra?” Eli alisou um fio rebelde na testa dela, perguntando-se o que teria acontecido com ela durante o curto tempo que esteve fora. Bem, pelo menos a expressão preocupada em seu rosto estava desaparecendo rapidamente a cada minuto agora, pelo que ele estava grato.

“Ah,” Harper murmurou baixinho. “Eu pensei… não foi o anúncio agora há pouco sobre você e—”
“E daí, se vocês têm um pequeno espetáculo acontecendo no cartaz publicitário?” O grito de Vanessa cortou a multidão novamente, interrompendo a conversa privada do casal. “Não comece a sonhar tão cedo! Para um produto de consumo em massa como esse, até onde você acha que pode chegar sem a cooperação de todos os canais de publicidade? E lembre-se de quem comanda o maior financiamento na cidade para mídia, incluindo o centro de convenções!” Ela lançou um olhar altivo para Harper, depois para Emory. “Só esperem — é cedo demais para qualquer um comemorar!”