- Home
- Suas Lições Travessas
- Capítulo 267 - 267 Conto de fadas 267 Conto de fadas Harper
267: Conto de fadas 267: Conto de fadas ** Harper **
Harper mal podia tirar os olhos da vista. Será que uma paisagem tão encantadora realmente surgira do nada? Quem diria que essa noite de um jantar arriscado com um irmão intrometido e um amigo terminaria assim, com um encontro de conto de fadas bem diante de seus olhos?
“Espera, como você sabia que era isso que estava escondido do outro lado das colinas?” A pergunta finalmente lhe ocorreu. “Você planejou isso o tempo todo?”
“Ah, eu queria…” Com um sorriso tímido e parecendo igualmente impressionado, Eli respondeu. “Mas não foi isso. Eu vi no mapa mais cedo que tinha um lago por aqui, mas não sabia que haveria vaga-lumes. Eu não via tantos assim há muito tempo.”
Eles observaram os pontinhos dourados dançando e balançando ao longe, entrando e saindo da grama em uma coreografia mágica. Ocasionalmente, algumas centelhas vivas subiam alto o bastante acima do solo que seus reflexos capturados na água espelhada piscavam ao lado da lua como estrelinhas cintilantes.
“Isso é como algo saído diretamente de um livro de ilustrações,” Harper maravilhou-se. “Como aquelas histórias onde o príncipe e a princesa escapuliam para o jardim secreto atrás do castelo, dançavam com os vaga-lumes a noite toda e se beijavam sob a lua…”
“Sim. Como você sabia que é exatamente isso que estou pensando em fazer agora mesmo?”
Eh? Harper ainda estava perdida em seu devaneio de conto de fadas quando Eli já a estava empurrando para frente, levando-a morro abaixo em direção aos gramados cintilantes.
“Espera, Eli!” Ela riu, tentando puxá-lo de volta. “Não vamos fazer nada disso, eu não sei valsa!”
“É fácil, eu vou te ensinar.” Ele sorriu sem olhar para trás.
“Mas também não tem música…”
“Claro que tem. Os cantos dos grilos estão por toda parte, você não os ouve?”
Ao lembrá-la disso, Harper ficou em silêncio e escutou. Ele estava certo. À medida que se aproximavam da água, o silêncio da noite não era mais o que era antes, lentamente substituído pelo zumbido acalentador de grilos e cigarras. Era leve e sutil, um ritmo suave contra o farfalhar das árvores que balançavam na brisa da noite, entrelaçando-se numa melodia de verão que era alegre e calmante ao mesmo tempo.
“Tempo perfeito para nós, não é?” Enquanto ela estava distraída com a música, Eli já a havia conduzido até a ponte, parando apenas quando chegaram ao centro da faixa estreita do lago. “E tudo o que você precisa fazer agora é seguir o fluxo. É super fácil, eu prometo.”
Ele levantou a mão esquerda dela para colocar no ombro dele, segurando a mão direita dela enquanto colocava a sua própria em sua cintura. Lentamente, ele começou a balançar os pés, conduzindo-a ao ritmo da dança.
Harper se perguntou se deveria se desesperar. Ela nunca havia aprendido dança de salão antes e não queria tropeçar e quebrar a magia desse momento perfeitamente romântico. Mas parecia que Eli sabia exatamente como mostrar a ela o que fazer. Ela podia sentir as sutis dicas na maneira como ele se movia, guiando-a sem a necessidade de palavras, e cada passo parecia natural e suave, como se estivessem simplesmente passeando de mãos dadas, em sintonia com os cantos dos grilos que subiam e desciam ao redor deles.
“Viu? Você está fazendo isso como uma profissional.” Eli levantou as mãos seguradas, girando-a em um pequeno círculo, e ele riu orgulhoso quando ela voltou diretamente para seus braços. “Agora olhe para mim. Deixe seu corpo levar o ritmo, não precisa olhar para os seus passos.”
Harper não percebeu até então que havia estado olhando para o chão todo esse tempo. “Oh. Mas eu… o que acontece se eu pisar em você?”
Ele riu de novo. “Você pode pisar em mim o quanto quiser. Eu acho que eu chamaria isso de carimbo de amor.”
Isso lhe arrancou uma risada e a tensão em sua postura relaxou. Devagar, ela levantou o olhar, encontrando os olhos dele.
E então ela quase tropeçou… não por perder o compasso da dança, mas pelo olhar dele que a saudou.
A tão curta distância, ela podia ver os brilhantes reflexos da lua nas íris azuis dele, junto com os vaga-lumes cintilantes dançando ao lado deles. Ela via a si mesma no centro daquele cenário de conto de fadas, envolvida pelo abraço dele, balançando ao suave sussurrar da brisa noturna. Mas a visão mais bela não era a imagem daquele reflexo. Era o sorriso que elevava os cantos dos olhos dele, deslumbrante enquanto se focava somente nela. Um sorriso tão suave e caloroso que poderia derreter tudo ao redor deles.
Por quanto tempo ele estaria olhando para ela assim… enquanto ela não prestava atenção?
O coração de Harper de repente pulou uma batida. E outra batida. Mesmo tendo visto ele de muito mais perto do que isso antes, mesmo tendo se olhado muito mais intimamente do que isso antes, ela ainda não conseguia evitar se sentir… um pouco tonta.
“E-Ei,” ela gaguejou, tentando inconscientemente desviar o olhar. “V-Você pode… parar de me olhar desse jeito?”
Houve uma leve pausa em seus passos. “De que jeito?”
“… Como se quisesse me fazer corar.”
Demorou um momento. Então ele… riu. “Eu gosto de te olhar desse jeito, e gosto de ver você corar.”
“…”
“E eu gosto quando você me olha desse jeito também.”
“… Desse jeito?”
A valsa diminuiu até parar. A mão que estava sobre sua cintura alcançou, tocando os cachos soltos de seu cabelo, enquanto sua outra mão que segurava a dela entrelaçou seus dedos, abaixando-os juntos para descansarem sobre seu peito.
“Como se estivesse apaixonada por mim,” ele disse suavemente. E então ele se inclinou para ela, tocando seus lábios nos dela.
Foi um beijo leve como uma pluma, aéreo como um sonho, e quando Harper fechou os olhos, se inclinando para o calor dele, o mundo ao redor desapareceu. Uma brisa tranquila mexeu o ar banhado pela lua, e os grilos continuaram a cantar sua canção de ninar, mas tudo o que ela pôde sentir foi o efêmero tremular da magia onde seus lábios se encontravam.
Os contos de fadas estavam certos. Uma noite como essa era perfeita para um rendez-vous no jardim secreto, para uma valsa com os vaga-lumes e um beijo sob a lua.
Perfeito para se apaixonar, uma e outra vez.