242: Brinde! 242: Brinde! ** Eli **
“Tem certeza que está longe o suficiente para a direita? A garra parece um pouco deslocada para o lado ainda…”
“Sim, tenho certeza. Essas máquinas gostam de enganar a gente.”
“Ah você pegou! … Argh, mas porque está soltando tão rápido!!”
“Paciência, amor. Só precisamos chegar um pouquinho mais perto a cada tentativa—”
“Oh oh oh está quase lá, quase lá… Aaaargh caramba! Foi tão perto!! Tenta de novo!”
“…”
No começo, Harper não parecia tão tentada pelo chaveiro aleatório. Mas conforme as tentativas aumentavam, o espírito do jogo rapidamente a contagiava, e logo ela estava segurando o braço de Eli em antecipação, quase cruzando os dedos para conseguir a pegada.
Eli gostou do jeito que ela se agarrava a ele tão firmemente, e talvez até tenha movido a garra intencionalmente para lugares menos otimizados algumas vezes, apenas para vê-la cravar as unhas nele ansiosamente e fazer biquinho com os lábios bonitos de frustração quando ele falhava. Ela parecia tão bobinha daquele jeito… e imensamente adorável.
Mas no final, ele realmente queria pegar aquele chaveiro para ela, então quando suspeitou que a paciência dela estava começando a se esgotar, ele levou um pouco mais de tempo para planejar a trajetória exata para alcançar o sucesso deles. Foram só mais três tentativas até ele conseguir prender o chaveiro na garra, e o prêmio cair no buraco com um baque satisfatório.
“Meu Deus, você realmente conseguiu!” Harper tirou o demônio-anjo da máquina, de olhos arregalados. “Eu nunca consegui pegar nada em tipo, cinquenta tentativas. Você é incrível! Foi tão impressionante!”
A garota impressionada estava tão animada que deu a ele um abraço de urso gigante, estalando um beijo alto na bochecha dele.
Oh. Ele não deveria ter atrasado intencionalmente o processo de ganhar então, se soubesse que esta era a recompensa esperando por ele à frente.
“Só um beijo por todo o trabalho?” Eli se apropriou, apontando para a outra bochecha. “Este lado está com ciúmes. Também participou do esforço, sabe.”
Ainda com os braços em volta dele, Harper riu. “Não, um beijo por troféu.” Baixando o queixo, ela esfregou a ponta do nariz contra o rosto dele de forma provocante. “Me pegue outro se quiser um tratamento justo do outro lado.”
Ela tirou as chaves, prendeu o demônio-anjo nelas e correu para a próxima máquina com um sorriso diabólico que combinava demais com o enfeite.
Eli esfregou o lado ciumento da bochecha com um suspiro triste, e logo seguiu.
Eles passaram por quase um de cada tipo de pegadores. Logo, Harper acrescentou às suas coleções um par de protetores de ouvido felpudos de inverno, uma pilha de meias com impressões de patas de gatinho e uma bolsinha de moedas em forma de coração. Em troca, Eli ganhou muito mais beijos, bem como uma colheita secreta para si mesmo — ele fingiu que ia pegar uma caixa surpresa de joias nos gachapons, uma ideia que imediatamente foi rejeitada por Harper com um biquinho desaprovador, embora ele tenha aproveitado a oportunidade para descobrir discretamente a pedra preciosa e o tamanho do anel favoritos dela.
“Então… Eu pensei que o objetivo hoje era tirar fotos.” Quando saíram do local com uma sacola cheia de troféus, ele finalmente fez uma pausa na empolgação aleatória para lembrar o motivo original que os trouxe ali em primeiro lugar. “Você nem trouxe uma câmera, ou tirou o seu telefone o tempo todo. Como e onde você está planejando tirar a foto mesmo?”
Harper deu-lhe um sorriso que era ao mesmo tempo misterioso e convencido. “Ótima hora para uma ótima pergunta. Eu vou fazer isso bem aqui neste último andar—” ela anunciou enquanto viravam no topo da escada, entrando no nível superior do prédio.
Com a curiosidade a mil, Eli olhou ao redor, esperando ver um cenário ridículo como Terra dos Doces ou algum tipo de loja de produtos cheia de figuras de personagens de jogos. Mas o que viu na frente deles era… cabines telefônicas? Ou algum tipo de cápsulas de soneca?
“Ta-da! Bem-vindo à sua experiência mais autêntica numa cabine de fotos!” Harper o puxou para o centro da sala, que estava atualmente vazia, provavelmente porque a maioria das pessoas ainda estava jantando. “Qual delas devemos experimentar primeiro?” ela ponderou, examinando as cabines alinhadas ao redor deles.
Deste ângulo, Eli pôde ver a frente dessas cabines com fotos e anúncios impressos nelas, e—
Uh oh. Ele finalmente entendeu porque Harper estava com aquele sorriso presunçoso pelo caminho todo. Ela realmente ia tirar uma foto dele com… um vestido renascentista completo com corpete esguio e uma touca com babados? Ou um uniforme escolar com mini saia e meias até o joelho? Ou uma armadura de lutador de anime super reveladora? Ou…
Atrás de si, ele podia ouvir Harper rindo como se tivesse visto a comédia mais satisfatória do ano.
“Ai meu Deus, eu deveria tirar uma foto do seu rosto agora e pendurar na parede. Isso já é o suficiente para me entreter pelo resto da minha vida.” Ela lhe deu um tapinha no ombro, cheio de camaradagem simpática que ele tinha certeza de que ela não tinha de verdade. “Hmm… para te poupar o trabalho de escolher, que tal eu escolher uma cabine para você? Vamos começar com—”
“Espera, espera!” Eli exclamou. Pela primeira vez na vida, ele sentiu vontade de fugir. “Eu… Uh, acho que essas cabines são muito baixas para mim,” ele puxou a primeira desculpa que conseguiu pensar. Uma bem fraca. “Eu posso nem caber no campo de visão da câmera—”
“Ah, você acha que não tem bancos lá dentro?” Harper sorriu amavelmente. “Não se preocupe, eles têm um conjunto completo de comodidades, de estações de maquiagem a todo tipo de adereços. Você vai ver.”
… Ele não queria ver! “Eu sou claustrofóbico,” ele afirmou de novo. “Essas cabines parecem muito pequenas e escuras.”
“… Você é claustrofóbico? É por isso que você me pressionou contra a parede no elevador da última vez e sugou o ar dos meus pulmões?” O sorriso no rosto de Harper só aumentou, e ele jurou que viu os chifres saindo do topo da cabeça dela de novo. “Anda, frangote. Se eu consegui andar numa montanha-russa de olhos abertos, você também consegue entrar numa cabine de fotos inofensiva e dizer ‘cheese’.”
Ela não lhe deu mais chance de argumentar, enquanto o arrastava para a cabine mais próxima, fechando as cortinas atrás deles.