Sua Promessa: Os Bebês da Máfia - Capítulo 220
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220: Capítulo 2.125 220: Capítulo 2.125 Christian
“Essa reunião não levou a lugar nenhum”, falou Christian, frustrado. Dario deu de ombros. “Sabíamos que não levaria”. Ele concordou.
Após uma discussão que durou cerca de uma semana, os dois e Franco decidiram avisar os Lamberti restantes sobre o reaparecimento de Berto. “Você acha que eles estão do nosso lado?” Christian perguntou.
Mais uma vez, Dario deu de ombros, incapaz de responder às suas perguntas. O olhar em seus rostos disse o suficiente para Christian, assim como o olhar no rosto de seu pai. Mesmo da cama do hospital, Christian não conseguia esquecer o olhar de ódio nos olhos de seu pai quando ele lhe disse que seu irmão ainda estava vivo.
“Você acha que fiz a coisa certa ao manter isso em segredo?” Christian continuou, enquanto Dario soltava um suspiro frustrado. “Não sei, Christian.” Ele falou. “Mas acho que é hora de seguir em frente e deixar o passado para trás.”
“Isso é fácil para você dizer”, murmurou Christian. Christian sabia que o negócio era a única coisa que restava a Dario, enquanto ele tinha muito mais. A cada decisão que tomava, ele tinha que pensar em Serena, Siena e, sem esquecer — seu pai. Como isso os afetaria?
“Olha, eu acho que é bom mantermos isso como um assunto de família.” Dario compartilhou sua opinião. “Berto provavelmente está se preparando para uma grande revelação, e devemos impedi-lo antes que ele possa fazer isso.”
Devemos impedi-lo. Por algum motivo, essas palavras não soaram bem para Christian. Embora matar seu tio, seu próprio sangue — pudesse ser visto como uma atitude fraca, Christian estava sem opções, e Dario também.
Além de Franco, os outros Lamberti, que pensavam que os dois estavam apenas tentando impedir Berto de colocar as mãos no negócio, não estavam cientes de que eles também planejavam tirar a vida dele. Não havia outra maneira de lidar com essa situação.
“Como está seu pai?” Dario perguntou. “Ele ainda está zangado?”
“Sim, mas isso é culpa minha.” Christian defendeu. “Eu decidi mentir para ele e não contei a verdade — então tudo isso é culpa minha.”
Dario riu. “Você mudou.”
“Eu mudei?” Christian perguntou, surpreso. “Como?”
“Eu não sei”, falou Dario. “Você parece mais compreensivo e maduro.”
“É porque eu tive que ser”, afirmou Christian, percebendo que não tinha escolha. A saúde de Lucio estava declinando, e toda a família precisava de alguém em quem confiar. Este era o seu dever.
Christian observou a expressão calma no rosto de Dario. “Como você está se mantendo?”
Ele pensava na carta que o tio de Dario deixou para ele. Pela carta, estava claro que seu tio sabia que ele seria o sacrifício pela traição de Dario e ele não parecia se importar. Suas instruções finais eram claras. Dario não podia perder esta batalha, de jeito nenhum.
“Estou bem. Só quero terminar logo com isso”, suspirou Dario, sem vontade de falar sobre seu tio.
Christian concordou. “Sim, eu entendo.”
Embora suas dores fossem diferentes, ele ainda podia se relacionar com seu primo. Assim como Dario evitava a morte de seu tio, Christian estava em negação profunda sobre a condição de Lucio. Foi apenas Serena que lhe mostrou que era normal ter medo.
Christian sorriu ao pensar em Serena. Ele se sentia mal por ter mandado ela embora, e podia dizer que ela não queria se afastar dele. Acordar sem os choros de Siena ou os roncos de Serena não era o que ele havia planejado.
“Ei, eu contei tudo para Serena”, confessou Christian.
“Tudo?”
Christian baixou a cabeça. “Sobre como eu te disse para manter distância dela”, falou, envergonhado.
“Não se preocupe com isso —”
“Não, foi errado e eu te devo um pedido de desculpas.” Ele permaneceu firme em seu ponto de vista. “Desde que começamos a trabalhar juntos, você foi nada menos que gentil comigo — e você não merecia ser tratado daquela maneira.”
“É verdade”, admitiu Dario. Christian estava ciente de seu comportamento rude e queria mudar para melhor. Ele havia prometido a Dario proteger seu tio mas falhou, e se houve algo que ele se prometeu, foi nunca mais decepcioná-lo. De agora em diante, ele iria tratá-lo como um irmão.
“Então, se você quiser sair com Serena, não vou te impedir”, falou Christian com um desconforto no estômago. O sentimento de ciúmes nunca desapareceria, mas era algo com o qual ele teria que aprender a conviver.
“Obrigado.” Dario lhe deu um sorriso radiante. “Além disso, quero que você saiba que não sou uma ameaça para você —”
“Oh, eu sei disso.”
Os dois compartilharam uma risada. “Então, como está Serena?”
“Considerando tudo pelo que ela passou … bem”, contou Christian. “Serena é uma pessoa forte.”
“Ela está na casa dos pais?”
“Sim, ela está segura.”
“Bom”, disse Dario, aliviado. “E ela vai continuar segura?”
“O que você quer dizer com isso?” Christian franziu a testa, pois não conseguia entender as intenções de Dario. Por que ele não manteria ela segura?
Dario respirou fundo. “Olha, eu sei que você usou Serena como isca para chegar a Fabio Garcia —”
“E eu não vou fazer isso de novo”, afirmou Christian. “Fabio Garcia foi fácil demais, muito previsível… Berto, por outro lado.”
O interesse de Berto em Serena era o que mais havia assustado Christian. Ele rapidamente percebeu que seu tio era um demônio imprevisível capaz de fazer qualquer coisa — inclusive explodir um homem inocente.
Ele não arriscaria a vida de Serena ou de Siena.
“Fico feliz que estamos na mesma página”, disse Dario.
“Agora, vamos ver onde aqueles dois estão se escondendo.”
Não muito tempo depois, Christian e Dario haviam retirado todas as notas da reunião. A prioridade número um era encontrar Berto e Luca. “Sinto que não estamos chegando a lugar nenhum”, admitiu Dario.
Christian suspirou. “Então não sou só eu.”
“Para onde vamos daqui?”
“Quem me dera poder te dizer.” Christian entrou em profundos pensamentos. “Você realmente não tem ideia de onde eles podem estar?”
“Não.”
“E Luca? Ele mencionou alguma coisa quando vocês dois ainda trabalhavam juntos?”
“Não.”
“Não um esconderijo secreto ou—”
“Não, Jesus!” Dario estalou. Christian se sentiu mal depois de ver o olhar culpado no rosto do primo.
“Olha, desculpe.” Ele pediu desculpas. “Eu só estou tentando pensar em uma solução, e estamos sem tempo. Onde se esconderia alguém que não quer ser encontrado?”
Dario bateu com o punho na mesa. “Acho que ele não pode estar longe daqui!”
“O quê?”
“Meu… pai e eu”. Dario começou. “Ele uma vez me disse que o lugar mais seguro para se esconder dos seus inimigos é na área deles.”
“Viu, agora estamos avançando”, comentou Christian. Uma missão que começou como um caso sem esperança estava lentamente se tornando realidade.
Dario, que não aguentava mais esperar, pegou suas chaves na mesa. “Vou dar uma olhada pela área em busca de pistas.”
Dario olhou para Christian e esperou por sua reação. “Eu vou com você, mas tem algo que tenho que fazer primeiro,”
“Você tem que ver como estão Serena e Siena”, concluiu Dario. Embora isso não estivesse no acordo, Christian não conseguia se controlar. Ele tinha que vê-las, mesmo que fosse só por um segundo.
“Eu só preciso vê-la. Não vou entrar —”
“Eu entendo. Você não tem que se explicar.” Dario sorriu compreensivelmente. Perder o foco por estar muito em volta de Serena e Siena era um risco que ele não podia se dar ao luxo no momento, mas ele não aguentava mais.
Como ele ficaria focado se não soubesse como elas estavam?
“Christian, você deveria ir ver como ela está — e eu te mantenho informado.” Dario o encorajou. “Não se preocupe, eu vou descobrir.”
Depois de um tempo, os dois seguiram caminhos separados. Dario voltou ao trabalho enquanto Christian seguia para a mansão Alfonzo.
“Christian!” Uma voz aguda chamou seu nome. Christian abaixou a janela do carro e colocou o dedo nos lábios enquanto se deparava com Carmen. “Você veio visitar Serena?” Ela sussurrou.
Satisfeito, Christian beliscou a bochecha dela e lhe deu um sorriso. Depois de tudo que aconteceu, ela finalmente estava pronta para deixar o passado para trás. “Você pode fazer um favor para mim?” Christian perguntou. “Você pode pegar a Siena e colocar a cabecinha dela para fora da janela para eu dar uma olhada nela?”
“Colocar a cabecinha dela para fora da janela?” Carmen riu. “Ela é um bebê, não uma boneca — e ela está bem!”
“E Serena?”
“Ela também,” Carmen informou. “Ela está nos fundos com a Siena. Elas estão bem ali na esquina.”
“Bom.” Christian sorriu, aliviado. “Por favor, não diga a ela que estou aqui.”
“Entendido!”
Tentando ao máximo permanecer despercebido, Christian dirigiu ao redor da mansão até chegar aos portões do quintal. Não demorou muito para os olhos de Christian avistarem Serena, que estava ocupada tirando fotos de Siena.
“Você não pode ficar quieta nem por um instante!” Ele ouviu a voz alta de Serena. Ele não pôde deixar de rir do beicinho triste nos lábios dela e lutou contra o impulso de sair do carro.
Christian sabia que alguém tão desastrada quanto Serena não tinha ideia de que sua personalidade energética era o que impedia Siena de colaborar, mas era isso que ele gostava nela.
A maneira espontânea com que Serena reagia sem pensar nas consequências era algo com o qual ele havia aprendido a conviver, e ele não queria de outra forma.
O sentimento de culpa o inundou ao concluir que não poderia ajudá-la. Não dessa vez.
Ele queria visitar Serena, mas não no mesmo dia em que as havia deixado lá. Isso só deixaria Serena ainda mais ansiosa, e ele não queria isso. Ele queria que ela soubesse que ele estava no controle da situação e que tudo estava bem.
Por enquanto, ele tinha apenas um objetivo, e esse era lidar com seu tio de uma vez por todas, para que eles pudessem finalmente viver em paz.
Tudo o que ele queria era um final feliz.