Sua Promessa: Os Bebês da Máfia - Capítulo 211

211: Capítulo 2.116 211: Capítulo 2.116 “Estou te incomodando? Você não disse uma só palavra para mim durante toda a viagem.” Eu sorri enquanto colocava minha mão sobre a de Christian. Ele parecia irritado, e suas respostas eram curtas e evasivas.

Eu tinha feito inúmeras perguntas, desde a reunião até o avô dele e o motivo pelo qual Dario saiu sem se despedir de mim — mas tudo o que ele conseguia fazer era dar de ombros. “Você não está me incomodando. Eu só estou cansado.” Christian sorriu.

Era um sorriso falso, e eu sabia disso porque não era algo incomum para ele. Isso me fez questionar se Christian e Dario tiveram uma desavença ou se talvez ele não quisesse fazer parte da empresa da família. “Então o que o Dario disse? Ele te incomodou?”

“Não, está tudo bem.” Christian limpou a garganta. “Na verdade, ele foi muito positivo sobre a proposta e aceitou imediatamente.”

“Que bom.” Eu sorri. “Estou feliz por você.”

Christian bufou e apertou mais forte o volante. “Feliz por mim ou por você?”

Tentei ser a pessoa maior, então mantive minha boca fechada e ignorei o comentário dele. Claro que eu estava feliz por ele. O que mais eu poderia ganhar com isso?

“Pobre Siena, ela tem dormido o dia todo.” Eu fiz beicinho enquanto meus olhos se moviam para o bebê. “Você acha que ela está doente?”

“Não sei, Serena,” Christian falou, irritado. “Se você brincar com ela no meio da noite, então sim — ela vai estar cansada durante o dia.”

Eu não aguentava mais ele e seus comentários negativos. Eu realmente tentei trabalhar em nosso relacionamento, mas como poderia fazer isso quando só vinha do meu lado? Como poderia fazer isso quando ele não me dizia qual era o problema dele?

“Christian, me diga, o que há de errado com você?” Eu exigi uma resposta. Qualquer um que visse a expressão facial dele poderia dizer que algo o incomodava.

“Nada, estou bem.” Christian deu de ombros de modo um tanto displicente.

“Veja, não gosto quando você fica assim,” eu admiti. Talvez se pudéssemos nos comunicar como ontem, ele se desculparia, e tudo ficaria bem de novo.

“Como assim?”

“Quando algo te incomoda, e você decide descarregar em mim—”
“Olha, me desculpe.” Christian suspirou. Ele estava arrependido? Não eram bem as palavras que eu esperava porque não era algo que eu não tinha ouvido antes.

“Sim, você está sempre arrependido.”

Um longo suspiro escapou dos lábios de Christian, e eu podia dizer que, qual fosse o problema dele, ele não seria capaz de se controlar por muito mais tempo.

“Você não pode me culpar por estar irritado se tudo o que você tem falado nos últimos minutos é Dario, Dario, Dario. Depois de tudo que você disse sobre ele. Você realmente não pode me culpar.”

“Assim como não posso te culpar por deixar Gina entrar em nossas vidas apesar de… você sabe.”

“Não, eu não sei, e pensei que já tínhamos superado isso.”

“Tínhamos, mas quando você começa a fazer essas acusações falsas—”
“Eu nunca acusei de nada.” Christian suspirou.

“Olha, tivemos um dia muito agradável, e eu não quero discutir—”
“Bom, eu também não.”

***
Eu fiquei na porta e sorri para Christian, que estava ninando Siena para dormir. Pelo menos ele conseguia sorrir para ela porque, no final das contas, era isso o que realmente importava para mim.

Desde nosso atrito no caminho de volta para casa, as coisas têm sido constrangedoras. Christian estava me evitando, e eu não tinha ideia do porquê.

“Eu sinto que estamos bagunçando o padrão de sono dela.” Christian sorriu. “Sim, talvez.” Eu respondi.

“Serena, você acha que sou um bom pai?”

Quase me engasguei com aquela pergunta estúpida e lhe dei um aceno. “Sim, você é um bom pai — claro que é.”

“E um noivo?” Christian continuou. “Não estou te dando amor suficiente? Quero dizer, sei que nem sempre sou o mais agradável — e estou trabalhando nisso, mas…”

Eu me senti envergonhada e pude sentir que tudo isso era por causa de Dario. Eu não fazia ideia do que eles realmente haviam discutido, mas Christian não estava mais o mesmo desde então. Eu mal conseguia mencionar o nome de Dario. “Bem, ninguém é perfeito.”

“Dario é,” Christian sussurrou alto o suficiente para eu ouvir. Ele pôs o bebê para dormir e se virou para me encarar enquanto eu baixava imediatamente a cabeça. Não hoje, por favor… não hoje.

Christian andou até ficar bem na minha frente e colocou a mão na minha bochecha enquanto meu coração batia fora do peito. O que ele ia dizer dessa vez?

“Não gosto da ideia de você estar me manipulando, Serena,” Christian falou em um tom calmo e assustador. Ele colocou a mão atrás das minhas costas e me conduziu para fora do quarto do bebê enquanto eu estava atordoada e colaborava.

“Eu-eu vou te deixar em paz e-e—”
“Não.” Christian me pressionou contra a parede. Ele foi gentil e eu pude dizer que ele não queria me machucar. “Você está realmente preocupada com a empresa da família ou está tentando me manipular para conseguir o que realmente deseja?”

O rosto de Christian estava a uma polegada do meu, e eu não conseguia me mexer. Ele me prendeu e estava exigindo respostas como se não fosse nada. “O que é que eu realmente desejo?” Eu engoli em seco enquanto tentava ao máximo não mostrar nenhum medo. Eu sabia onde ele queria chegar, mas será que ele seria ousado o suficiente para mencionar o nome dele.

“Dario.” Christian falou.

“O-quê?” Eu gaguejei. Senti um frio pelo corpo e congelei em descrença. “Eu não quero o Dario. Eu quero você!”

A expressão calma no rosto dele me preocupava ainda mais. Ele pareceu tão indiferente à minha declaração e olhou para mim como se eu estivesse mentindo na cara dele. “Então me diga, quando eu te toco — você pensa no Dario ou em mim?”

“Em você, é claro!”

“Em mim? Isso é bom.” Christian suspirou. “Me desculpe por perguntar, porque é sempre Dario isso e Dario aquilo.”

“Não é assim,” eu o tranquilizei. Eu estava cansada de mentir para mim mesma, então pude admitir honestamente que uma parte de mim gostava de Dario, mas havia apenas uma pessoa que eu amava, e essa pessoa era Christian.

Christian deu um passo para trás e finalmente me permitiu respirar. “Então você não me enfeitiçou para dividir a empresa com Dario para que você pudesse estar mais perto dele?”

Ele não tinha terminado?

Até onde ele iria levar isso?

“Enfeitiçar? Me desculpe, mas como você me vê?” Eu perguntei, chocada. Eu já tinha ouvido de tudo antes, mas esse era um novo apelido que eu poderia adicionar aos livros. Christian sorriu. “Então você não tem planos de me trair para poder ficar com ele.”

“Christian, não — nunca!” Eu levantei a voz para ele. “O que diabos está errado com você?”

“Eu?” Christian perguntou. Ele riu de mim como se estivesse me zombando e me deu um leve empurrão no ombro. O que estava errado com ele?

“Você quer dizer, o que diabos está errado com você e o Dario?” Christian comentou. “Eu-eu sei que cometi erros, e sei que não tenho o direito de dizer nada, então ignorei.”

Ele ignorou…

O que ele quis dizer com isso?

“Eu confiei em vocês dois para fazerem a coisa certa porque ele é meu primo e eu te amo, mas em vez disso, vocês dois estão mentindo na minha cara e me fazendo parecer um idiota—”
“Nós não estamos, eu não estou — não está acontecendo nada!” Eu disse de forma um tanto defensiva. “O que eu disse sobre ele foi um erro, e eu não me importo com ele ou seu poder. Tudo o que me importa é você.”

“Mesmo?” Christian franziu a testa. “Você realmente se ouve?” Ele se aproximou. “Porque você diz que se importa comigo, mas ao mesmo tempo está me pedindo para punir Johnny, meu primo—”
“Foi apenas uma sugestão!” Eu respirei. “E se você não gosta dessa sugestão, então tudo bem porque você é o chefe, e eu respeito isso.”

Foi muito para mim dizer essas palavras, mas eu não queria irritá-lo ainda mais. Me repugnava que ele ainda estivesse determinado a proteger Johnny, e isso me fez perceber que talvez eu não tivesse o controle sobre ele como eu pensava que tinha. Eu fui quem pediu para ele parar de ser fraco e tomar uma atitude, então por que eu estava reclamando?

“Então você e o Dario não se importariam se eu dissesse que não vou punir Johnny?” Christian sorriu. Tudo o que eu conseguia ver em seus olhos era raiva e fúria.

“V-você não vai?” Eu tropecei nas minhas palavras. Depois de ouvir o nome de Dario, ficou claro que Christian estava fazendo isso para nos atingir. Ele obviamente precisava dele para facilitar as coisas para a empresa da família, então ele não poderia tocá-lo, e como não podia tocá-lo, ele estava infantil o bastante para encontrar outra maneira.

Uma coisa que ele não sabia era que eu andaria no fogo pelos Alfonzo e especialmente pelos meus irmãos e Carmen, que tinha perdido seu brilho.

“Não vou punir Johnny, e já que você não está comigo pelo meu poder, espero que você possa respeitar isso,” Christian falou com um sorriso malicioso nos lábios. Ele sabia o que estava fazendo e se essa era a ideia dele de fazer as pazes comigo, ele não era muito bom nisso.

“Christian, eu sei que você está irritado, mas você não pode fazer isso.” Eu tentei mudar sua mente. “Pelo menos faça isso pelo nome Alfonzo—”
“O nome Alfonzo?” Christian riu. “Então o que você está dizendo é que você não pode respeitar minha decisão porque você é uma Alfonzo.”

“Tudo o que ouço é que você nunca teve planos de ser um Lamberti e eu realmente não gosto de ouvir isso.” Ele falou. “Você gostaria de ser uma Lamberti se Dario assumisse nosso sobrenome?”

“Não, o que você está dizendo?” Eu quase tremi. “Eu quero ser uma Lamberti e se você quer que eu respeite sua decisão, então é isso que eu vou fazer.”

Christian e eu nos olhamos por alguns segundos antes dele soltar um suspiro aliviado. “Isso é tudo o que eu precisava saber.”

Christian se inclinou para me beijar, mas eu virei a cabeça, então seus lábios só alcançaram minha bochecha. Ele estava protegendo seu primo em detrimento dos meus irmãos enquanto nós iríamos nos casar um dia e o desrespeito aos Alfonzo não caiu bem para mim.

Ele teria dito o mesmo se um de nós ameaçasse seus irmãos?

O olhar nos olhos de Christian suavizou, pois ele provavelmente não esperava que eu me virasse. Ele pareceu chocado e surpreso. “Eu tenho trabalho a fazer, com licença.” Ele falou antes de sair às pressas.

Ele se sentiu desconfortável? Envergonhado? Porque ele deveria.

De fato, eu não poderia culpá-lo por estar com ciúmes, mas me acusar de ter outras intenções e me punir dando um passe livre para seu primo querer sacrificar meus irmãos era onde eu traçaria a linha.

Eu peguei meu telefone e procurei o número do Beau. Eu sei que tínhamos tomado a decisão de não contar nada para ele, mas meu irmão merecia saber a verdade. Ele merecia saber para quem ele estava trabalhando.

Para: Beau
Você está livre?

Há algo que eu preciso te contar.