Sua Promessa: Os Bebês da Máfia - Capítulo 186
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186: Capítulo 2.91 186: Capítulo 2.91 Christian
“Parece que é só eu e você, Siena.” Christian sorriu enquanto pegava Siena no colo para tirá-la do carro. “E nós,” falou Dario.
Christian forçou um sorriso no rosto e deu uma acenada para Dario. “E… vocês dois.”
Ele sabia que suas 60 horas para completar tudo começariam assim que Serena partisse, então não perderam tempo e correram para o primeiro destino — a casa de Franco.
Havia muito o que cuidar. Havia a festa de aniversário de Carmen e Luke, que seria na noite seguinte, encontrar a chave e transferir o dinheiro. Não saber nada sobre o paradeiro do Berto só o deixava mais nervoso porque sabia que ele provavelmente estava tramando algo. Ele sabia que ele acabaria voltando, não só pelo dinheiro, mas também pelo Luca.
“Talvez se você desse Siena para a mãe dela.” Beau começou. “Qual o sentido de mantê-la aqui se você vai fazer seus avós cuidarem dela.”
“Não,” Christian balançou a cabeça. “E se acontecer algo com o bebê, tipo uma alergia ou algo do tipo, e eu não estiver lá para ajudar?”
“Eu preciso dela do meu lado e não quero que Serena fique presa com um bebê.”
“Sim, imagine só,” Beau falou sarcasticamente. “Qual mãe iria querer ficar presa com seu bebê?” Ele murmurou enquanto passava por Christian e entrava em casa. Christian parou no lugar e olhou para Siena, que infelizmente não tinha voz na situação.
Ver as lágrimas nos olhos de Serena enquanto ela se despedia de Siena era doloroso de se ver, mas ele só fez isso para ajudá-la. Fez para que ela pudesse aproveitar seu tempo.
“Você está bem?” Dario riu enquanto dava tapinhas no ombro dele. Christian olhou para o primo e pensou na sugestão de Serena de compartilhar os negócios da família.
Ele ainda não tinha entendido completamente Dario. Ele podia ver o quanto ele se importava com Serena e que claramente se continha pelo bem da confiança deles, mas ainda não conseguia entender suas intenções.
“Você acha que Beau está certo?” Christian perguntou a ele. Dario deu uma beliscadinha na bochecha de Siena e deu de ombros. “São só dois dias, não duas semanas, e tenho certeza de que Serena sobreviverá.” Dario o encorajou.
“Só imagina como seria se ela trouxesse o bebê.” Dario começou enquanto os dois entravam em casa. “Conhecendo a Serena, eu não acho que ela iria querer ficar presa num quarto enquanto os outros saem para a balada—”
“Festa?” Christian falou, surpreso. Era algo que não tinha passado pela sua cabeça. “Claro que ela vai pra festa. Quer dizer, vamos lá!”
Christian se sentiu agitado enquanto seguia Dario para a sala de estar e pensava nas consequências até perceber que não estava em posição de dizer nada.
Ele sabia que havia perdido esse direito há muito tempo.
“É a Siena?” A avó de Christian, Maria, exclamou surpresa enquanto se aproximava do bebê. Ela se concentrou no bebê antes de sorrir para Dario e puxá-lo para um abraço apertado. “E meu neto,” ela falou orgulhosa.
“Como está seu tio?”
“O Tio Mauro está bem,” disse Dario a ela. “Ele me disse para agradecer pela receita do bolo. Ele está bem interessado em cozinhar ultimamente, então—”
“E eu, vovó?” Christian interrompeu os dois enquanto revirava os olhos. Ele não estava com ciúmes porque sabia que Dario merecia todo o amor e atenção que pudesse receber — mas ele também não queria ser ignorado. Se tinha algo, ele admirava Dario pela forma como o tratavam.
“Eu vejo seu rosto há décadas. Pare de fazer drama.” Ela riu enquanto pegava Siena dos braços dele. “Você vai ficar bem?” Christian perguntou, enquanto Maria lançava um olhar ofendido a ele.
“Eu criei onze filhos no total, e seu avô também. Vamos ficar bem.”
“Se você diz,” suspirou Christian enquanto entrava mais adentro. “Você viu o filho do Gio? Ele é a cara dele.” Christian comentou. Embora amasse Siena, ele adoraria ter outro filho, e adoraria ter um filho que fosse a sua cara. “Eu vi sim, e você está certo.” Maria sorriu.
“Seu avô me disse que você mandou a Serena viajar de férias, é verdade?”
“Bom, definitivamente não é fake news,” Christian falou. “É bom ver todos vocês em paz novamente. Toda essa discussão não estava fazendo bem para minha pressão arterial.” Maria suspirou. “Os pais dela sabem disso?”
“Pais?” Christian franziu a testa. A ideia de ligar para Matteo e Lita para pedir permissão para mandar Serena embora sequer havia passado pela sua mente.
“Ela é uma mulher adulta. Tenho certeza de que ela ligou para eles durante o caminho.”
“Claro.” Maria sorriu. “Enfim, seu avô está te esperando lá em cima — ele parece realmente estressado ultimamente, então estou feliz que você tirou um tempo para visitá-lo.”
Christian sentiu-se culpado. Maria sequer sabia que seu filho mais velho ainda estava vivo, mas era para o melhor. Quanto mais essa notícia ficasse escondida, melhor seria para a saúde do Lucio — e Christian esperava que seu tio Berto também sentisse o mesmo.
“Estou meio triste que você está me deixando,” disse Maria. “Todos vocês só correm para o vovô, vovô, vovô — eu também estou viva!”
Christian deu uma risada constrangida e olhou para Dario, que captou a mensagem. “Eu na verdade vim visitar você, vovó!” Dario improvisou na hora. A última coisa que eles queriam era que ela suspeitasse de algo.
“Ah?” Maria riu, surpresa. “Neste caso, temos muito o que conversar.”
“Sim, vocês dois têm,” Christian falou enquanto estendia as mãos para pegar Siena, mas Maria virou-se. “Ela não precisa ir lá para cima com você, apesar de ser tentador, eu não vou sequestrar seu bebê.”
“C-certo,” Christian falou, incerto enquanto olhava o bebê. Ele odiava ficar longe de Siena, e isso o fez perceber quão muito ele confiava em Carmen, que andava cuidando muito dela ultimamente.
“Eu… vou subir então,” Christian falou antes de subir. Ele caminhou em direção ao escritório de Franco e encarou Beau, que tinha muito a dizer para ele. Christian estava surpreso e achava ainda um mistério como Franco amava muito mais o Beau do que a Serena.
“Christian, junte-se a nós!” chamou Franco. Christian olhou para a garrafa pela metade na mesa dele e sentiu arrepios pelo corpo. Seu avô estava bebendo.
Era o que ele sempre fazia quando as coisas ficavam muito estressantes, e Christian não podia culpá-lo por isso. Era um dos seus maus hábitos que havia passado para ele, mas ao contrário de Franco, Christian havia infelizmente experimentado as consequências e estava determinado a não encostar em uma gota de álcool nunca mais.
Beau virou-se e lançou um olhar preocupado para Christian. “Eu acho que ele pirou.” ele sussurrou enquanto Christian respirava fundo e se preparava para o que viria a seguir.
“Vovô, você sabe mais sobre a chave—”
“Você já descobriu o que aquele Roberto tem aprontado, além de sair da cova!” Franco gritou. Christian ficou chocado com as palavras repentinas e fechou a porta.
“Vovô, você não pode fazer isso — não tão alto!” Ele sibilou, irritado. Franco tinha um olhar arrependido no rosto. “Isso mesmo, falha minha.”
“Onde está o Dario? Ele já se cansou de mim?”
“Não, claro que não,” Christian falou. “Dario está lá embaixo com a vovó e a Siena, e falando em Siena — como você pode beber desse jeito sabendo que ela estaria aqui?”
“Ela é um bebê. Ela não vai notar nada.” Franco o dispensou. “E além do mais, eu nem fico mais bêbado…infelizmente.”
Christian já tinha ouvido demais e sentou na frente dele. “A chave!” Christian falou, irritado. “Você descobriu mais alguma coisa sobre a chave?”
Franco encarou nos olhos de Christian enquanto jogava um montinho fino de papéis na mesa e o empurrava em sua direção. “A chave está em um desses contêineres, eu fiz uma boa pesquisa, e foi isso que eu descobri.”
Christian estava surpreso com a resposta de Franco e o fato de ele nunca ter parado de procurar pela chave. Mesmo que fosse o que Franco estivesse fazendo o tempo todo, as coisas tinham mudado desta vez, e ele foi forçado a trabalhar um pouco mais rápido.
“O cofre com o dinheiro está dentro do cofre no clube,” continuou Franco, enquanto Christian não entendeu nem uma palavra. “Cofre dentro de um cofre?” Ele franziu a testa.
“Está tudo no papel,” suspirou Franco. “Apenas tenha certeza de encontrar a chave primeiro, porque provavelmente demorará alguns dias para transferir o dinheiro.”
“Quantos dias?” Christian se perguntou. Ele tinha muito a fazer, mas não havia muito tempo.
“Cerca de quatro dias?”
“Quatro?”
“Se você reunir cerca de quarenta homens e trabalhar durante o dia—”
“O quê?” Christian riu em descrença. “Vovô, essas pessoas têm famílias!”
“Sim, eu sei!” Franco retrucou, irritado. “E seu tio Berto vai explodir o armazém e o clube se ele não conseguir chegar ao dinheiro, então temos que ser mais rápidos!”
Christian congelou e pensou em como teria que sobrecarregar as pessoas que ele era suposto proteger. Ele nunca quis ser esse tipo de líder, nem mesmo para proteger o que era de Siena.
“Seu avô está certo, Christian,” Beau falou pela primeira vez. “É apenas uma questão de tempo antes do seu tio explodir tanto o armazém como o clube.”
“Acho que ele não vai bater na porta para pedir permissão para entrar, então você precisa mover o dinheiro antes que ele descubra a localização exata.” Ele tentou fazer com que Christian entendesse.
“De qualquer forma, ele vai explodir o armazém.” Franco bocejou. Os olhos de Christian se arregalaram ao absorver as palavras do avô. “Uma vez que ele descobrir que o dinheiro não está lá, ele vai fazer um escândalo, como sempre faz.”
“O quê?” Christian falou, chocado. Franco parecia relativamente calmo e se serviu de outra bebida. “Podemos ou deixar ele explodir o armazém ou o armazém e o clube — e acho que teremos que optar pela primeira opção.”
“Então o quê, apenas desistimos do armazém?”
Franco soltou um suspiro e balançou a cabeça. “Você não está tão esperto quanto costumava ser.” Ele falou enquanto olhava de Christian para Beau. Ele tinha uma boa ideia do porquê disso, mas não queria abordar isso com Beau na sala.
Segundo Franco, era tudo por causa de Serena. Mesmo ele tendo aceitado ela e começado a gostar um pouco mais dela, ele não mudou de ideia e acreditava que Serena acabaria sendo sua ruína.
“Vamos mover tudo o que temos para o armazém menor e deixá-lo viver uma mentira,” explicou Franco. “É apenas uma questão de tempo até que ele descubra que não vai conseguir o dinheiro, e quando isso acontecer, não poderemos mais usar seu pai como escudo humano.”
Christian sabia muito bem o que isso significava. A única razão pela qual Berto não fazia nada fora do comum era por respeito a Lucio, mas o respeito só vai até certo ponto.
“Então o que você sugere que façamos?” Christian perguntou. Ele não queria dizer a coisa errada ou sugerir uma ideia problemática, porque Berto ainda era seu tio e o filho mais velho do seu avô.
“Digo que trocamos todos os contêineres, movemos para o armazém menor e o levamos direto para a armadilha,” Beau sugeriu. “Segundo Dario, ele planeja destruir essa família e construir seu próprio império, então por que não ajudá-lo?”
“O que você vai fazer com ele?” Beau perguntou ao avô. A palavra ‘armadilha’ o assustava porque ele não queria machucar o tio.
“Eu ainda não sei, Christian.”
“Então realmente vamos deixar os homens trabalharem feito cachorros por dinheiro?” Christian se perguntou.
“Sim, e vamos dar a eles um bônus enorme pela lealdade,” falou Franco enquanto olhava fixamente para Christian.
“Você encontra a chave, e eu cuido do resto — você é muito…ameno, muito bondoso.”
“O que funcionar para você,” Christian zombou.
“Estive pensando…deve haver uma cobra no armazém, e é assim que Berto tem tudo sob controle.” Christian começou. “Não podemos mover os contêineres ou encontrar a chave antes de descobrir quem é essa pessoa.”
“Concordo,” falou Franco enquanto mergulhava em pensamentos profundos. “Talvez devêssemos perguntar ao Dario. Talvez ele saiba.”
“Não,” Christian decidiu. Era algo que já tinha passado por sua mente, mas Dario estava tão confuso quanto todos eles. “Na verdade, há muito que ele não sabe, então eu acho que Berto jogou pelo seguro e sabia que havia uma chance dele acabar traindo.”
“Luca?” Franco sugeriu. “Eu não confio nele nem um pouco, mas sempre podemos tentar.”
Christian balançou a cabeça, pois não queria envolver o primo. A única coisa que ele queria no momento era que Johnny ficasse de olho nele. “Provavelmente ele saberia, mas não vai nos contar.” Ele concluiu. “Eu sei de uma coisa, e é que o tio não trabalha com pessoas aleatórias, então tem que ser família.”
“Vovô, você pode fazer algo por mim?” Christian perguntou.
Franco soltou um suspiro frustrado e bateu com a cabeça na mesa do escritório. “Eu tenho que fazer tudo por aqui?”
Christian ignorou as reclamações do avô. “Você pode escrever os nomes das pessoas que não compareceram à festa do Dario?”
Christian tinha uma boa ideia de que a cobra devia estar entre aquelas pessoas. “Quem quer que seja, a pessoa provavelmente estava aterrorizada e nem teve coragem de aparecer na festa.”
“Eu faço isso agora mesmo,” Franco prometeu antes de voltar sua atenção para o riso que vinha do andar de baixo.
“Parece que o Dario realmente se encaixa.” Ele sorriu. Christian concordou. Ele realmente se encaixava, talvez até mais do que ele jamais poderia. “Ele se encaixa…”
“E falando do Dario, há algo que eu quero discutir com você.” Christian olhou para Franco. Era finalmente hora de fazer a pergunta que mudaria a linhagem da família e os negócios.
“O-o que é? Ele não fez nada suspeito, fez?” Franco perguntou nervoso. Ele era muito apegado a Dario e não suportava nem pensar em perdê-lo.
“Suspeito?” Christian riu. “Não, a única coisa suspeita que ele fez até agora foi flertar com Serena.” Ele falou enquanto o sorriso em seu rosto lentamente desaparecia. Era para soar como uma piada, mas não era.
“É porque você deixou acontecer em primeiro lugar,” Beau murmurou alto o suficiente para ele ouvir. Christian ignorou suas palavras e continuou a conversa. “Era sobre deixá-lo ser um pouco mais envolvido com os negócios da família.”
Christian observou cuidadosamente a expressão no rosto de Franco, mas nada havia mudado. “Receio que não entendo.”
Christian respirou fundo. “Eu quero compartilhar o negócio…com ele.” Ele finalmente conseguiu dizer. “Ele não é o herdeiro original, afinal?”
Franco olhou para Christian e se sentiu confuso com suas palavras inesperadas. Ele estava à espera de descobrir se isso era algum tipo de piada, e Beau também estava, pois também não esperava isso. “Christian, você acabou de conhecer o cara—”
“Aquele cara é meu primo que abandonou o único pai que lhe restava para ajudar esta família.” Christian impediu Beau de falar. “Vovô, o que você me diz?”
Franco se sentiu atacado por esse pedido repentino e pensou em Lucio. Franco havia se aposentado dos negócios da família porque não queria mais tomar esse tipo de decisão, mas tudo tinha saído pela culatra.
Christian sabia que tudo lhe pertencia e que ele não precisava pedir permissão ao seu avô, mas ele o respeitava e valorizava suas opiniões. Ele era, afinal, quem lhe deu o cargo em primeiro lugar.
“Discutiremos isso mais tarde, um passo de cada vez.” Franco encerrou a conversa. Mesmo gostando de Dario, ele não tinha tanta certeza e precisava de tempo para pensar.
“Certo.” Christian concordou ao perceber que Franco tinha razão. Havia coisas muito mais importantes a tratar.
“Você deve se preocupar com uma coisa por agora, e é o armazém,” falou Franco.
“Você tem que encontrar tanto a cobra quanto a chave hoje.”