Sua Promessa: Os Bebês da Máfia - Capítulo 142

142: Capítulo 2.47 142: Capítulo 2.47 “Mãe,” Christian chamou. Entramos em um cômodo, e Cesca estava ao telefone. “Te ligo mais tarde. Aconteceu algo engraçado.” Cesca falou enquanto me encarava.

Começou ótimo.

“Eu pensei que você fosse me trazer Siena, mas você trouxe ela,” Cesca falou com um sorriso falso no rosto. Era quase como se ela se recusasse a dizer meu nome.

“Eu vim aqui porque quero falar com você,” eu disse a ela, esperando que isso explicasse as coisas. “Falar?” Cesca riu. “Sobre o que você quer falar?”

Ela não estava muito amigável, e isso me lembrou da primeira vez que eu a conheci. Eu ainda estava confusa sobre o que eu tinha feito para merecer esse tipo de tratamento. “Quero falar sobre tudo. Christian e eu nos acertamos, então provavelmente deveríamos fazer o mesmo—”
“Isso não é um jogo, Serena.” Cesca revirou os olhos enquanto Christian, que estava quieto há um tempo, se cansou. “Mãe, pare de desrespeitar ela—por favor.”

“Você precisa de um lembrete do que aconteceu da última vez que você se recusou a conversar?”

A expressão no rosto de Cesca mudou lentamente. Como ela não poderia se lembrar daquilo? Foi o dia em que Christian perdeu a paciência e se voltou contra o irmão por minha causa. “Não.” Cesca suspirou. “Se ela quer… discutir as coisas… eu acho que podemos fazer isso.”

“Foi o que eu pensei,” Christian falou. Eu estaria mentindo se dissesse que Cesca não era uma mulher assustadora, mas ter Christian ajudou muito.

“Posso te oferecer algo para beber ou comer?” Cesca ofereceu, mas eu balancei a cabeça em resposta. “Não, isso não é necessário—eu só quero falar.”

“Certo.” Cesca sorriu e se sentou. “Por favor, fale.”

O olhar que ela me deu me deixou nervosa, e ela não tinha problema nenhum em mostrar que estava fazendo isso apenas por causa da ameaça de Christian. “Eu… eu sinto muito por tudo, mas eu não sei o que eu fiz de errado.”

Ficou silêncio por alguns segundos antes de Cesca soltar uma gargalhada alta. “Você não sabe o que você fez de errado?”

Eu estava tentando encontrar uma resposta, mas eu não tinha uma. Não importava o quanto eu repassasse a situação na minha cabeça, eu ainda não conseguia ver onde eu estava errada. “Não.”

“Quando você arrasta o nome do Christian pela lama, você arrasta o nome de todos nós—e eu nem vou mencionar aquele vídeo horrível—”
“Mãe,” Christian falou enquanto eu estava confusa com as palavras dela. Olhei para Christian e me senti arrependida pelo que estava prestes a dizer, mas era a dura verdade. “Christian, saia,” eu sussurrei. Eu ainda tinha muito o que reclamar, e eu não queria que ele ouvisse. “O quê?” Christian perguntou.

“Por favor, saia para que eu possa falar com sua mãe.”

“Eu concordo. É o melhor a fazer.” Cesca assentiu com a cabeça. “Se é isso que você quer.” Christian suspirou enquanto eu pacientemente esperava ele sair do cômodo.

“Ele me traiu enquanto eu estava grávida e trancafiada em uma casa segura, e se não fosse pela infantilidade das nossas famílias, eu estaria disposta a aceitá-lo de volta, então ele realmente se safou muito fácil.”

“Sim, eu conheço meu filho. Ele costumava ser terrível, escória, nojento—mas ele mudou muito, e você sabe disso.” Cesca falou. “E não há razão para defendê-lo, mas eu vou defender o orgulho da família. Há essa questão com você, Serena. O problema é que você faz demais. Você não fala muito, mas está fazendo demais.”

“O-quê?” Eu gaguejei.

“Você deveria ter vindo falar comigo, em vez de ir à casa daquela garota e perder o controle como um animal—você deveria ter vindo até mim, e eu teria ficado ao seu lado,” Cesca explicou. “Acredite, eu sei pelo que você está passando, e sei que você se sente traída e com raiva, mas se você estava planejando deixá-lo, você deveria ter feito isso em silêncio.”

“Talvez.” Eu dei de ombros.

“Você me magoou muito porque eu pensei que você era como uma filha para mim, e eu achei que você era melhor do que isso.” Cesca deu de ombros. “Todas as dicas que eu te dei sobre todas as garotas das outras famílias, como você deveria se comportar, se vestir e tudo o mais? Eu fiz isso por você. Talvez você não seja feita para fazer parte desta família.”

“Você fez isso pelos Lamberti. Você fez isso para que eu não estragasse o nome da família… mas Christian estragou seu próprio nome—eu não disse pra ele trair.” Eu mantive meu ponto de vista. Muito tinha que mudar, e eu seria a pessoa a fazer isso. Depois de ganhar o apelido de ‘delinquente do bairro’ e arruinar os laços das nossas famílias, eu entendi o ponto de vista da Cesca, mas aceitar um homem desleal e deixá-lo se safar de tudo não era quem eu era. Talvez fosse hora de eu voltar para que pudesse mudar as coisas por aqui. Era hora de mostrar a todos que eu realmente era feita para fazer parte desta família.

Talvez fosse hora de eu me tornar a chefe da família Lamberti.

A ideia do tio de Christian forjar a própria morte e fugir dessa família distorcida parecia uma boa teoria para mim, mas eu não seria assim. Eu seria quem iria consertar essa mentalidade distorcida.

“Você tem razão,” Cesca suspirou. “Você nunca disse pra ele trair, mas arruinar o nome da família e não deixar Christian ver sua filha? Isso é culpa sua.”

“Culpa minha?” Eu ri, surpresa. Eu não fiz nada de errado. Eu lidei com a situação como deveria ter lidado após Christian ameaçar machucar minha família.

“Você sabe o quanto eu tive que fazer para garantir que essa bagunça não chegasse até o Lucio? Você poderia pelo menos ter deixado aquele homem descansar em paz.”

As palavras dela me deixaram irritada, mas eu mantive minha calma. Nós não deixaríamos Lucio descansar em paz, o pobre homem viveu em uma mentira, e todos estavam com medo demais para contar a verdade para ele. Todos estavam com medo demais para dizer que sua decisão de fazer de Gina, a assistente de Christian, tinha dado tão errado que nós todos estávamos uma bagunça.

Não era como se ele tivesse feito de propósito, e ele se arrependeu dessa decisão, então era incompreensível para mim por que nós não podíamos contar a ele cada pequeno detalhe.

“Bom, eu sinto muito por não ter vindo falar com você primeiro, e eu me arrependo de não ter deixado Christian ver Siena—mas as ações e palavras dele me magoaram muito.” Eu sorri enquanto tentava manter a elegância. Eu só sentia mesmo era por não ter deixado ele ver Siena, e só isso. Eu não fiz nada de errado.

“Eu entendo, e por favor saiba que eu dei uma longa bronca em Chris sobre como ele nos envergonhou, incluindo você—porque tudo o que eu sempre quis foi que vocês dois tivessem uma vida feliz,” Cesca falou. “Isso significa que vocês dois estão voltando a ficar juntos?”

“Sim.” Eu decidi. Christian ainda não sabia disso, mas essa era minha decisão. Esta família era tóxica, e muito tinha que mudar, e eu seria a pessoa a fazer isso. Mesmo que eu não amasse Christian, eu ainda voltaria para consertar essa bagunça.

“Eu sinto que você também me deve um pedido de desculpas, e o avô de Christian também. Eu estar com Christian significa que estamos quase no mesmo nível, então seria um pouco estranho me desrespeitar.” Eu disse a Cesca.

Cesca pareceu chocada com minhas palavras e piscou com os olhos, mas eu estava certa, e ela sabia disso. Ela que me ensinou isso.

Eu estava livre para fazer o que eu quisesse, e nada poderia mudar isso. Christian tentou sair dos negócios da família várias vezes, mas eles estavam tão empenhados em mantê-lo lá porque ninguém mais era capaz de liderar a família da maneira como ele fazia. Eles até defendiam a traição dele, o que significava que ninguém poderia me tocar enquanto estivéssemos juntos. Eu era a nova chefe agora, e as coisas seriam do meu jeito.

“Claro.” Cesca revirou os olhos. “Peço desculpas por tudo, e já que você obviamente está aqui para ficar… espero que possamos nos dar bem de agora em diante.”

“Eu aceito suas desculpas,” eu sorri de maneira arrogante enquanto Cesca me olhou ofendida. “Você gosta de encarar as pessoas, não é?” Cesca riu. “Esses olhos vão arruinar tudo para você, tenha cuidado.”

“Ou o quê?” Eu franzi a testa. “Você também acha que serei a ruína do Christian?”

“Não.” Cesca suspirou. “É só que eu já vi isso acontecer antes—então confie em mim ou não, estou apenas tentando cuidar de você.”

As palavras dela pareciam sinceras e me deixaram curiosa. “Onde você as viu antes?” Eu perguntei. Aparentemente, o jeito como eu olhava também estava se tornando um problema, então talvez eu devesse apenas fechar meus olhos.

“Eu vi esse olhar nos olhos da mulher que morava aqui antes de mim, e agora estou te avisando que isso não vai terminar bem,” Cesca me alertou. “Ser amiguinha do inimigo do Christian e achar que você manda no lugar e que ninguém pode te tocar… isso não vai acabar bem.”

Mulher que morava aqui antes?

“Espere, você está falando da primeira esposa do tio do Christian?” Eu perguntei enquanto Cesca franzia a testa. “Como você sabia—”
“Vocês terminaram?” Christian perguntou enquanto irrompia pela porta. Ele parecia tão nervoso com a ideia de Cesca e eu termos uma conversa privada e provavelmente esperava o pior.

“Sim, terminamos—venha aqui.” Eu sorri para Christian e estendi minha mão. Como a nova mulher no topo, eu seria a pessoa a consertar esta família, e eu faria isso de forma que todos os Lamberti que estavam acostumados a me olhar com desdém ruíssem.

“Por quê?” Christian sorriu e pegou minha mão. “Eu quero que você venha amanhã para que possamos conversar com meu pai.”

“Conversar com seu pai?” Christian falou, confuso. Ter essa conversa com Cesca foi um bom alerta para não deixar ninguém me atropelar. Esses dias acabaram.

“Sim, para que possamos dizer a ele que ele não tem escolha a não ser aceitar o nosso relacionamento e que eu estou voltando para casa.”

Christian sorriu para mim, e eu me senti mal por ter as intenções erradas, mas era bem-intencionado. Christian foi mimado pela própria família e isso me incomodava. Eu não só protegeria Siena mas também ele dessa bagunça.

“Aceitar o nosso relacionamento?” Christian perguntou. “Isso significa que nós vamos voltar?”

“Ele nem sabia,” Cesca murmurou em voz baixa. Eu sabia que as pessoas mudavam de ideia e não queriam nos ver juntos, mas isso só me motivava a provar que estavam errados. Christian e eu pertencíamos um ao outro e nenhum de nós era marionete.

“Sim.” Eu assenti.

“É hora de eu voltar para casa.”